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Ásia
O agora ex-presidente do Sri Lanka foge do país temendo protestos em massa
Redação

Na madrugada desta quarta-feira (horário de Sri Lanka), o agora ex-presidente deixou o cargo e embarcou junto ao seu círculo íntimo em um avião militar com destino às Maldivas. O primeiro-ministro interino assumiu o cargo com legitimidade precária e declarou estado de emergência.

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Os fortes e massivos protestos, devido à profunda crise econômica, forçaram Gotabaya Rajapaksa a renunciar à presidência. Na madrugada desta quarta-feira (horário de Sri Lanka), ele deixou o cargo e embarcou em um avião militar Antonov-32 do Sri Lanka com seu círculo interno com destino às Maldivas. Agora sem imunidade, ele temia ser processado. Nos primeiros minutos desta quarta-feira, decolou do Aeroporto Internacional de Colombo.

Enquanto isso, o primeiro-ministro Ranil Wickremesinghe, também repudiado pela maioria popular, cuja casa foi incendiada no mesmo sábado, foi nomeado pelo próprio Gotabaya Rajapaksa como presidente interino, segundo um funcionário. O anúncio colocou mais lenha no fogo da revolta popular. Os manifestantes, que também exigem a renúncia do primeiro-ministro, invadiram seus escritórios e tomaram a estação de televisão estatal. Wickremesinghe respondeu declarando estado de emergência, mas a legitimidade de sua medida foi questionada pelos manifestantes e por setores do próprio regime político. Espera-se que Rajapaksa apresente oficialmente sua renúncia até o final do dia.

Os manifestantes continuam ocupando a residência presidencial, desde os maiores protestos no sábado, impulsionados pela profunda crise econômica, que levou as maiorias populares sem poder ter acesso a alimentos e produtos de primeira necessidade por falta de dinheiro. Uma situação que vem acontecendo há muito tempo e que a guerra na Ucrânia e a invasão reacionária da Rússia só aprofundaram.

Leia mais: Milhares de manifestantes tomam a residência do presidente no Sri Lanka

Rajapaksa é o último membro da dinastia de sua família a deixar o governo. Em maio, Mahinda Rajapaksa, ex-primeiro-ministro e irmão mais velho do presidente, foi forçado a deixar o cargo pelos protestos. Agora também o ministro das Finanças, Basil Rajapaksa, irmão de Gotabaya e outros funcionários - membros de sua família - foram obrigados a renunciar devido às manifestações que vinham exigindo.

A escassez de combustível é sofrida diariamente pela população trabalhadora e pobre e vem se prolongando a meses. Os preços dos alimentos e remédios dispararam, os cortes de energia são diários e o transporte público, devido à mesma falta de combustível, muitas vezes é suspenso. Diante dessa situação, o governo do ex-presidente estava em negociações com o FMI para obter um empréstimo em troca das conhecidas medidas de ajuste daquele órgão imperialista.

Os partidos da oposição, juntamente com os de Rajapaksa, vêm discutindo a formação de um governo de unidade nos últimos dias, com base no avanço das negociações com o Fundo Monetário. Aparentemente, de acordo com várias agências de notícias, ainda não há acordo para formar esse governo. De qualquer forma, o parlamento já anunciou que no dia 20 deste mês elegerá o novo presidente.

O Sri Lanka é o caso mais explosivo da expressão de um fenômeno global de crise e alta inflação que em diferentes latitudes está provocando lutas operárias por salários e revoltas populares naqueles países que dependem mais diretamente de insumos básicos como trigo e combustível.

 
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