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Trabalho escravo
Trabalhador é encontrado em condições de escravidão no MS, vivendo entre porcos e cobras
Redação

Às margens do rio Paraguai, perto de Corumbá, no Mato Grosso do Sul, um trabalhador foi resgatado de condições análogas às escravidão. Deploravelmente, o trabalhador dormia em um chiqueiro de porcos por mais de dois meses, local onde também aparecia jararacas, sucuris e urubus. O trabalhador também ficou sem receber seu salário. Essa situação é fruto da reforma trabalhista de Temer e do reacionário governo Bolsonaro, que governa para o agronegócio e latifundiários e a elite escravocrata brasileira.

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Imagem: AFT

O trabalhador foi encontrado com sua companheira no final de maio. O proprietário da área, Carlos Augusto de Borges Martins, foi preso em flagrante e, depois, solto sob fiança.

O trabalhador já não se encontra mais no local de trabalho, mas o patrão não quer reconhecer o vínculo, e as negociações com a fiscalização para o pagamento dos direitos continua.

Segundo o trabalhador, o proprietário afirmou que eles não poderiam deixar o local por estarem devendo R$ 2 mil referentes à alimentação.

O trabalhador, durante os mais de dois meses que permaneceu no serviço, não recebeu remuneração alguma e não teve sua carteira assinada. Pelo contrário, os produtos alimentícios (arroz, feijão e macarrão, sem direito a carne) entregues serviam para aumentar a dívida com o patrão.

Também não teve acesso a nenhum equipamento de proteção individual. E quando quebrou a sua própria foice que usava no serviço, o fazendeiro a substituiu avisando que o seu preço seria descontado do que ele teria a receber. O que é ilegal, uma vez que instrumentos de trabalho devem ser fornecidos gratuitamente.

Dada a ausência de banheiro, as necessidades fisiológicas eram feitas no mato e o banho, em um local improvisado, usando um balde com a água do rio. A jornada era diariamente das 6h30 às 17h.

Como a fazenda só pode ser alcançada de barco a partir do porto de Corumbá (MS), o trabalhador dependia do patrão para receber comida, mesmo tendo em algumas ocasiões ter recebido doações de vizinhos para sobreviver.

O trabalhador vai receber três parcelas de um salário mínimo por conta do seguro-desemprego especial para os resgatados de condições análogas às de escravo, o que é muito pouco diante de toda a humilhação e sofrimento que passou, ao mesmo tempo em que a justiça burguesa mais uma vez faz de tudo para que esse patrão não precise arcar com as consequências desse ato repugnante, muito provavelmente apenas tendo que pagar uma pequena fiança, mas seguindo livre, como se nada tivesse acontecido.

Esses casos de escravidão, lamentavelmente, são algo "comum" e "recorrente" no Brasil de Bolsonaro e em toda a sua história em que sempre foi governada por uma elite escravocrata até a medula. 1937 pessoas foram resgatadas em condições análogas a escravidão em 2021 no Brasil. Em novembro de 2021, o presidente Jair Bolsonaro, fiel defensor do agronegócio e dos grandes empresários, editou um decreto que dificulta a fiscalização das condições de trabalho no Brasil. Além disso, 84% dos trabalhadores resgatados de trabalho análogo à escravidão em 2022 são negros, mostrando exatamente como o caráter racista é parte do DNA da elite brasileira.

Esse caso também é consequência direta da reforma trabalhista aprovada pelo governo Temer e pelo regime do golpe aberto em 2016. Somente a luta da classe trabalhadora, tomando ruas, locais de trabalho e de estudo pode derrotar esse ataque que precariza o trabalho chegando às condições mais desumanas, caminhando para questionar o conjunto do modelo de trabalho atual, que degrada, explora e humilha os trabalhadores.

 
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