"A presidenta vai dialogar com os trabalhadores, com a sociedade brasileira, pelas redes sociais. Em cadeia nacional (de rádio e TV), não. Será um diálogo por meio das redes sociais, porque é uma forma de valorizarmos outros modais de comunicação", afirmou nesta segunda-feira em entrevista coletiva o ministro da Secretaria de Comunicação Social, Edinho Silva.
O ministro detalhou que a decisão de não transmitir a tradicional mensagem presidencial pelo Dia do Trabalhador foi tomada em reunião hoje entre os coordenadores políticos do governo e negou que tenha sido motivo pelo temor de um novo panelaço, como o registrado em 8 de março, quando Dilma fez um pronunciamento pelo Dia Internacional da Mulher.
"A presidente não teme nenhuma forma de manifestação oriunda da democracia. Mas, neste momento, consideramos que a melhor forma de comunicação são as redes sociais", ressaltou.
Esta será a primeira vez em 13 anos que um presidente brasileiro não transmite um discurso em televisão para comemorar o Dia do Trabalho. A tradição foi iniciada por Luiz Inácio Lula da Silva em 2003.
O silêncio de um mandato marcado pelo PL4330
Apesar de tentar negar, está claro para todos que a não realização do discurso na TV está ligada sim ao enorme desgaste pelo qual passa o governo do PT e os baixíssimos índices de popularidade de Dilma.
Não é só o panelaço dos bairros de classe média alta que Dilma teme rever. Um setor destes, que faz oposição pela direita ao seu governo, sairia, na verdade, para aplaudir o que a presidenta tem a dizer aos trabalhadores.
Teme mesmo o desgaste ainda maior com o conjunto da classe trabalhadora brasileira que assiste indignada o governo apoiar, através de praticamente toda a base aliada do petismo na Câmara e principalmente de seu Ministro da Fazenda Joaquim Levy (que foi a Nova Iorque informar os empresários ianques da “nova oferta” terceirizadora no Brasil), o PL 4330 – projeto aclamado pela burguesia para ampliar indiscriminadamente a terceirização do trabalho para além das atividades-meio. Os trabalhadores não esquecem que, com a cumplicidade da CUT e da CTB, foram Dilma, Lula e o PT quem garantiram, na última década, o aumento de 4 para 12 milhões do número de trabalhadores terceirizados.
A presidenta dá um recado claro de que está fechada com os cortes do ajuste fiscal, a retirada de direitos trabalhistas e o avanço da terceirização e nada mais tem a dizer aos trabalhadores, e nem o que negociar com as centrais sindicais. Até mesmo a demagogia de sempre parece estar desgastada.
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