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Rio de Janeiro
Cláudio Castro e o rastro de sangue: 1 ano de gestão com 40 chacinas policiais
Redação

Em apenas um ano de gestão de Cláudio Castro (PSL), o Rio de Janeiro viveu uma sequência de 40 chacinas, com 180 mortes promovidas pelas mãos das polícias. Esse rio de sangue que escorre dessa gestão policialesca, asquerosa e reacionária é realizado a mando do governador do PSL, alinhado com o asqueroso governo Bolsonaro.

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Esse é o número apontado pelo levantamento realizado pelo Instituto Fogo Cruzado, que reúne dados sobre a violência armada, em conjunto com o Grupo de Estudos dos Novos ilegalismos da Universidade Federal Fluminense (Geni-EFF). Segundo a pesquisa, das 40 chacinas cometidas sob a gestão de Castro, 31 delas ocorreram em operações policiais, ou seja, a mando direto do governador. São consideradas chacinas, de acordo com os pesquisadores na área de segurança pública, todas as ações com ao menos três mortes.

Além deste estudo, há diversos outros levantamentos, realizados por diferentes institutos de pesquisas, nos quais o número de mortos pode ser ainda maior.

Como se aponta neste texto de Yuri Capadócia, “com Wilson Witzel, antecessor de Castro que sofreu impeachment, esse processo [incremento do aparato repressivo] parecia ter atingido o ápice, chegando ao uso de snipers e helicópteros contra a população, Castro, porém, vem superando sua letalidade.”

Assista: A Chacina eleitoreira de Claudio Castro na Vila Cruzeiro

Cláudio Castro vem usando essas chacinas como “medalhas” que exibe no peito como parte de sua campanha eleitoral.

Abaixo, listamos algumas das carnificinas produzidas neste curto período de tempo para que não sejam esquecidas. É com a matança indiscriminada que Cláudio Castro e sanguinários como ele apostam em “resolver” os problemas sociais do Rio de Janeiro.

A mais recente chacina na Vila do Cruzeiro, no Complexo da Penha

Foi a segunda ação policial mais letal da história do Rio de Janeiro, depois da chacina de Jacarezinho. Durante ação policial do Bope (Batalhão de Operações Especiais) em conjunto com a Polícia Rodoviária Federal na região da Vila Cruzeiro, no Complexo da Penha (zona norte do Rio), 26 pessoas foram assassinadas.
A chacina, que foi comemorada por Bolsonaro e por diversos dos setores mais sanguinários espalhados pelo país, provocou o rio de sangue que arrastou consigo inocentes e disseminou pavor nos bairros pobres do Rio de Janeiro, onde cada morador da Vila do Cruzeiro tem medo de que seja mais um “acidentalmente” atingido pelas balas da polícia de Castro.

A operação contou com a atuação não só da Polícia Militar, mas também com a Polícia Federal e da Polícia Rodoviária Federal. Segundo Cláudio Castro, “não houve chacina alguma” no Complexo da Penha.

A maior chacina da história do Rio de Janeiro: Jacarezinho

Considerada um “trabalho de inteligência” pelo Cláudio Castro e pela Polícia Civil, a operação na favela do Jacarezinho, na Zona Norte do Rio de Janeiro, assassinou 28 pessoas. O massacre correu o mundo e chamou a atenção até mesmo de instâncias internacionais como a ONU, que pediu uma investigação ao Ministério Público sobre a operação. Segundo relato das mães, policiais disseram que “20 mães chorando era pouco”.

A Polícia de Cláudio Castro negou ter havido “irregularidades” na operação e defendeu os agentes. Se já não bastasse isso, recentemente a Polícia Civil ainda destruiu com um caveirão (carro blindado) uma placa em homenagem aos mortos, passando por cima do monumento que foi instaurado 1 ano após a chacina.

Outras 15 pessoas mortas na operação em Belford Roxo

Também há poucos meses, em fevereiro deste ano, outras 15 pessoas foram assassinadas na operação em Belford Roxo. Nela, os policiais decidiram executar mesmo após as pessoas estarem encurraladas e rendidas..

42 tiros de fuzil rifam a vida de mais 10 pessoas no Complexo do Salgueiro

“Coisa boa não estavam fazendo”, disse Cláudio Castro após mais uma chacina, a no Complexo do Salgueiro, que aconteceu em novembro do ano passado. O episódio aconteceu dois dias após o Dia da Consciência Negra e também foi aplaudido por setores reacionários ligados a Cláudio Castro.

Como se a barbárie já não fosse suficiente, a chacina foi chamada de "baguncinha" por policial que participou da matança. Nessa ação, há diversos relatos de que houve diversas práticas de tortura, além das mortes propriamente, nas quais os corpos foram desovados num mangue, onde os familiares tiveram que entrar para retirá-los.
A cena também correu o mundo, porém, para Cláudio Castro, também é tido como mais uma de suas “medalhas”.

Leia também: Base policial bolsonarista manda recado de sangue com Chacina na Vila Cruzeiro

Além das demais 36 chacinas que não estão aqui citadas, se perde a conta de quantas ações aconteceram por fora de operações nas quais são sempre os negros que entram para as estatísticas de assassinados pela polícia de Castro. Pais de família inocentes, crianças, adolescentes, trabalhadores. São inúmeros os relatos de todo tipo de “apavoro” que sofrem as comunidades cariocas a cada ano, que longe de acabar com o crime organizado e com o tráfico de drogas, só os fazem aumentar e, assim, cada vez mais normalizada a ideia de que morar na favela é estar sujeito a cenas de banhos de sangue, ou ainda a invasão de domicílios por parte das polícias, agressões, truculência, ameaças etc.

É preciso impor um basta à essa podridão de Cláudio Castro, que nesse sentido anda de mãos dadas com Bolsonaro, impor o fim de todas as polícias, que se mostram a cada dia os maiores responsáveis por essa degradação social. Precisamos lutar por justiça diante de cada vida inocente perdida, mas sem atrelar esta batalha à uma luta pelo conjunto das condições de vida da população, não sairemos desta situação.

A degradação das condições de vida da população (com o desemprego, carestia de vida, a fome etc.) é o que produz o aumento da violência social. Por isso, uma resposta para a demanda por segurança precisa partir de responder a fundo a crise econômica, colocando uma saída anticapitalista, que ofereça emprego, saúde e educação ao conjunto da população. Nesse sentido, é absolutamente necessário uma reforma urbana radical para transformar as condições de vida precárias dessa enorme parcela da população, não só carioca, com um plano de obras públicas que crie empregos dignos, por exemplo.

Precisamos apostar na luta para impor o fim das reformas antipopulares, o congelamento dos preços dos alimentos, a criação de empregos para todos, junto a outras medidas básicas que se mostram como o primeiro passo para uma luta que deve avançar a questionar de conjunto esse apodrecido regime político, que é fruto de um golpe que veio justamente para descarregar ainda mais nos trabalhadores e no povo pobre os custos da crise.

Devemos atrelar este programa ao questionamento do conjunto desse sistema capitalista, que se mostra a cada dia absolutamente incapaz de resolver desde os problemas mais imediatos da população, até mesmo os maiores problemas socioeconômicos, políticos, ambientais e sanitários que se apresentam.

 
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