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Conciliação de classes
Lula se une a candidatos golpistas nas eleições de 2022
Gabriel "Biro"

Chapa Lula-Alkmin se alia com candidatos golpistas que apoiaram prisão arbitrária de Lula e ajudaram a promover o golpe institucional de 2016, em Pernambuco, Paraíba, Amazonas, Mato Grosso e possivelmente em outros estados.

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Liderado pela presidência do repugnante Jair Bolsonaro, o Brasil segue o trilho da bancarrota social e econômica, com índices de fome, insegurança alimentar, inflação, desemprego, informalidade e precarização do trabalho ascendendo vertiginosamente. Estas são as consequências do projeto econômico dos empresários que financiaram nos bastidores o golpe institucional de 2016. Esses mesmos agentes econômicos que hoje soltam cínicas declarações fazendo juras de defesa das instituições democráticas do regime instituído através deste golpe. Neste sentido, enfrentar Bolsonaro, a extrema direita e todos esses ataques econômicos é urgente. Porém a saída eleitoral apresentada pelo PT e Lula-Alkmin, não parece ter qualquer aversão a esses inimigos da classe trabalhadora.

Desde que Lula teve sua reabilitação eleitoral consumada, com o desmonte da operação lava jato, já vem afirmando desde os primeiros discursos, que perdoa todos aqueles que o colocaram na prisão. O perdão veio de imediato, mesmo sua prisão arbitrária sendo o principal artifício para manipular as eleições de 2018, abrindo o espaço para a ascensão de Bolsonaro. Perdoou também o golpe de 2016, que depôs sua parceira Dilma da presidência, para que Temer assumisse as rédeas dos ataques que não estavam sendo entregues na velocidade que o capital financeiro exigia.

O golpe de 2016 e a prisão arbitrária de Lula como sabemos foi uma grande operação orquestrada para despejar nas costas da classe trabalhadora brasileira a crise capitalista. Ataques atrás de ataques enfileirados, reforma trabalhista, reforma da previdência, lei do teto de gastos, privatizações, desemprego, inflação, dolarização do preço de combustíveis, e um longo etc. Esse é o plano econômico em curso fruto deste golpe.

Mas o perdão de Lula aos golpistas responsáveis por toda essa desgraça que foi lançada contra nós, não foi apenas uma demonstração de submissão ao capital financeiro e suas novas exigências econômicas. Não foi apenas um gesto de rendição e disciplinamento perante as vontades dos grandes capitalistas que mandam e desmandam neste país. O perdão de Lula, hoje nas eleições percebemos, foi antes de tudo um chamado a conciliação com toda essa corja golpista, um chamado à cooperação, uma sinalização para abrir as negociatas das frentes eleitorais para 2022.

Em diversos estados Lula costurou acordos com as forças políticas majoritárias para evitar batalhas em pontos estratégicos para sua campanha. Disposto a vender sua alma, e de quem mais for necessário, para vencer as eleições de 2022, Lula selou alianças por todo o país com aqueles que conspiraram na manipulação das eleições de 2018 com sua prisão e votaram pelo golpe de 2016.

É o caso de Danilo Cabral, candidato a governador pelo PSB em Pernambuco. Este partido, que apoiou o golpe de 2016, controla a máquina pública eleitoral deste estado, no governo há 16 anos. Para garantir o apoio da oligarquia psbista em Pernambuco, Lula está apoiando a candidatura de Cabral, criando cenas esdrúxulas, em que o candidato a governador divide palanque com Lula sob vaias e gritos de “golpista” pelo próprio eleitorado petista.

No Amazonas a aliança com a sanha golpista se repete de forma ainda mais absurda, com Lula apoiando Eduardo Braga do MDB para o governo e Omar Aziz do PSD para a reeleição ao Senado. Enquanto o presidente do PT no Amazonas, o deputado estadual Sinésio Campos, apoia a reeleição de Wilson Lima (União Brasil) para governador, que por sua vez fechou aliança com o presidente Jair Bolsonaro (PL).

Já no Mato Grosso, as alianças conciliadoras com golpistas de Lula chegaram ao deputado federal Neri Geller (PP), um dos principais membros da bancada ruralista, que vai concorrer ao Senado. Assim o empresário Geller irá liderar o palanque de Lula no estado junto a outros nomes de peso do agronegócio, como o senador Carlos Fávaro (PSD) e os empresários Blairo e Eraí Maggi, eméritos golpistas.

Além desses casos emblemáticos que exemplificam até onde vai a política de conciliação de classes de Lula, que não termina com seu vice tucano Geraldo Alckmin (PSB), Lula ainda está apoiando Veneziano Vital do MDB para governador na Paraíba e ainda não estão descartadas alianças com o MDB ou PSD no Mato Grosso do Sul e com o PSDB em Goiás.

As alianças de Lula com candidatos golpistas, que sustentaram sua prisão arbitrária e foram base do golpe de 2016, não é sintoma de algum tipo bizarro de síndrome de Estocolmo. Na realidade trata-se das expressões mais explícitas do projeto de conciliação de classes da chapa Lula-Alckmin, que visa pactuar com as forças golpistas e manutenção do projeto econômico do golpe sob a gestão de Lula.

Lula em seus discursos fala hipocritamente sobre fome, desemprego e a condição terrível em que se encontra a população trabalhadora brasileira. Porém, como é de praxe e sempre de seu feitio, está de mãos dadas acordando nossos futuros justamente com os responsáveis por nossa tragédia. Desta vez sob a premissa de ser a única forma possível de derrotar Bolsonaro.

Mas isso não é verdade. Muito pelo contrário. Não será se aliando com a FIESP e a Febraban, com os ruralistas do agronegócio nem com os golpistas que estenderam o tapete para Bolsonaro que iremos derrotar a extrema direita, o bolsonarismo e as terríveis consequências econômicas do golpe de 2016. Para derrotar essa corja direitista, e os patrões que os patrocina, é preciso organizar a luta com os métodos da classe trabalhadora, com greves e paralizações organizadas pelas base, pela revogação de todos ataques em curso assim como a reforma trabalhista e da previdência. E por isso é necessário a completa independência política do PT e a da chapa Lula-Alckmin que se alia com nossos inimigos.

 
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