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Internacional
Os olhos da extrema-direita mundial se voltam para Bolsonaro
Redação

O enfraquecimento da extrema-direita mundial no poder, iniciado com a derrota de Trump nos EUA, colocam uma atenção direta para o Brasil como um estandarte restante da onda de governos reacionários na América Latina. Porém, só a independência política dos trabalhadores no terreno da luta de classes pode varrê-los do mapa.

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A onda de governos de extrema-direita, que se fortaleceu a partir da crise capitalista de 2008, vem enfraquecida nos últimos anos. As revoltas populares que aconteceram no Chile, contra o governo herdeiro de Pinochet, ou mesmo nos Estados Unidos, com a força dos atos do Black Lives Matters que incendiaram o mundo, foram desviadas institucionalmente em figuras como Biden, Boric e outros ditos “progressismos”. Estes, se por um lado significaram derrotas eleitorais ao mais abjeto reacionarismo, também desviaram as potencialidades explosivas das massas e detiveram suas aspirações e demandas mais básicas.

Esse cenário de isolamento vem transformando cada vez mais o Brasil de Bolsonaro em seu último baluarte na região. De acordo com diplomatas europeus ligados aos movimentos de extrema-direita, a derrota de Bolsonaro significaria a necessidade de “reposicionar” a agenda do movimento conservador internacionalmente. Com isso, nas últimas semanas, Bolsonaro vem recebendo diversas figuras de grupos ultraconservadores internacionais. Um deles foi Tucker Carlson, apresentador da Fox News, um dos principais canais de divulgação do trumpismo e da ala mais reacionária do partido republicano.

Esses encontros têm acontecido de maneira extra-oficial, o que vem colocando o Itamaraty a se mobilizar para que não sejam abertas crises diplomáticas. Na mídia norte-americana, é dado o tom de que as eleições de outubro no Brasil serão a última exegese desta onda ultraconservadora, o que coloca a necessidade destes fortalecerem suas pautas reacionárias.

Em junho, o governo Bolsonaro recebeu Valerie Huber, que ocupou o cargo de representante de Donald Trump para temas relacionados com a família e a ofensiva antiaborto. Durante sua passagem pelo Brasil, ela chegou a ser recebida por diplomatas no Itamaraty, além de representantes de outros ministérios.

Ainda, na última semana, Bolsonaro recebeu Katalin Novak, presidente da Hungria, e sucessora do governo reacionário de Viktor Orban. Sua passagem foi usada para reforçar a defesa dos costumes, da família, além de esbanjar, acima de tudo, um profundo anti-comunismo. Novak, em seu discurso, chega a defender a necessidade lutar contra a queda no número de casamentos, além de deixar clara a sua homofobia.

Enquanto isso, o Governo Bolsonaro vem realizando um tipo de diplomacia paralela entre os países dirigidos por reacionários. Um exemplo é a participação da ministra da família, mulheres e Direitos Humanos, Cristiane Britto, participando da Conferência Internacional sobre Liberdade de Religião, que é majoritariamente ocupada por religiosos ultraconservadores.

Mas a existência de uma movimentação internacional da extrema-direita não será simplesmente derrotada nas eleições. Em cada país, mesmo fora dos governos esses setores continuam a influenciar os rumos da política, como foi o exemplo da reacionária corte do norte-americana que derrubou a resolução Roe vs Wade, que garantia o direito ao aborto no país - isso sem nenhuma intervenção do “democrata” Joe Biden e sua vice, Kamala, que mesmo buscando cooptar as mobilizações em defesa do direito ao aborto, não moveram um dedo para barrar este ataque às mulheres.

A influência do trumpismo ainda existe nas outras esferas de poder, nas forças armadas e em um movimento militante reacionário que se mantém mobilizado, aquém de quem está na sala oval. Este é um sinal para entedermos que a extrema-direita só será derrotada com a força da mobilização dos trabalhadores, em unidade com os movimentos sociais, o povo pobre, com as mulheres, negros, indígenas e LGBTQIAP+. Apenas nas ruas poderemos derrotar a extrema-direita, e não se aliando com setores da nefasta direita que até ontem estava com Bolsonaro, como faz o PT com a conformação da chapa Lula-Alckmin e suas alianças com o que há de pior na política nacional. Uma unidade que apenas fortalece nossos inimigos.

Um exemplo de como podemos batalhar contra a extrema-direita, a crise e os ataques capitalistas que arrasam com nossas vidas, são as mobilizações na Argentina contra os ajustes fiscais promovidos pelo FMI e acatados pelo governo “progressista” de Alberto Fernández e Cristina Kirchner. Uma ação que aponta no sentido de uma movimentação independente e dos trabalhadores, sem confiança nas instituições burguesas como o judiciário, que atuam contra os interesses dos trabalhadores e do conjunto dos oprimidos, e levantando a unidade entre trabalhadores formais e informais, empregados e desempregados. Apenas com auto-organização e uma política que defenda de maneira intransigente os interesses da classe trabalhadora é que poderemos golpear a extrema-direita e cavar uma saída favorável às massas trabalhadoras e os oprimidos de todo o mundo.

Leia também: Enfrentar o bolsonarismo e a direita na luta de classes

 
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