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CRISE NO TRANSPORTE
Caminhoneiros anunciam greve a partir da meia noite
Bernardo Guayanases
São Paulo
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Após reunião com o integrantes do governo, representantes de entidades de caminhoneiros consideraram as medidas governamentais desfavoráveis ao setor do transporte, o que levou à anunciarem greve para esta quinta-feira (23).

Na reunião foram discutidas demandas dos caminhoneiros como a "isenção de pagamento de pedágio para o eixo suspenso de caminhões vazios" e a chamada "lei do caminhoneiro", mas foi a negativa do governo em aprovar a "tabela mínima de frete" que gerou maior revolta por parte dos representantes dos caminhoneiros.

A "tabela mínima de frete" seria uma medida que protegeria todo o setor de transporte das oscilações do mercado (principalmente do agronegócio) frente a uma possível redução do preço das commoditties e de um aprofundamento das dificuldades econômicas. Esta medida estabeleceria um valor mínimo a ser pago obrigatoriamente pelos grandes monopólios contratantes do transporte de cargas.

Por outro lado, o governo ofereceu apenas uma tabela referencial, que não precisaria ser obrigatoriamente seguida por quem contrata o transporte, e isso fez com que os representantes dos caminhoneiros rasgassem as propostas assinadas pelo governo bem em frente ao ministro Miguel Rossetto.

A reunião ocorreu no auditório do orgão estatal Agência Nacional de Transporte Terrestre e foi realizada após 2 meses de negociação entre o governo e diversas entidades representativas de caminhoneiros, incluindo entidades de caminhoneiros autônomos e setores de empresários do transporte.

As entidades empresariais e autônomas de caminhoneiros aparecem como representantes primeiras nestas negociações, mas também existem contradições por trás dos interesses dos empresários e dos trabalhadores caminhoneiros.

Isso porque as entidades empresariais centram seus interesses em "proteger" o nicho de mercado em que atuam, frente ao grande poder dos monopólios do agronegócio. No entanto, estes mesmos empresários teriam como interesse "proteger seus lucros" dos trabalhadores caminhoneiros, se estes exigirem condições realmente dignas de trabalho, como a redução das jornadas de trabalho e garantia de direitos trabalhistas sem redução dos salários, ou ainda um salário mínimo igual ao estipulado pelo DIEESE (R$ 3.186,92).

Mesmo que os representantes empresariais tenham como principal objetivo apenas interesses corporativos, a greve em fevereiro mostrou o imenso poder dos caminhoneiros na vida econômica e política do país e os trabalhadores grevistas apoiaram os professores do Estado do Paraná, naquele momento também em greve.

A crise no transporte tende se aprofundar com os ajustes do governo Dilma e do ministro Levy. Isso afetará particularmente os investimentos em infraestrutura e por essa via as condições de trabalho dos que dirigem por vezes de 12 a 18 horas por dia, dentre os quais vários estiveram presentes nos protestos do dia 15 de abril contra a terceirização e os ajustes do governo.

 
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