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As eleições na Geografia da UFF e a necessidade de construir um forte Movimento Estudantil contra a extrema direita e suas variantes
Calvin de Oliveira
Estudante de Geografia da UFF - Niterói
Faísca - UFF
@faiscajuventude

Apresentamos este artigo para dialogar sobre as eleições que acontecem agora na Geografia da UFF, com todos aqueles que querem derrotar o projeto autoritário e de precarização que impõe Bolsonaro, Castro, os Militares mas também as variantes de direita e qual papel um Diretório Acadêmico e um movimento estudantil podem cumprir nessa luta.

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Reprodução/Instagram

Desde o final do segundo governo Dilma mas aprofundado pelo golpe institucional, Temer e ainda mais Bolsonaro, as Universidades e a juventude sofrem duros ataques às suas condições de existência. São inúmeros cortes no orçamento federal para a Educação por conta do Teto de Gastos e o pagamento da dívida pública, que inviabilizam uma política de permanência plena e um acesso verdadeiramente universal à educação no país. Tudo isso para garantir trilhões para os principais bancos brasileiros e estrangeiros. Uma política que leva ao aumento da evasão e da elitização nas universidades públicas, isso sem falar do aumento da precarização do trabalho e no estado do Rio de Janeiro, Witzel e Castro assassinando a juventude negra com suas chacinas.

Seriam linhas e mais linhas da nojeira que representa o bolsonarismo e a extrema direita. Mas queremos aqui frisar que esses ataques não passaram sem luta, e que só a luta e a mobilização ao lado dos trabalhadores podem reverter cada uma dessas medidas. Bolsonaro colocou os estudantes e as mulheres como inimigos número 1 de seu governo e em 2019, nós estudantes demos uma forte resposta contra os ataques que estavam colocados naquele momento, a UFF foi exemplo nacional com um ato histórico em Niterói e blocos de curso nos atos que se seguiram, mas as direções do movimento (a UNE e a gestão do DATER à época dirigidos por PT e do PCdoB) naquele momento se negaram a unificar nossa luta com a dos trabalhadores, então contra a reforma da previdência. Negociaram com Maia e companhia que se passasse a reforma da previdência, os cortes seriam revertidos. Trocaram nosso futuro e a aposentadoria dos trabalhadores por algo que no ano seguinte foi de novo cortado.

Veja a posição da Faísca para as eleições do DATER de 2019: Por um DATER de luta e proporcional! Contra Bolsonaro, Witzel e a precarização!

Queremos nos inspirar no espírito de mobilização daquele Tsunami da Educação, mas também da luta contra o Teto de Gastos, das mobilizações pelo Fora Bolsonaro, para construir um movimento estudantil de ideias revolucionárias, para que sejam os capitalistas que paguem pela crise.Tirando balanços importantes dessas lutas, como por exemplo a falta da mobilização pela base e da aliança com os trabalhadores. Esse texto tenta discutir frente ao cenário das eleições na Geografia e a conjuntura recente, que DATER construir?

Nesse sentido, nós da Faísca, mesmo com todas as diferenças que temos com as correntes como UJC, Kizomba(PT), Afronte(Resistência/PSOL) e Vamos à Luta(CST/PSOL) entramos na Comissão gestora da geografia no fim de 2021, para poder frente às volta das aulas presenciais poder atuar de forma mais cotidiana nas dificuldades da volta, na politização do processo e tentar impulsionar processos de mobilização. Propusemos desde antes de entrarmos na Comissão gestora a necessidade de blocos da geografia nos atos de 2021, e a importância de um movimento pela base, valorizando as assembleias como espaços de organização dos estudantes, sem vê-las de forma burocrática mas como parte fundamental do Movimento Estudantil, mas também dentro da Comissão propusemos o debate sobre a Guerra na Ucrânia e a campanha de cartazes em apoio à greve dos Garis do Rio de Janeiro. Propostas que também fizemos na História, por exemplo, mas infelizmente não passaram no Centro Acadêmico (CAIMD) dirigido pelas correntes que hoje também compõem a atual chapa GeoSemMuros.

Para essas eleições, que foram adiadas algumas vezes por motivos necessários e infelizmente se realizam por meio de uma chapa única, queremos debater com as ideias expressas pela chapa Geo Sem Muros que é composta pelo coletivos, Juntos!, UJC e Correnteza, além de independentes.

Uma observação anterior é necessária: dentro da comissão gestora, propusemos a necessidade de uma assembleia fortemente construída no curso antes de se abrir o processo eleitoral, algo que como balanço geral da comissão não foi realizado. Frente à esse cenário, naquele momento, nós da Faísca propusemos que a assembleia do dia 19/05 tivesse como pauta organizar os estudantes para a campanha do Passe Livre e a partir desta assembleia, tirasse uma data para uma nova assembleia com pauta eleitoral. Tínhamos aí dois objetivos: fortalecer a campanha pelo Passe Livre na base do curso e reforçar em uma primeira assembleia a importância das eleições de D.A contando com a necessidade de um amplo debate no curso frente ao esvaziamento político do curso após dois anos de pandemia. A resposta do conjunto das correntes e principalmente da UJC, que detinha 3 militantes na comissão gestora foi que “não dava tempo”. No momento da assembleia eleitoral que demorou a bater quórum e foi esvaziada, propusemos a realização de uma convenção eleitoral, um mecanismo para aprofundar os debates políticos do curso antes das próprias formações de chapas, na Comissão Eleitoral a justificativa se repetiu com o argumento de que “não daria tempo” para realização da Convenção.

A justificativa organizativa para evitar construir debates políticos amplos no curso gera a despolitização. Depois desse momento, dois debates eleitorais com a chapa única ocorreram sem quórum e a votação também foi adiada. Agora sobra o tempo para adiamentos, mas faltou a politização dos estudantes, que não foi construída ao longo do último período.

Encaramos que a passividade no marco de tantos ataques é construída pela política das direções que em nível nacional se expressa na direção da UNE com PT e PCdoB, apostando todas as fichas da juventude e do país na chapa Lula-Alckimin, mas também nas correntes que se expressam na chapa GeoSemMuros que ao nosso ver não criam um ambiente político para que os estudantes se forjem como sujeitos políticos. Lamentamos assim que o processo eleitoral para D.A passou com debates esvaziados, calendários adiados e de uma forma geral despolitizada.

Para derrotar o bolsonarismo e conquistar uma permanência plena e uma universidade radicalmente diferente e à serviço dos trabalhadores e do povo pobre precisamos de outra tradição no Movimento Estudantil e um Diretório Acadêmico à serviço da construção da luta dos estudantes aliados à classe trabalhadora.

Para realmente construir uma GeoSemMuros, precisamos nos aliar aos trabalhadores

Escrevemos nesta nota como chegamos até aqui e fatos políticos importantes que atravessam o cotidiano dos estudantes, infelizmente a conjuntura apresentada pela chapa 1, passa muito rapidamente pelo o que considera importante na realidade do país hoje além da oposição ao governo Bolsonaro. Estamos todos contra os ataques, mas quais e como derrotar o governo Bolsonaro? Infelizmente, por exemplo, no CAIMD (C.A de história da UFF-Niterói), essas mesmas correntes que compõe a chapa 1, no início do ano se recusaram a apoiar a greve dos garis do Rio de Janeiro. Uma vitória dos garis contra Paes naquele momento poderia inflamar outras categorias a se mobilizarem contra os ataques diários ao custo de vida. O exemplo ativo de um dos principais C.A’s da UFF poderia tornar o apoio passivo da população a um apoio ativo e fortalecer a luta dos trabalhadores. Por nossa iniciativa foi realizada a campanha de cartazes no curso da geografia e a foto na roda de permanência estudantil, infelizmente as corrente que compõe a chapa 1 tem um histórico de não movimentar suas entidades para unificar a luta dos trabalhadores com a dos estudantes.

Em outros pontos, defendemos a necessidade da luta pela revogação imediata da Reforma do Ensino Médio, da Reforma Trabalhistas e de todas as contrarreformas neoliberais, que afetam diretamente as condições de vida dos estudantes. Além de levantar a necessidade da revogação do Teto de Gastos que restringe o orçamento da educação para pagar a dívida pública e refletindo na precarização cada vez maior das universidades e empurrando-as para um projeto cada vez mais privado e elitista.

Os debates, por exemplo, sobre saúde mental, opressões e mães e pais, precisam estar conectados para enfrentar a realidade de cada vez mais precarização do país, que oferece esse sistema capitalista. Ainda que as medidas apresentadas possam ser interessantes, como a necessidade de fraldários, de um boletim mensal, organizar a xerox e outras, falta uma resposta de fundo que aponte para a luta com os trabalhadores que pode arrancar o fim da precarização da vida da juventude: como a revogação da Reforma Trabalhista. Estaremos lado a lado em cada luta, mas é preciso que se expresse claramente a necessidade de lutar ao lado dos trabalhadores para derrotar Bolsonaro sem confiar que na conciliação com Alckmin seja um meio efetivo de combater a extrema direita e os ataques.

Para realmente realizar o que lema da chapa se propõe(Por uma UFF pintada de Povo), precisamos de um programa radicalmente diferente, que se enfrente com Bolsonaro e suas bases econômicas, que levante a aliança dos trabalhadores e impulsione a auto-organização. Tentamos expressar essas ideias, por exemplo, na greve dos Garis e na proposta de Convenção Eleitoral, mas como um debate de programa, nós da Faísca achamos essencial levantar também o Fim do Vestibular, para que todo mundo tenha direito de estudar, e sem pagar, levantando a estatização das universidades privadas sob o controle dos trabalhadores e estudantes. Além da necessidade de um D.A que fortaleça a luta do Passe Livre, na perspectiva da luta pela reestatização dos transportes públicos sobre controle dos trabalhadores e uma Petrobras 100% administrada democraticamente pelos trabalhadores.

Chamamos todos que concordaram com essas ideias ou com parte delas, a conhecer o manifesto da Faísca Revolucionária: Comunismo e revolução permanente: um programa revolucionário para a juventude

 
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