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JUJUY - ARGENTINA
Jujuy: o êxodo das liberdades democráticas
Myriam Bregman
Buenos Aires | @myriambregman

Como parte da vitória do Cambiemos, em dezembro assumiu o governo jujeño, uma fórmula conformada por Gerardo Morales da UCR e Carlos Haquim da Frente Renovadora de Sergio Massa.

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Sem demoras, procuraram uma justiça totalmente viciada: ampliaram de cinco para nove os membros do Supremo Tribunal de Justiça da província para ter uma maioria automática. Seus novos integrantes são Pablo Baca (deputado UCR), Beatriz Altamirano (deputada UCR), Federico Otaola (ex-deputado UCR), Laura Lamas que também responde a Gerardo Morales e Clara Langhe de Falcone, também ex-deputada da UCR que agora preside o Supremo Tribunal.

Convertida em um apêndice, a justiça começou atuar.

Mariano Miranda, ex-advogado da UCR, agora se tornou um procurador da República e lançou-se na caçada contra a líder opositora Milagro Sala, deputada pelo Parlasur que realizava um acampamento por haver acabado seu movimento ao terminar o governo kichnerista. Ao contrário do que se promove e difunde, não foi detida por nenhuma acusação relacionada com fatos de corrupção sem participar de um protesto, sob a acusação de “tumulto”.

O fato dividiu águas. Nosso partido apesar de ter enormes diferenças públicas com essa organização e seus dirigentes, se manifestou por sua liberdade entendendo que criava um precedente muito perigoso de criminalização do protesto social. Dias depois, e por manifestar-se neste mesmo sentido, foi despedida da Secretaria de Agricultura Familiar Natalia Morales, delegada dos trabalhadores dessa dependência e uma das principais referentes da Frente de Esquerda na província.

Mas não se deteriam ali. A justiça também decidiu impulsionar o julgamento oral contra Julio Mamani e seus companheiros do Sindicato de aço Zapla: o fiscal do caso pediu que se elevasse a causa por “compulsão a greve”, delito puramente político.

Também o governador Morales decidiu avançar sobre o Engenho a Esperança e projeta realizar umas 800 demissões. Para isso começou com as suspensões de 17 concernentes, entre eles Silvio “Choper” Eguez, membro da Comissão Diretiva do sindicato, militante de meu partido.

As primeiras estatísticas indicam que ATE é um grêmio mais atacado com mais de 2.000 demissões.

Enquanto isso se impôs um novo Código Contravencional e nos bairros populares a polícia tem ganhado mais poder, habilita sistemáticas raciais, nivelamentos e detenções de jovens que sofrem os piores empregos e condições de vida paupérrimas.

Por sua vez, os trabalhadores de cooperativas ao que Morales lhes prometeu “libera-los do jogo de Milagro Sala”, estão sem trabalho porque está freada a obra pública.

Em Jujuy a direita não descansa e agora deteve três integrantes da diretiva de SOEM (sindicato de Trabalhadores e Empregados Municipais) liderado por Carlos “Perro” Santillán, pese a que este festejou a detenção de Milagro Sala e antes expulsou de seu sindicato ao principal referente da terceira força política da província, Alejandro Vilca da Frente de Esquerda. No domingo 15 de maio foram detidos Adrián Sandoval por participar de uma manifestação por melhoras nas condições de trabalho dos empregados municipais que terminou em enfrentamento com a polícia provincial. O fiscal Gustavo Araya que ditou as ordens de detenção é o mesmo que livrou uma das tantas imputações contra Milagro Sala.

Foram negados os lançamentos; um destes se encontra em uma situação muito delicada de saúde.

Não podemos permanecer em silêncio ante este governo decidido a terminar com qualquer manifestação operária e popular. Jujuy hoje é território de presos políticos usados como reféns para extorquir a todos os que estão sofrendo um ajuste que tudo indica que se acrescentará.

Acreditamos que há que acender este alerta e se pronunciar imediatamente pela liberdade de Milagro Sala, os dirigentes de SEOM, o cessar das demissões e a perseguição em Aços Zapla, contra os ataques aos trabalhadores de Engenho La Esperanza, pela revogação do Código Contravencional e o Protocolo Antipiquetes, e toda legislação reacionária que seja utilizada para judicializar o protesto dos trabalhadores.

É necessária uma grande campanha que denuncie em todo o país a concretização de medidas de luta pra frear a mão a este governo da UCR e a Frente Renovadora que ataca duramente contra os setores populares, mas é muito amável com os genocidas como Blaquier. Falamos de uma província que é um verdadeiro laboratório, junto a Terra de Fogo, governada pela vice-presidenta do PJ Rosana Bertone, é o avanço da criminalização do protesto contra o ajuste.

Tradução: Milena Bagetti

 
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