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OPINIÃO
França, o atual movimento social e um eventual governo da direita
Juan Chingo
Paris | @JuanChingoFT

O retorno da luta de classes na França e a preocupação crescente da burguesia. O governo e a direita diante de um novo ciclo de duras lutas.

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Viemos indicando em outros artigos o caráter diferente que tem o retorno da luta de classes na França depois da derrota do movimento contra a reforma das aposentadorias em 2010. Neste marco, desde um ponto de vista histórico, o movimento atual constitui um primeiro exercício do movimento operário e estudantil depois de seis anos de diálogo social e da oposição à confrontação por parte das direções das centrais sindicais contra um “governo de esquerda”.

Por isso, além da propaganda interessada da imprensa burguesa que insiste todos os dias em que o movimento reflua, baseado nas dificuldades reais em dar um novo salto, esse primeiro aquecimento dos músculos do movimento social preocupa os setores mais lúcidos da burguesia sobre o futuro próximo.

Este é o caso da coluna de opinião de Cecile Cordunet, do jornal abertamente pró-patronal Les Echos. Em um artigo titulado: “A direita e o teorema de El Khomri”, (em relação ao nome da ministra do trabalho que encabeça a contrarreforma trabalhista) diz: “Lançada há três meses, a lei El Khomri desperta a hostilidade cada vez mais radical das ruas. Em sua campanha das primárias eleitorais, todos os candidatos da direita prometem leis El Khomri ao quadrado, ou seja, leis mais audazes. Como fazê-las sem despertar a guerrilha social?”

E agrega: “A agitação política e social persistente sobre a reforma trabalhista é só uma satisfação a curto prazo para uma direita em busca de alternativa. Trata de problemas até agora não resolvidos. Estão os franceses assim “maduros” para a reforma como sustentam os candidatos (da direita), apoiando-se nas pesquisas de opinião? A opinião estava a favor da reforma do Código do Trabalho no início de janeiro, antes de opor-se a ela de forma massiva quando o governo decidiu passar à ação. O próximo presidente da república, se for de direita, irá ter um cheque em branco como o que teve seus predecessores?”

E sentencia sem otimismo: “Se a tímida lei El Khomri desperta tal descontentamento, o que irá passar com reformas significativamente mais duras prometidas pela direita no caso de uma alternativa?”

Efetivamente, é nesse cenário no qual os setores da vanguarda – que ainda têm dificuldades para se mover aos milhões de explorados – devem se virar para evitar toda desmoralização circunstancial. Seja qual for o resultado deste primeiro round, um ciclo duro da luta de classes está se abrindo na França. Para isso devemos nos preparar.

Tradução: Artur Lins

 
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