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DELAÇÃO MARINA SILVA
Em delação premiada, Léo Pinheiro diz que campanha de Marina Silva teve caixa dois
Guilherme de Almeida Soares
São Paulo

Na negociação da delação premiada de Léo Pinheiro, há uma revelação de extrema importância. Diz respeito a duas figuras que tem suas imagens ligadas á ética e a sustentabilidade e estão no meio político e empresarial. Trate–se de Marina Silva e Guilherme Leal.

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O ex-presidente da OAS se comprometeu com os procuradores a falar do caixa dois que, segundo ele, irrigou a campanha de Marina Silva á presidência de 2010. O pedido a Pinheiro foi feito por Guilherme Leal, um dos donos da Natura, candidato a vice-presidente de Marina Silva naquela eleição. Ainda de acordo com o Léo Pinheiro durante a delação premiada, Alfredo Sirkis acompanhava Leal quando a negociação foi fechada.

Por sua vez, o ex-coordenador de campanha de Marina Silva em 2010, o ex deputado federal do PV pelo Rio de Janeiro Alfredo Sirkis, negou ontem ter havido caixa dois para a candidata na disputa naquele ano. Ele confirma, porém, ter se reunido com o ex-presidente da OAS, Leo Pinheiro, e o candidato a vice-presidente de Marina, Guilherme Leal, para pedir uma ‘’colaboração’’ para a campanha.

Sirkis afirma também que, depois do encontro, Pinheiro fez duas doações, a seu pedido, de R$ 200 MIL – a primeira em agosto e a segunda em setembro de 2010 - totalizando R$ 400 mil. Os repasses foram registrados no Tribunal Superior Eleitoral como contribuições para o Comitê Financeiro Único do PV no Rio de Janeiro, em vez do comitê de campanha nacional do Partido.

Lideres de partidos na Câmara e no Senado receberam com cautela a informação de que Marina Silva recebeu recurso da OAS. O líder do PSDB na Câmara, deputado Antonio Imbassahy disse que a citação a Marina surpreende e que é preciso verificar se a informação confirmará. Já o líder do DEM na Câmera, deputado Pauderney Avelino (AM) falou ‘’Agora, ela que caiu na rede. É preciso separar o que é doação e o que é dinheiro de corrupção. No caso dela que se julga a fada da floresta, que fica criticando todo mundo, é complicado [a citação]’’.

Léo Pinheiro também disse em sua delação que passou recursos para o caixa dois das campanhas de Eduardo Paes. Executivos da Odebrecht também negociam afirmar isso em delação. Sobre Guilherme Leal, Marina Silva disse que ele ‘’sempre foi fiel ao compromisso ético e à orientação política de que todos os recursos de financiamento de campanha teriam origem e uso inteiramente legais’’.

A nova ‘’velha’’ política e o que está por trás disso.

Nas campanhas eleitorais de 2010 e 2014, Marina Silva sempre teve uma postura demagógica de falar que estava representando a nova política contra as velhas raposas que representava a imagem da política arcaica. Esta imagem de que Marina representava ‘’o novo na política’’ conseguiu canalizar muitos setores da sociedade que tinham o sentimento legitimo de que aqueles velhos políticos não podem mais estar na frente da política brasileira.

De um lado, esta denuncia contra a Marina Silva demonstra que esta não é a candidata da ‘’ética’’, muito menos a do meio ambiente, mas sim mais representa mais uma a serviço de empresários como Guilherme Leal e dos bancos como o Itaú. É mais uma política burguesa que nas eleições esteve rodeada de ‘’velhos políticos’’ e que recebeu dinheiro de grandes empresários e banqueiros, para que quando conseguir o cargo que tanto almeja governe para os setores que financiaram a sua campanha.

A ‘’nova’’ política de Marina Silva é feita com o Guilherme Leal que foi denunciado por manter trabalho escravo na Natura, junto com o Sarney Filho do PV, partido em que ela concorreu nas eleições presidenciais de 2010, quando concorreu nas eleições de 2014 já estando na REDE, mas pela legenda do PSB, apoiou a candidatura de Eduardo Campos e depois do acidente de avião que tirou a vida de Campos, foi candidata a presidência da republica pelo PSB. No segundo turno das eleições de 2014 apoiou o Aécio Neves. Além disso, Marina Silva foi, junto com o Eduardo Cunha, Silas Malafaia e Marco Feliciano, uma defensora contra o direito ao aborto, dos gays e dos negros.

Por mais que Marina Silva crie um novo partido pra passar a imagem de que ela representa a nova política, na prática ela é mais uma política burguesa que faz parte da democracia do suborno e deste regime podre dos ricos.

Porém no outro lado, a denúncia contra Marina Silva se dá num momento de crise política no país, onde existe um interesse do imperialismo através da operação ‘’Lava Jato’’ e do ‘’partido do Judiciário’’ em avançar contra as empresas nacionais e agora contra o PMDB. Como afirmamos anteriormente, já existe uma discussão de que é preciso ter novas eleições e caso isso se materialize Marina Silva tem grandes possibilidades de vencer uma eleição. O que não pode ser de interesse para o imperialismo, pois mesmo que ela seja mais uma candidata a serviço dos ricos, talvez ela não tenha perfil para aplicar os ajustes que o imperialismo tanto almeja.

 
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