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Absurdo
Trabalhadoras mantidas presas em Noronha são exploradas ilegalmente e extorquidas com dívida de mais de R$300 mil
Redação

Duas trabalhadora que vinham trabalhando na Pousada do Rocha em Fernando de Noronha sem seus direitos trabalhistas ficaram impedidas de voltar para suas casas pela administração da ilha, cobrando de cada uma as taxas diárias de preservação ambiental não pagas pelo patrão durante todos esses meses, acumuladas em mais de R$ 300 mil para cada.

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Duas trabalhadoras, Sandriely Rodrigues e Rejane Pereira, que vinham trabalhando na Pousada do Rocha em Fernando de Noronha durante quase um ano sem seus direitos trabalhistas, sem direito a folga remunerada, hora extras, férias, etc, com recusa sistemática da empresa em assinar suas carteiras de trabalho, ficaram impedidas de voltar para suas casas pela administração da ilha, cobrando de cada uma as taxas diárias de preservação ambiental não pagas pelo patrão durante todos esses meses, acumuladas em mais de R$ 300 mil para cada.

Após se desligarem da empresa na busca de se desvencilhar dessa situação absurda, a administração da ilha, sob gestão de Guilherme Rocha, responsabilidade direta do Estado de Pernambuco, cobrou das trabalhadoras as taxas, atualmente de R$ 87,71 por dia, que são de responsabilidade da empresa pagar no tempo em que estiveram trabalhando.

E a situação fica ainda mais absurda pois a administração da ilha vinha impedindo que as trabalhadoras saíssem da ilha para retornar para suas casas, enquanto não pagarem essa essa quantia, e a “dívida” segue aumentando a cada dia que permanecem nesta situação.

Essas trabalhadoras estavam presas em Fernando de Noronha, em uma espécie de cárcere privado distrital, impedidas de voltarem para suas casas, sendo extorquidas por uma dívida de responsabilidade de seus antigos patrões, após quase um ano trabalhando em situação ilegal, com todos os seus direitos trabalhistas sendo negados.

Uma situação que se assemelha bastante a casos de trabalho análogo a escravidão, mas dessa vez praticada diretamente pelo estado de Pernambuco em cumplicidade com um gigante grupo de hoteis, composto por capital internacional, chamada Hospeda Nordeste, da qual faz parte a pausada em que trabalhavam.

Em entrevista cedida a um site de notícias, Rejane afirma: “Eu pedi demissão porque passava necessidade. Eu não tive a carteira assinada, não recebi indenização e fui informada que estava devedora da Taxa de Preservação Ambiental. O pessoal do setor de controle migratório não me falou o valor. Eu me sinto em cárcere privado, não posso sair de Noronha e voltar para trabalhar em outra empresa. Eu não fiz essa dívida, quero que paguem meus direitos trabalhistas e essa taxa".

Existem outros relatos deste tipo de situação absurda em Fernando de Noronha, considerado um paraíso turístico de luxo, explorado por grandes agências turísticas e que rende fortunas para a burguesia desse ramo. Não é preciso dizer que nós trabalhadores não temos sequer o direito de desfrutar deste entretenimento luxuoso. A única condição que nos permite pisar na ilha de Noronha é na condição de trabalhadores, para explorarem nossa força de trabalho.

Mais um exemplo da mentalidade escravocrata da burguesia do turismo Pernambucano que explora milhares de trabalhadores nas condições de extrema precariedade e na ilegalidade.

 
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