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Belas, lutadoras e de onde quisermos
Rita Frau Cardia
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Na semana em que foi aprovada a abertura da votação do processo de impeachment de Dilma na Câmara dos Deputados, a revista Veja divulgou uma matéria intitulada “Marcela Temer:

Bela, recatada e do lar” em que buscava ressaltar os valores da tradicional família conservadora burguesa na qual a mulher cumpre o papel de ser a dona do lar e cuidadora dos filhos, enquanto a vida política e social é protagonizada pelo homem. Pelo fato de Michel Temer (PMDB) ser casado com uma mulher tão jovem para os padrões socialmente aceitos, a revista tentava, assim, fazer com que esse ponto fraco do futuro governo golpista fosse visto com outro olhar.

Rapidamente milhares de mulheres se mostraram indignadas com os valores conservadores e extremamente machistas tão enaltecidos pela revista e iniciaram um movimento de fotos e memes ironizando o artigo com fotos nada “recatadas” ou “do lar”, mas certamente muito “belas” e combativas, escolhendo fazer o que bem entendem e sendo sujeito de suas próprias vidas.

Michel Temer está junto dos setores de direita mais reacionários do país que argumentaram em defesa do golpe com fundamentos contra as mulheres, LGBT´S e os negros. Em parceria com revistas como a VEJA estão contra os nossos direitos, ditando regras e dizendo como devemos ser, o que vestir, como nos portar sexualmente. Buscam colocar a imagem de Marcela Temer como a mulher que todas deveríamos ser, um modelo bastante funcional à sociedade capitalista e ao sistema patriarcal.

Os questionamentos que surgiram após a publicação do artigo refletem os grandes questionamentos abertos desde a “Primavera das Mulheres”, reivindicando o direito ao aborto, e o fim da violência contra as mulheres. No Rio de Janeiro, em resposta, mais de mil mulheres saíram às ruas no dia 27/04 para dizer que não aceitarão as regras de comportamento que o Estado e a direita conservadora querem nos impor. Muito longe desse esteriótipo, as mulheres têm mostrando que estão na linha de frente das lutas pela educação, contra os ajustes e contra o golpe da direita. Como as secundaristas que sacudiram o país ano passado e este ano voltam com força na linha de frente das ocupações de escolas do RJ, CE e na retomada das ocupações no estado de SP. Como as professoras do estado do RJ em greve e em Contagem-MG. Como as trabalhadoras terceirizadas e as milhares de mulheres que saíram às ruas por seus direitos nos atos de rua ano passado.

Hoje, lutar pelos direitos das mulheres não está separado da luta contra o impeachment impulsionado pela direita e também contra os ataques dos governos. Em tempos de crise econômica as mulheres são parte dos setores oprimidos que mais sofrem as consequências (como com o aumento dos empregos precários com as quais as mulheres são as mais atingidas), e com a aprovação do golpe e os ataques a nossos direitos que já vinham sendo aplicados em nosso pais – pelo governo de uma mulher – agora estes vão avançar ainda mais. A Marcha Mundial de Mulheres (MMM) apoiou todos esses anos o governo Dilma, enquanto o PT abria espaço para esta direita golpista e rifava nossos direitos em nome de sua aliança com eles. É fundamental que os movimentos de mulheres rompam sua subordinação ao governo e lutem pela construção de um movimento de mulheres combativo, anticapitalista e independente da direita golpista e do PT, que se coloque junto à classe trabalhadora organizada pela base e a juventude em luta, contra o golpe da direita, contras os ajustes e em defesa o direito das mulheres.

Vídeo do Esquerda Diário denunciando violência contra a mulher em canal de TV viraliza nas redes sociais
Um vídeo publicado no portal online do Esquerda Diário denunciando a violência cometida pelo apresentador Ratinho do SBT contra a assistente de palco de seu programa, Milena Pavoro, viralizou na internet com mais de cinco milhões de visualizacões e quase 100 mil compartilhamentos e 10 mil comentários. Na mesma semana em que milhares de mulheres denunciaram nas redes sociais o machismo da Veja, a violência escancarada em rede nacional gerou grande repercussão e indignação de milhares de pessoas.

A própria assistente se pronunciou dizendo que estava tudo combinado, contudo ao assistir o vídeo fica claro que ela sai do palco visivelmente constrangida com a situação. Sabemos que na sociedade capitalista em que vivemos, a opressão a mulher é parte fundamental para sustentar a exploração da burguesia. E que muitas mulheres aguentam caladas a violência cotidiana a que estão submetidas por medo de perderem seus empregos ou sua moradia. Não é de duvidar que Milena tenha sido coagida a declarar que tudo foi combinado devido à grande repercussão do vídeo e na grande mídia.

Nós mulheres não aceitamos mais caladas sermos vítimas da violência e opressão machista desse sistema capitalista. Independente de ter sido combinado ou não é um absurdo que a violência contra a mulher seja tratada como piada em rede nacional. Ratinho, o SBT e demais mídias de televisão são funcionais a esse sistema de opressão e exploração ao perpetuar a ideologia machista e a violência em seus programas. Mexeu com uma, vamos nos organizar em milhares para dar um basta de violência machista!

 
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