Os servidores municipais da educação de Belém, no Pará, estavam em greve há quase dois meses exigindo reajuste salarial do prefeito Edmilson, do PSOL. Porém, o prefeito além de seguir uma linha dura com campanhas contra a greve e manter o arrocho salarial, ainda aplicou um corte brutal de salário aos servidores, isso em meio ao país da fome, miséria e desemprego.
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Os servidores municipais da educação de Belém estavam em greve desde 6 de abril exigindo reajuste salarial, isso porque há anos esses trabalhadores vivem um arrocho que faz com que o salário base não alcance o mínimo nacional. Edmilson, prefeito do PSOL que tem o PT como vice e se elegeu com uma coligação que contou com partidos que vão da Rede, PDT, PCdoB à UP e contando também com o apoio do PCB, desde as eleições prometeu atender essa pauta e reajustar os salários, mas pelo contrário, veio mantendo o arrocho, tentando fazer até mesmo uma reforma da previdência municipal que aumentaria os descontos salariais, o que foi adiado pelo enorme rechaço dos servidores, e agora cortou diretamente os salários dos grevistas.
A prefeitura aplicou um corte brutal de 24 dias de salário, deixando trabalhadoras e trabalhadores que lutavam contra o arrocho sem conseguir sustentar suas famílias, em meio ao país de Bolsonaro e Mourão em que se impõe a fome, miséria e desemprego. Além disso, o governo de Edmilson ainda fez campanha aberta contra os grevistas, chamando de um “grupinho" de esquerda (inclusive do próprio PSOL) aliada aos bolsonaristas, e usou abertamente o corte como condicionante para o fim da greve dos servidores oferecendo apenas 4,52% de reajuste salarial, o que faz com que o salário-base não alcance nem $1.000,00.
*Holerites de servidores municipais de Belém referentes ao mês de maio
Com esse ataque que deixa famílias sem conseguir se sustentar, isso na cidade onde segundo o Dieese se gasta mais da metade do salário com a cesta básica, os servidores decidiram ontem, dia 31, pelo fim da greve e a volta ao trabalho. Edmilson mostra mais uma vez que está longe de qualquer perspectiva de esquerda e sua prefeitura significa gerir o Estado capitalista em crise, o que tem como consequência ataques e repressão aos trabalhadores e aos que lutam, como vimos com a forte repressão que a prefeitura impôs aos manifestantes que se colocaram contra o aumento das passagens de ônibus.
Assim, a prefeitura do PSOL é uma expressão cabal dos caminhos que veio tomando esse partido, que por um lado hoje se coloca ao lado de Lula-Alckmin, uma aliança do PT com o neoliberal e espancador de professor que é Geraldo Alckmin, e por outro se coloca com a ecocapitalista Marina Silva, com a federação da REDE-PSOL. E estão longe de confiar nas forças dos trabalhadores para combater a extrema direita bolsonarista, pelo contrário atacam a organização e a greve dos trabalhadores com cortes, arrocho e precarização.
Nós do Esquerda diário, que chamamos a esquerda a uma campanha para derrotar os ajustes de Edmilson, nos solidarizamos com os servidores municipais de Belém, repudiamos mais essa medida da prefeitura do PSOL e exigimos o pagamento imediato dos servidores.
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