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Rio Grande do Norte
Famílias perdem tudo com enchentes em Natal por descaso de Álvaro Dias. Plano emergencial já!
Redação

É absurda e revoltante a situação em que se encontra a capital potiguar desde sexta, com diversos pontos de avenidas inteiras alagadas, especialmente na Zona Norte, Zona Oeste e ocupações. 114 cidades do RN estão em situação de alerta. A responsabilidade em primeiro lugar é de Álvaro Dias, prefeito de Natal, e prefeitos da região metropolitana, mas também do governo do estado.

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No sábado, uma cratera se abriu na rua Mirassol, Bairro Felipe Camarão, na Zona Oeste de Natal. Duas casas foram interditadas pela Defesa Civil. Na Zona Sul, as avenidas também estão inteiramente alagadas. A região metropolitana, de norte a sul, também está brutalmente afetada, de Parnamirim, a Ceará-Mirim, Nísia Floresta e Extremoz. Em Parnamirim, o bairro de Emaús e a avenida Abel Cabral com a água batendo na altura pela metade dos carros estacionados. As ocupações urbanas Emannuel Bezerra e Palmares estão completamente alagadas e as famílias estão perdendo tudo, convocando ajuda de todo tipo, assim como doações pelo pix 84 987072030. A responsabilidade em primeiro lugar é de Álvaro Dias, prefeito de Natal, e prefeitos da região metropolitana.

Foto: Alex Régis

"Perdi tudo. Geladeira, fogão, armário, cama do do meu filho, televisão, colchão boiando dentro de casa... É muito triste tudo isso", disse um trabalhador que mora no bairro Cidade da Esperança ao G1. O Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) emitiu três alertas de acumulado de chuva para cidades do RN. O principal alerta atinge 114 cidades do estado, incluindo Natal e Mossoró, vale das 0h de domingo até 11h da segunda, e tem o grau de severidade de perigo, o segundo numa escala de três do Inmet, risco de alagamentos, deslizamentos de encostas e transbordamentos de rios.

A coordenadora do Centro Acadêmico de Ciências Sociais da UFRN, Marie Castañeda, militante da Faísca Revolucionária, denunciou a situação os responsáveis pela situação: "Pelas cidades em todo o país, o problema de moradias irregulares e ocupações de lugares precários para viver é um problema endêmico do capitalismo que se aprofunda com os ritmos da crise econômica e social. São mais de 5 milhões de domicílios irregulares no Brasil e essa situação explode nas tragédias, como vemos há semanas na região metropolitana de Recife, as quais os Bolsonaro, militares, Congresso e governadores chamam de "desastres naturais", como se não fossem responsáveis, assim como o Estado, pela situação absurda vivida por milhões de famílias, causadas pela ganância e irracionalidade capitalista. Em Natal, capital litorânea altamente sugada pelos interesses dos empresários do turismo e da especulação imobiliária, garantidos pelos governos da prefeitura, como hoje vemos com Álvaro Dias (PSDB), são recorrentes, diante das fortes chuvas, vídeos correndo pelas redes sociais de ruas totalmente alagadas, crateras abertas e enchentes brutais nas ocupações urbanas."

Sobre o que fazer nessa situação, completou dizendo: "É urgente um plano de emergência para enfrentar essa situação. Medidas como brigadas de trabalhadores para socorro emergencial dos afetados; socializar as moradias desocupadas, reconstruir as destruídas, aprimorar as existentes, socializar os enormes hotéis e resortes de empresários que sugam nossos recursos para construção de abrigos; expropriação dos imóveis ociosos para ocupação das famílias desabrigadas. Aliado a isso, colocar de pé um plano de obras públicas para reconstrução e prevenção das áreas afetadas e as que sofrem possibilidade de inundação. Uma medida dessa ainda geraria empregos para a situação do desemprego que enfrentamos porque os capitalistas descarregam a crise que é deles nas nossas costas. Eu e meus companheiros da Faísca nos colocamos ombro a ombro com cada trabalhador atingido por essa situação para batalhar por esse plano e que seja gestionado pelos trabalhadores, com o controle da população, e articulado pelos sindicatos e entidades estudantis."

Frente a essa situação emergencial, nós do Esquerda Diário declaramos que a CUT, CTB e UNE, dirigidas pelo PT e pelo PCdoB, estão em diversos sindicatos e entidades estudantis pelo estado tem a devem assumir a tarefa de organizar trabalhadores e estudantes, junto aos setores oprimidos e o povo pobre, para lutar e exigir da prefeitura e também do governo. O DCE da UFRN, que é dirigido por setores que se colocam à esquerda do PT, como os coletivos Juntos (MES/PSOL) e Correnteza (UP), que inclusive dirige as ocupações citadas acima, devem auto-organizar os estudantes nessa batalha.
Sindicatos da CSP-Conlutas, dirigidas pelo PSTU, que se colocam à esquerda das burocracias da CUT, CTB e PT, também tem esse dever de que os trabalhadores se organizem para batalhar por esse plano, exigindo que os sindicatos rompam sua paralisia.

Os interesses dos empresários do turismo, da especulação imobiliária e do conjunto dos capitalistas, são contrários às necessidades da classe trabalhadora e do povo pobre. Existem milhares de famílias ameaçadas de despejo e outras milhares foram diretamente despejadas desde o início da pandemia, que são as mais afetadas pelos alagamentos e majoritariamente chefiadas por mulheres, maioria negras, o que acentua a situação de precariedade, diante da violência machista.

Ou seja, além da necessidade de defender um plano emergencial para socorro das vítimas dos alagamentos, é necessário defender e batalhar por uma reforma urbana radical, para resolver esse problema estrutural gerado pelo capitalismo e seus representantes nos governos. Uma reforma urbana radical inverteria as prioridades de como se utiliza o espaço urbano, como aprofundar o plano de obras públicas para reestruturar o acesso ao saneamento e escoamento das águas, construção de moradias seguras com acesso a transporte, Para construir quilômetros de tubulação para transporte para as áreas de seca do estado, afinal, se existe tecnologia para inteligar cabos de internet entre continentes por que não seria possível construir tubulação suficiente para os interiores dos estados do Nordeste que sofrem com a seca? Assim como a expropriação dos imóveis ociosos e dos grandes hotéis e resortes. Uma luta assim exige a auto-organização dos trabalhadores, unificados com os setores oprimidos e o povo pobre, para que a gestão e controle estejam nas mãos de quem realmente conhece as necessidades mais profundas e urgentes de toda a população.

Dessa forma, não é possível deixar de dizer que para começar arrancando um plano emergencial, diante de Bolsonaro, militares, Congresso e das prefeituras, como Álvaro Dias (PSDB), não podemos confiar na conciliação de classes petista, que governa o estado. Fátima Bezerra posta vídeo dizendo que está colocando os esforços da Defesa Civil para conter os danos, mas a realidade é que é responsável pela CAERN, Companhia de Água e Esgoto do Rio Grande do Norte, e está candidata à reeleição com o vice Walter Alves, uma oligarquia profunda e estruturalmente responsável por essa situação.

Chega de a toda chuva perdemos bens, familiares e amigos! Por um plano emergencial já, na batalha por uma reforma urbana radical, gestionada pelos trabalhadores e controlada pela população!

 
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