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DECLARAÇÃO PÃO E ROSAS - 8 DE MARÇO
O ajuste veio quente, as mulheres estão fervendo
Rita Frau Cardia
Babi Dellatorre
Trabalhadora do Hospital Universitário da USP, representante dos trabalhadores no Conselho Universitário

Nas escolas, nos locais de trabalho, no centro das cidades assim como as capas de jornais, das revistas e nos principais programas de TV, não se pode negar o protagonismo das mulheres nas principais mobilizações do país. Não a toa, o governo e as empresas, como Avon e outras, começam a querer defender nossas pautas para ganhar espaço entre os movimentos feministas.

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O lema "Lute como uma menina" é a expressão de centenas de meninas secundaristas que desafiaram e derrotaram o governador de SP, Geraldo Alckmin, e que voltaram a tomar as ruas do Rio de Janeiro junto aos professores e todo o funcionalismo que decretou greve. Segue uma organização nas suas escolas para debater os problemas do machismo, os currículos escolares, as roupas que podem vestir, e os próximos passos para defender a educação pública.

Mas não são só as meninas que mostraram como lutar. As centenas de greves que estouraram pelo país só comprovam que as mulheres cada vez mais são linha de frente na luta pelos seus direitos. Trabalhadoras terceirizadas da limpeza, professoras, metroviárias, ecetistas, operárias de fábrica, operadoras de telemarketing são o rosto de um país que, mesmo governado por uma mulher, deixou milhares de mulheres sem salários, sem emprego e manteve o peso do patriarcado sob elas, expresso na dupla jornada, na violência de gênero cotidiana, na falta de direito de decidir sobre seu proprio corpo.

Sejamos milhares para arrancar o direito ao Aborto, legal, seguro e gratuito

Os ajustes já começaram e estão cada vez mais quentes. São centenas de demissões pelo país, aumento do desemprego e novamente são as mulheres as que mais sofrem com esta situação. Enquanto seguimos sem direitos básicos, e com uma taxa escandalosa do feminicidio, Cunha, Feliciano e Bolsonaro assim como tantos outros políticos reacionários buscam avançar em retirar nossos direitos. São declarações, comentários e projetos de lei tão asquerosos que causam grande indignação entre milhares de mulheres. E agora convocam um ato com claro intuito de promover o Impeachment como se estes fossem menos corruptos ou tivessem qualquer legitimidade para governar o país.

Todavia, um movimento de mulheres consequente com nossas pautas, não pode defender Dilma e o PT que em mais de 14 anos no governo não pautou seriamente o direito elementar do aborto, legal, seguro e gratuito. Um governo que com uma mulher a frente, não aprofundou nossas pautas e seguiu abandonando milhares de mulheres, em sua grande maioria negras, mortas por abortos clandestinos. Com a profunda crise na saúde com os milhares de casos de microcefalia se escancara ainda mais as diferenças de anos n gênero e retoma uma esta histórica demanda do movimento de mulheres. A Marcha Mundial de Mulheres não pode novamente se submeter ao governo Dilma para não lutar seriamente por esta demanda, quando a própria ONU é obrigada a declarar que é urgente a garantia deste direito. Por isso chamamos a mais ampla unidade, com as companheiras do MMM e do Movimento Mulheres em Luta a construir um grande ato para arrancar este direito.

Também seguimos lutando pelo direito a maternidade que é negado para as mulheres trabalhadoras que além de cuidar de seus filhos, precisam trabalhar para garantir o sustento de suas famílias, os governos lavam as mãos e mostram que governam apenas para os capitalistas, isto é, para garantir mais lucros para um grupo pequeno de empresários que nada se comprometem com a vida das mulheres.

Por isso, nós do Pão e Rosas estamos na linha de frente por um Movimento Nacional contra os ajustes, onde as mulheres lutadoras de diversas categorias, das escolas e das universidades devem se unir para barrar cada demissão, cada corte de gastos destinados aos serviços públicos e colocar o movimento de mulheres na defesa dos nossos direitos. Por isso, nós colocamos todas as nossas forças na solidariedade ativa com os operários e operárias da Mabe que seguem uma luta pelo pagamento dos seus salários, seus direitos e pela manutenção dos postos de trabalho.

Nem Uma A Menos

A violência de gênero segue como um pilar fundamental da sociedade capitalista. No começo de janeiro, os números chocaram e demonstraram a triste realidade das mulheres trans e travestis que tiveram mais de 57 assassinatos em menos de um mês de 2016.

Mesmo com a lei Maria da Penha e com a Lei do Feminicídio, a violência machista segue sendo o último elo de uma sequência de violências que sofremos todos os dias. Com os assédios no transporte público, as piadas nos programas de televisão, as duplas e triplas jornadas de trabalho que somos destinadas, os relacionamentos abusivos, os distúrbios alimentares para se enquadrar nos padrões estéticos e tantas outras formas de violência psicológica e física.

Queremos dar um basta a esta situação! Não podemos tolerar nenhuma forma de violência! Por isso, é preciso construir um grande ato neste 8 de Março que de voz as milhares de mulheres lutadoras que ensinam todos os dias como lutar pelos nossos direitos sem abaixar a cabeça. Demonstrar nas ruas a força das nossas reivindicações e fortalecer um movimento de mulheres anticapitalista que lute pela emancipação das mulheres, com o espirito da juventude que vem saindo as ruas para abrir caminho aos trabalhadores.

Venha construir um grande bloco junto com as mulheres do Pão e Rosas, para impedir que a crise do governo Dilma fortaleça a direita que só quer caçar nossos direitos. Se o ajuste e os ataques vem quentes... as mulheres estudantes e trabalhadoras estamos fervendo! E não duvidem, Cunha, Bolsonaro, Feliciano e Dilma vão sair perdendo...

 
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