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XIX Congresso do PTS
A crise do peronismo abre um grande desafio para a esquerda argentina
Redação

Neste fim de semana aconteceu na cidade de Buenos Aires o XIX Congresso do Partido de Trabalhadores Socialistas (PTS) da Frente de Esquerda - Unidade. O PTS é o partido-irmão do MRT na Argentina.Durante quatro dias, mais de 300 delegados de 20 províncias, representando milhares de militantes de todo o país, analisaram os principais desafios da esquerda revolucionária na Argentina.

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O Congresso foi presidido pelo ceramista Raúl Godoy, juntamente com trabalhadores, líderes estudantis e intelectuais de grande parte do país. Ao longo de quatro dias se realizou uma intensa discussão sobre a situação internacional marcada pela invasão russa da Ucrânia, bem como suas implicações para a economia nacional. Neste quadro foi decidido aprofundar uma grande campanha pela ruptura do pacto com o FMI que o governo assinou com o apoio do Juntos pela Mudança da direita; a questão da dívida externa e o confronto com o programa implantado pelos grandes empresários do país para intensificar o reajuste contra os trabalhadores com mais tarifas, inflação, precarização e flexibilização trabalhista.

O Congresso votou um Manifesto Programático destinado a intervir na crise nacional, apoiando as duras lutas em curso, como a do sindicato dos pneus, Bagley Córdoba e as da Unidade Piquetera. Nesse quadro, é necessário reivindicar uma paralisação nacional que seja o início de um plano de luta na perspectiva da greve geral. Além disso, se discutiu que as palavras de ordem centrais do Manifesto sejam a unidade dos trabalhadores empregados e desempregados para derrotar o ajuste do FMI, do governo, da oposição de direita e dos empresários; por uma solução socialista para a crise e a decadência a que levaram o país; e por um grande partido revolucionário da classe operária.

Neste contexto, decidiu-se colocar à disposição dos restantes partidos da Frente de Esquerda - Unidade (FITU) e das organizações combativas de trabalhadores e desempregados o projeto da jornada de trabalho de 6 horas e 5 dias, com distribuição de horas de trabalho e sem cortes salariais como bandeira de luta de todo o movimento operário.

Nessa perspectiva, o Congresso definiu que é fundamental continuar a se organizar ativamente além dos milhares de simpatizantes que o PTS e a Frente de Esquerda - Unidade têm hoje, bem como continuar desenvolvendo centenas de assembleias abertas em todo o país.

O Congresso do PTS notou uma situação especial entre as massas trabalhadoras do segundo cordão da Grande Buenos Aires e também nos bairros populares de outras grandes cidades do país. Esses são os setores que mais sofrem com as políticas de ajuste dos governos nacional e provincial. No caso da Província de Buenos Aires, foi lá que setores da população pobre travaram duras lutas por terra e moradia, como aconteceu em Guernica. Essa luta por moradia também se verifica em outras províncias. Durante as sessões do Congresso, Rosario, camarada que participa da luta pela tomada de Magaldi, tomou a palavra.

No segundo cordão da Província de Buenos Aires, em lugares como La Matanza, a Frente de Esquerda - Unidade realizou uma eleição histórica em novembro passado, superando 10% dos votos em várias localidades. Essa boa eleição expressou o crescente descontentamento de setores populares com o Governo da Frente de Todos. Essa situação, conforme evidenciado por vários delegados, continua. Situação semelhante foi encontrada em Jujuy, onde a FITU alcançou, em 2021, quase 25% dos votos com a candidatura de Alejandro Vilca. Nessa província, aliás, está a ser desenvolvido um processo de organização dos trabalhadores rurais que evidencia também a crise do PJ provincial. Nesse quadro, o Congresso definiu que essa crise do peronismo abre um grande desafio para a esquerda.

Nicolás del Caño, que foi o candidato presidencial da FITU nas duas últimas eleições, propôs que o Congresso do PTS colocasse as pré-candidaturas presidenciais de Myriam Bregman e Alejandro Vilca como proposta para os demais partidos da FITU frente à batalha eleitoral de 2023, como tribuna para difundir uma saída para os trabalhadores reorganizarem o país diante das diferentes opções apoiadas pelo regime do FMI e que buscarão aplicar o programa dos patrões. Com o mesmo objetivo, Nicolás del Caño, junto com Christian Castillo, se concentrará na Província de Buenos Aires, onde o PTS decidiu aprofundar o trabalho do partido, abrindo dezenas de casas culturais socialistas em diferentes localidades da grande Buenos Aires, onde ocorrerão assembleias do PTS. Essa iniciativa também será desenvolvida em todo o país, buscando tornar as casas centros de organização social, cultural, sindical e política para amplos setores que começam a se aproximar da esquerda como alternativa a todas as variantes políticas que se expressam às classes dominantes.

 
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