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Conciliação de classes
Em mais uma aliança com a direita, Lula conta com a ajuda de senador ruralista no seu programa
Redação

O senador Carlos Fávaro (PSD), ruralista e líder da bancada do agronegócio no Congresso, fará parte da equipe de elaboração do programa de governo de Lula-Alckmin e comandará o comitê de campanha da chapa no Mato Grosso.

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Lula e o PT continuam a ampliar seu arco de alianças com os setores mais abjetos da política brasileira, inimigos dos trabalhadores. Carlos Fávaro, do PSD, é um ruralista, senador do centrão e líder da reacionária bancada do agronegócio no Congresso, que será integrante da equipe de elaboração de programa de governo de Lula e Alckmin. Ele disse que conversará com latifundiários para levar contribuições para o documento, é possível imaginar as "contribuições".

O colega de partido de Alexandre Kalil, aliado do ex-presidente e que bate em professoras assim como o vice da chapa, também comandará o comitê de campanha da chapa presidencial no Mato Grosso. Neste estado, Lula já articulou o apoio do PT a outra liderança da bancada ruralista, o deputado Neri Geller do também reacionário e do centrão PP, para o senador.

Fávaro evidencia a diferença entre Lula e Bolsonaro, ressaltando as vantagens que setor ruralista teve durante os governos petistas. Nesse quesito, certamente Lula perde para Bolsonaro, que foi o presidente que mais ’’passou a boiada’’ na história do país, com recordes de desmatamentos e queimadas. Mas não é mentira o papel que cumpriram os governos petistas em favorecer esse setor assassino que também foi financiador do golpe institucional de 2016.

As palavras do ruralista são ilustrativas: "A diferença é gritante. Com o PT tivemos investimento em infraestrutura, 12 Planos Safra, com juros cada vez menores. Investimento em equipamentos. Por isso passamos a produção de 80 milhões de toneladas de grãos para 300 milhões de toneladas", como se esse favorecimento ao agronegócio não tivesse literalmente preparado o terreno para graves problemas ambientais que vivemos hoje, no marco de que nenhum aumento da produção foi capaz de impedir com que hoje a população viva em insegurança alimentar.

O senador ainda cita que é ’’a favor da reforma agrária, só que de forma ordeira, sem invasão de terras’’, merecendo um verdadeiro "cala boca" dos trabalhadores junto aos movimentos sociais na luta de classes.

Essa aliança faz parte da aproximação de Lula com o agronegócio, conhecido pelo seu bolsonarismo e reacionarismo exarcerbado, e que é responsável direto pelos ataques e massacres contra os povos indígenas, quilombolas e os camponeses pobres. Isso é expressão da política de conciliação de classes que, prometendo benefícios à população, cede tudo à direita e aos patrões, o que mantém a crise capitalista nas costas dos trabalhadores com alta da inflação, do desemprego e o aumento da miséria. Isso abriu caminho para a ascensão da extrema direita e é o caminho oposto ao que seria correto para combatê-la.

É urgente derrotar Bolsonaro, os militares e a extrema-direita e as reacionárias bancadas do boi, da bala e da bíblia sem confiança na conciliação de classes que fazem Lula e o PT. Somente na luta de classes, com a força de mobilização dos trabalhadores em aliança com a juventude, o povo negro, as mulheres, as LGBTQIA+ e os povos indígenas e quilombolas, é possível impor um programa para responder à crise.

 
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