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Cinismo
Banqueiros golpistas falam de democracia, mas apoiam todos os ajustes de Bolsonaro
Redação

Alguns empresários burgueses aderiram a uma carta em defesa do sistema eleitoral nesta segunda-feira, 25. O manifesto foi elaborado na Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo. Devemos rechaçar na luta de classes todo o discurso golpista de Bolsonaro, sem ter ilusão nessa burguesia e nos empresários, que de democrática não têm nada, pois apoiam todos as contrarreformas de Temer à Bolsonaro, ataques que a chapa Lula-Alckmin vão manter intocados.

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Entre os nomes a assinantes do texto estão os de Roberto Setubal e Cândido Bracher (Itaú Unibanco), de representantes da indústria como Walter Schalka (Suzano) e de responsáveis por empresas de bens de consumo como Pedro Passos e Guilherme Leal (Natura).

Assinaram a carta também Eduardo Vassimon (Votorantim), Horácio Lafer Piva (Klabin), Pedro Malan (ex-ministro da Fazenda do governo Fernando Henrique Cardoso), o economista José Roberto Mendonça de Barros e o cineasta João Moreira Salles.

A “Carta às brasileiras e aos brasileiros em defesa do Estado Democrático de Direito” será lançada na faculdade em 11 de agosto, no Pátio das Arcadas.

A carta foi escrita dias depois de o presidente Jair Bolsonaro (PL) reunir embaixadores em Brasília para proferir ataques contra o sistema eleitoral. O ministro da Defesa, general Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira, estava presente.

Veja mais: Entre ameaças golpistas, quais resultados Bolsonaro colhe com embaixadores?

Bolsonaro e Guedes atenderam aos interesses de toda essa patronal brasileira, dos grandes financistas e industriais: prova disso é também o “apelo democrático” da FIESP, que ao pretender-se defensora do direito do sufrágio no país, apresenta o mesmo programa de reformas e ataques que Bolsonaro e Guedes, dando continuidade ao projeto econômico do governo. Estes cínicos industriais assinam embaixo de tudo o que foi feito desde Temer até Bolsonaro.

Não devemos ter nenhuma ilusão no discurso "democrático" dessa burguesia, que de democrático não tem nada. São articuladores do golpe de 2016 e defendem todos os ataques e reformas feitos contra a classe trabalhadora e setores oprimidos, ao mesmo tempo que devemos rechaçar na luta de classes todo o discurso golpista de Bolsonaro.

Esse dado é importante, porque não podemos separar a política da economia. Apesar das divergências entre segmentos da burguesia brasileira e internacional com com o discurso golpista de Bolsonaro, apoiam seu programa econômico integralmente. Ao contrário do que diz Reinaldo Azevedo, não estão interessados em enfrentar Bolsonaro. Querem preservar seu legado econômico, e disciplinar a dócil e pró-empresarial chapa Lula-Alckmin a administrar e manter os maiores ataques realizados em décadas contra a população trabalhadora.

A chapa Lula-Alckmin, à qual se adapta plenamente o PSOL, que tem federação com a Rede, partido financiado pelos mesmos empresários que assinam a carta, não defende a revogação das reformas que vieram a partir do golpe institucional de 2016, pelo contrário: se propõe a preservar e administrar esse legado de ataques. A saída de conciliação, eleitoral e institucional, defende que para Bolsonaro não vencer as eleições será necessário se aliar com a direita, golpistas e patrões, como é Alckmin, um tucano revestido de PSB. Dessa forma o PT nos propõe um único caminho conciliar com nossos inimigos de classe, que historicamente sempre fortaleceram os setores mais reacionários e que estão unificados em nos atacar.

Veja mais: Enfrentar o bolsonarismo e a direita na luta de classes para revogar as reformas e ataques.

Conciliar e se propor a administrar o capitalismo já foi o que vimos durante os 13 anos de governo do PT. Foi isso que o PT fez quando deu espaço às Forças Armadas com a ocupação do Haiti, comandada por Lula com Augusto Heleno e militares que hoje estão na cúpula bolsonarista. Quando ajudaram o lobby da mineração e os magnatas da soja e do agro, hoje aliados de Bolsonaro, a enriquecerem às custas da fome enquanto traziam a bancada ruralista para base do seu governo. Quando enviaram uma carta ao povo de deus da bancada evangélica, hoje base importante do bolsonarismo, prometendo que o aborto não seria legalizado. Também quando potencializou o judiciário que a partir disso se sentiu um “poderoso partido” para fazer todo o tipo de autoritarismo. Tudo isso também fortaleceu o centrão, atual base de sustentação do governo Bolsonaro.

Sem dúvida, devemos enfrentar toda e qualquer ameaça golpista ou bravata autoritária da extrema direita. Algo que, ademais, exige enfrentar-se contra os falsos portadores de credenciais “democráticas” em instituições autoritárias como o Supremo Tribunal Federal, o TSE e demais frações do Judiciário brasileiro, primeiro violino do golpe institucional de 2016. É necessário estar na linha de frente desse combate na luta de classes, única maneira de enfrentar verdadeiramente a extrema direita, e não com a conciliação de classes petista. O combate ao golpismo bolsonarista precisa ser independente das instituição autoritárias, que asseguram cada ataque aos trabalhadores.

Levantar um programa de enfrentamento contra os empresários e patrões por uma saída proletária dessa crise exige avançar na auto-organização da nossa classe para superar as direções burocráticas dos sindicatos e impor que organizem a luta, unindo o conjunto dos trabalhadores, empregados e desempregados, efetivos e terceirizados, e movimentos sociais contra todos os ataques em curso e para se preparar para os combates que virão depois das eleições de outubro. As centrais sindicais, CUT e CTB, dirigidas pelo PBdoB e PT, seguem na paralisia, barrando a luta dos trabalhadores, para assegurar uma campanha eleitoral passiva e de conciliação de classes.

Somente uma perspectiva de independência de classe é que pode preparar os combates do futuro, em cada greve, em cada eleição sindical, em cada luta estudantil, com um programa dos trabalhadores. É preciso que lutemos pela revogação integral de todas as reformas que o golpe institucional de 2016 assegurou e que Bolsonaro e Guedes engrossaram e concretizaram, de forma independente do PT e sem conciliação com os empresários e a patronal, que quer atacar os trabalhadoras e assegurar seus lucros.

 
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