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SER NEGRO E ESTUDAR NA USP
Primeira assembleia estudantil do ano pauta cotas e a luta dos negros na USP
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Atualizado, 19/04, às 1:00

Na noite dessa quinta-feira, 16 de abril, aconteceu uma assembleia histórica na USP. Pela primeira vez estudantes dessa universidade se reuniram em uma assembleia para debater exclusivamente cotas e a questão dos negros na universidade.

Esta foi a primeira assembleia do ano, chamada por membros da Ocupação Preta após ocupação do Conselho Universitário (CO), ocorrida no último dia 14. Os estudantes, apoiados pelos trabalhadores, entraram na reunião do CO para exigir que a questão das cotas fosse pautada na discussão sobre o acesso à universidade e que todos os setores que compõem a comunidade universitária fossem ouvidos.

Sobre a assembleia Letícia Parks, militante da Juventude às Ruas, declarou que "a conquista do programa de cotas como eixo da mobilização estudantil é uma grande conquista para as negras e negros de dentro e fora da Universidade que hoje, com o filtro social do vestibular, garante a entrada quase exclusiva de jovens brancos vindos das escolas mais caras de São Paulo e outras regiões no Brasil".

Entretanto, a assembleia se finalizou com um forte clima de polarização, que na opinião de Letícia "vem do fato de que pautas históricas como a permanência estudantil e, principalmente, os importantes desafios que devemos enfrentar para lutar contra os cortes da Reitoria e do governo do estado, terem sido ignoradas pelos ‘convincentes’ da assembleia e por setores presentes, dentre eles membros do DCE, dirigido pelo grupo Juntos, e também militantes do PT e da Consulta Popular".

Durante a assembleia, membros do “Ocupação Preta” alegavam que essas questões, relacionadas a lutar contra o desmonte da Universidade, desviam o foco da pauta. Letícia reafirma que "os negros estão entrando na Universidade pelas portas dos fundos, nos trabalhos mais precários, sob condições humilhantes de permanência estudantil, e a reitoria está fechando ainda mais o cerco com os recentes cortes, que afligem principalmente a população negra de dentro da Universidade, que se vê sem direitos de permanência, com sala lotadas, trabalhando por 3 ou 4 trabalhadores demitidos pelo Plano de Demissão Voluntária. Se não nos organizamos contra esses ataques junto a importante luta por cotas, qual Universidade deixaremos para os negros cotistas?"

Os estudantes aprovaram que são a favor da implementação imediata de cotas na USP e que no dia 30 de abril realizarão uma paralisação estudantil pautando a luta por cotas dentro da universidade.

Sobre tal questão, Odete Cristina, militante da Juventude às Ruas declarou que "essa paralisação é um primeiro passo na luta dos negros dentro da universidade. Agora é necessário que todos retornem para seus cursos, construindo assembleias de base que pautem a luta pela implementação imediata de cotas, mas também contra o desmonte racista da USP. Precisamos encampar uma forte mobilização contra os ataques que a reitoria vem implementando, que tem nos setores mais afetados as poucas negras e negros que conseguem furar o filtro social do vestibular. É necessário seguir defendendo também a efetivação dos trabalhadores terceirizados, que em sua maioria são mulheres negras que vivem em condições de trabalho análogas a escravidão. Para isto, é necessário que os estudantes se organizem em cada local de estudo e se coloquem na luta, construindo uma forte mobilização aliada aos trabalhadores e professores exigindo a implementação imediata de cotas, por permanência estudantil e contra o desmonte racista da universidade."

 
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