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8 DE MARÇO
8 de março tem que ser independente e não pode ser sequestrado para defender o governo!

Texto sobre os acontecimentos do 8 de março em São Paulo produzido pelos seguintes coletivos e organizações: Movimento Mulheres em Luta, Movimento Luta Popular, Coletivo Feminista Classista Ana Montenegro, Coletivo Juntas, Grupo de Mulheres Pão e Rosas, Coletivo RUA Juventude Anticapitalista, Juventude Vamos à Luta, Coletivo Construção, Insurgência-PSOL, LSR-PSOL, CST-PSOL, PSTU e do PCB, e vários coletivos de mulheres autônomas e independentes.

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Fizemos um esforço muito grande para construirmos um 8 de março em São Paulo com a pauta das mulheres trabalhadoras. Depois de várias reuniões chegamos a um consenso sobre o eixo: MULHERES NAS RUAS POR LIBERDADE, AUTONOMIA E DEMOCRACIA PRA LUTAR! PELA LEGALIZAÇÃO DO ABORTO! CONTRA O AJUSTE FISCAL E A REFORMA DA PREVIDÊNCIA! PELO FIM DA VIOLÊNCIA!

Nas últimas reuniões o clima ficou bastante tenso, com várias investidas do PCdoB e da direção do PT contra o eixo que já havíamos consensuado. Nos pegou de surpresa uma nota da CUT dizendo que o ato seria parte do calendário em defesa do ex-presidente Lula, inclusive colocando como tema “Mulheres com Lula”. http://www.cut.org.br/noticias/ao-tentar-atingir-lula-golpistas-fortalecem-unidade-da-esquerda-f06e/

Mesmo depois de tudo isso, as organizações que se reivindicam do campo antigovernista e de oposição de esquerda ao governo Dilma, mantiveram a intenção de construir o ato unitário, desde que todas as organizações pudessem expressar suas posições e que o conjunto do ato mantivesse o caráter de independência do governo e o respeito ao eixo definido em extenuantes reuniões.

Mas, a defesa do governo Dilma e do ex-presidente Lula esteve acima de defender a unidade e a pauta das mulheres. Isso teve indícios quando colocaram na abertura do ato uma faixa gigante de apoio a Dilma. Depois a companheira Jane da LSR/PSOL iniciou uma fala para dizer que o nosso ato não tinha como eixo o mote “Não vai ter golpe”, mas foi vaiada e impedida de completar sua fala. Ficou mais evidente ainda quando a companheira Silvia do MML foi fazer a fala de sua organização e, além de ser vaiada, uma militante do PCdoB tentou tomar o microfone de sua mão e militantes do PT e PCdoB que estavam embaixo do caminhão se aglomeraram na porta dizendo que iram bater na companheira. Outras atiravam objetos e bandeiras pra cima do carro de som e agrediram companheiras do PSOL que tentaram impedir. Por fim, a companheira Tati do MES/PSOL, na tentativa de fazer uma fala pelo partido, também foi impedida de falar, enquanto uma dirigente do PC do B literalmente fugia com o microfone.

As companheiras que estavam em cima do caminhão tiveram que sair protegidas por um cordão de mulheres das organizações antigovernistas e várias companheiras levaram socos, empurrões, apertões, ficaram com o braço roxo, etc. A partir daí foi desmascarado que o caráter do ato seria mesmo em defesa do governo Dilma e do ex-presidente Lula e que qualquer companheira que falasse contra correria o risco de ser agredida.

Diante disso, algumas organizações do campo antigovernista: Movimento Mulheres em Luta, Movimento Luta Popular, Coletivo Feminista Classista Ana Montenegro, Coletivo Juntas, Grupo de Mulheres Pão e Rosas, Coletivo RUA Juventude Anticapitalista, Juventude Vamos à Luta, Coletivo Construção, Insurgência-PSOL, LSR-PSOL, CST-PSOL, PSTU e do PCB, e vários coletivos de mulheres autônomas e independentes decidiram marchar para o outro lado da Av. Paulista, configurando um outro ato, com um caráter independente do governo e da direita, em defesa da pauta das mulheres trabalhadoras e que reuniu mais de 2 mil pessoas que seguiram pela Paulista até a praça Osvaldo Cruz. Para além disso parte dos ativistas independentes assim como outras correntes do PSOL, Intersindical e MTST ficaram no vão do MASP como protesto às posturas antidemocráticas e truculentas das governistas. De todo modo, são setores do movimento que repudiam o uso das nossas pautas e sua instrumentalização para defender o indefensável.

Deste fato decorrem algumas lições: primeiro, de que não aceitaremos que, na base de agressões físicas e verbais, impeçam o direito democrático de fala das mulheres e que defenderemos esse direito de todas as formas. Segundo, que não deixaremos que as pautas das mulheres trabalhadoras sejam sequestradas e substituídas pela defesa do governo Dilma ou de qualquer outro governo. Seguiremos nas ruas, mobilizações e greves junto com as mulheres que lutam contra os ataques dos governos e patrões e em defesa dos nossos direitos e bandeiras históricas.

 
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