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DIA INTERNACIONAL DAS MULHERES
Sair às ruas pelo direito ao aborto e contra a ofensiva da direita e os ajustes do PT
Babi Dellatorre
Trabalhadora do Hospital Universitário da USP, representante dos trabalhadores no Conselho Universitário
Thais Oyola - bancária e delegada sindical da Caixa
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Este 8 de março no Brasil está marcado por uma situação nacional onde os governantes, ricos e poderosos querem descarregar a crise sobre as costas dos trabalhadores, da juventude e das mulheres. Não satisfeitos com os ataques que já estão em curso, os setores da direita brasileira querem implementar um impeachment para levar adiante ataques mais duros, lançando mão do Poder Judiciário e da Polícia Federal para tal objetivo. O PT, há 14 anos no poder, abriu espaço para esta direita, assumiu os métodos de corrupção e agora está não somente implementando um cruel plano de ajustes contra os trabalhadores, atingindo em cheio as mulheres trabalhadoras, bem como cortes em áreas como saúde e educação e a entrega de importantes riquezas nacionais.

Diante disso as mulheres da CUT, do PT, da Marcha Mundial de Mulheres e do PCdoB que são parte da Frente Brasil Popular já se posicionaram nas reuniões preparatórias do 8 de março, em especial em São Paulo, que apesar dos eixos gerais de acordo entre todos as organizações políticas irão levantar como bandeira a defesa de Dilma e Lula neste 8 de março. Nós, que não estamos com a direita e somos contra este impeachment reacionário, também lutamos contra o governo, seus ajustes e ataques e por isso não podemos concordar com a política de transformar o 8 de março, que é um dia histórico da luta pelos direitos das mulheres, em uma defesa de Lula. Como parte do Movimento Mulheres em Luta e da CSP-Conlutas defendemos que neste 8 de março em São Paulo e em todos os estados marchemos pelas demandas das mulheres, de forma independente da direita e do governo. Tirem as mãos do 8 de março!

O ajuste veio quente, as mulheres estão fervendo

O lema "lute como uma menina" explodiu em São Paulo com centenas de meninas secundaristas que desafiaram e derrotaram Geraldo Alckmin, e que voltaram a tomar as ruas do Rio de Janeiro junto aos professores e todo o funcionalismo em greve. Com organização nas suas escolas para debater os problemas do machismo, os currículos escolares, as roupas que podem vestir, e os próximos passos para defender a educação pública.

Mas não são só as meninas que mostraram como lutar. As centenas de greves que estouraram pelo país só comprovam que as mulheres cada vez mais são linha de frente na luta pelos seus direitos. Um país que, mesmo governado por uma mulher, deixou milhares de mulheres sem salários, sem emprego e manteve o peso do patriarcado sob elas, expresso na dupla jornada, na violência de gênero cotidiana, na falta de direito de decidir sobre seu próprio corpo.

Pelo direito ao aborto legal, seguro e gratuito

O surto de crianças com microcefalia no país escancarou mais uma vez o que estamos denunciando há muitos anos: a desigualdade de gênero impõe que sempre as mulheres terminam pagando por estas crises. As mulheres precisam ter o direito ao aborto legal seguro e gratuito, bem como ter o direito à maternidade plena, com todos os direitos. Nos casos de microcefalia, todas as mulheres devem ter o direito de decidir, e as que decidirem por ter os filhos deveriam ter todo o atendimento médico e psicológico necessário. Para prevenir esta situação, seria necessário que todas as mulheres trabalhadoras grávidas tivessem licenças remuneradas dos locais de trabalho. Não podemos mais esperar, milhares de mulheres, na maioria negras, pobres e trabalhadoras, continuam morrendo por abortos clandestinos ou vivendo situações de desespero. Direito ao aborto legal, seguro e gratuito. Por um sistema único de saúde 100% estatal sob controle dos trabalhadores e usuários.

Nem Uma A Menos! Basta de violência!

Enquanto seguimos sem direitos básicos, e com uma taxa escandalosa do feminicidio e muitas mortes por abortos clandestinos, Cunha, Feliciano e Bolsonaro assim como tantos outros políticos reacionários buscam avançar em retirar nossos direitos.

A violência de gênero segue como um pilar fundamental da sociedade capitalista. No começo de janeiro, os números chocaram e demonstraram a triste realidade das mulheres trans e travestis que tiveram mais de 57 assassinatos em menos de um mês. Mesmo com a Lei Maria da Penha e com a Lei do Feminicídio, a violência machista segue sendo o último elo de uma sequência de violências que sofremos todos os dias. Com os assédios no transporte público, as piadas nos programas de televisão, as duplas e triplas jornadas de trabalho que somos destinadas, os relacionamentos abusivos, os distúrbios alimentares para se enquadrar nos padrões estéticos e tantas outras formas de violência psicológica e física. Queremos dar um basta a esta situação. Não podemos tolerar nenhuma forma de violência!

Tirem as mãos do 8 de março: precisamos ser milhares nas ruas para lutar por nossos direitos

É preciso construir um grande ato neste 8 de março que de voz as milhares de mulheres lutadoras que ensinam todos os dias como lutar pelos nossos direitos e contra os ajustes. Com a força de meninas e mulheres podemos erguer ao lado da classe trabalhadora um movimento nacional contra os ajustes do governo do PT e contra a impunidade dos políticos corruptos e dos poderosos, enfrentando esta direita que quer nos atacar de forma ainda mais dura.
Chamamos todas as companheiras e companheiros a construir o 8 de março com estas bandeiras e fazer parte do bloco do grupo de mulheres Pão e Rosas.

Rita Frau, da Executiva Nacional do Movimento Mulheres em Luta e militante do Pão e Rosas declarou: “É fundamental a construção de um movimento nacional contra os ajustes, as demissões, a precarização e a impunidade dos políticos corruptos e dos poderosos, que também imponha pela força da mobilização uma Assembleia Constituinte Livre e Soberana que possa resolver todos os problemas estruturais do país. Que parta de separar a igreja do Estado para garantir o direito ao aborto legal, seguro e gratuito assim como a garantia do direito as identidades de gênero. Que coloque fim as demissões e a precarização do trabalho. Que erga um plano de obras públicas para garantir o fim da dupla jornada de trabalho, com creches, lavanderias e restaurantes públicos, gratuitos e de qualidade. Que estatize toda a rede de saúde privada e garanta um único sistema de saúde (SUS) 100% estatal e sob controle dos trabalhadores e usuários. E que rompa com a tutela dos militares e garanta a punição dos torturadores da ditadura que muitos ainda seguem enriquecendo com a política e garanta o controle sobre os políticos, que devem ganhar salários como professoras, com revogabilidade dos mandatos em todos os cargos, uma vez que não cumprem com suas promessas e com a defesa dos setores oprimidos. Lutamos por esta perspectiva frente a crise política nacional avançando por uma saída revolucionária para as mulheres, a juventude e os trabalhadores",

 
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