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OPINIÃO
Pensando a crise econômica mundial
Paula Bach
Buenos Aires

(Dossiê) Depois da breve introdução sintetizando os nós da crise econômica mundial, reunimos aqui os últimos artigos sobre a análise e caracterização publicados nessa coluna.

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Através do conjunto de elementos que constroem a complexa trama da economia mundial na crise vigente, temos analisado e distinguido nos artigos que apresentamos a seguir, os que nos parece os nós conceituais fundamentais. Nós que a nosso entender permitem dar uma ordem ao modo caótico em que os fatos empíricos se apresentam e derivar possíveis cenários.

O Estado atual da relação China-Estados Unidos é a nosso entender um desses nós. O lento crescimento da economia mundial dos últimos sete anos acabou estabelecendo um limite ao vigoroso crescimento chinês. A menor pujança do gigante asiático e sua necessidade de trocar o "modelo exportador" por um mercado internista, começam a transformá-lo de receptor de captais que foi durante os últimos anos em novo competidor por espaços mundiais de acumulação. Se trata de uma das grandes mudança do cenário que diferentemente dos anos pós Lehman - sejam quais foram as formas que adote- marcará as relações econômicas e políticas do próximo período.

O menor crescimento chinês -e seu efeito sobre grande parte dos mercados denominados "emergentes"- desintegrou a "meca" receptora de capitais órfãos de destino lucrativo nos países do centro. É derivado daqui um segundo nó: a "sinergia" entre o mundo das políticas monetárias expansivas e o mundo da economia "real" começa a borrar e o custo ineficaz das políticas monetárias vem para o primeiro plano. Os capitais monetários retornam aos países centrais - aos Estados Unidos, em particular- colocando a Bolsa de Valores pressões que poderiam ser insuportáveis. É esse o plano de fundo das oscilações do Fed sobre as políticas monetárias laxas em geral e as taxas de juros historicamente baixas, em particular. Oscilações que por sua vez longe de ser inócuas, tem fortes repercussões sobre a economia mundial. Esse plano de fundo constitui também o disparador das múltiplas vozes que estão descobrindo a "insuficiência" das políticas monetárias, ao mesmo tempo que lutam por "políticas fiscais".

O assunto do crescimento das dívidas posterior à queda do Lehman adota neste contexto uma nova fisionomia, transformando-se em outro dos nós da questão. Se há anos que os bancos se encontram fortemente alavancados, sua fragilidade se torna um dado muito mais crítico quando os escassos núcleos sólidos da "economia real" (leia-se China e em parte o resto dos chamados "emergentes") começam a fraquejar. Ainda, a reversão do fluxo de capitais agrava a situação das dívidas na "periferia". Brasil está entre as piores vítimas, sacudido pela crise política, enfrenta o segundo ano de queda da economia superior a 3%.

Estes elementos permitem distinguir -como outro nó se desejar- o fato de que estão desenvolvendo as condições para o início do que poderia se chamar uma segunda etapa ou "temporada" da crise econômica mundial que ocorrerá sobre um substrato ainda mais crítico do que o que prevaleceu durante os sete anos que seguiram à queda do Lehman. Esta segunda etapa contém em potência a possibilidade do desenvolvimento de uma nova recessão mundial no estilo da de 2008/2009 ou ainda pior.

Mas as coisas não costumam ocorrer linearmente e isso exige distinguir ainda os cenários possíveis de curto e longo prazo. Ainda que no curto prazo não se pode descartar estabilizações parciais, necessariamente - e sempre e quando as condições estruturais esboçadas são as corretas-, a questão da sobreacumulação de capital voltará a ocupar o primeiro plano. A exigência de novas fontes reais para a acumulação - um problema nada simples- advém uma nova questão estratégica para o capital que manterá latente a possibilidade de uma nova recessão mundial.

Estes são alguns dos nós desenvolvidos nos artigos que a seguir deixamos ao leitor ordenados de acordo com a data de sua publicação.

 
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