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“Minha prima abraçou os três filhos e morreu abraçada com eles”: relatos da tragédia capitalista em Recife
Redação

Já chegam a 91 mortos, 26 desaparecidos e mais de 5000 desabrigados o número de pessoas atingidas pela tragédia capitalista em Recife. A região metropolitana vem sendo afetada pelas fortes chuvas desde quarta-feira, o que provocou deslizamentos e colocou muitas famílias à procura de um abrigo.

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Relatos da tragédia capitalista em Recife: uma mãe que morre abraçada a seus filhos, outra foge de casa com a roupa do corpo e os filhos no colo. Uma moradora desesperada tenta pendurar seus móveis e objetos na parede para não perdê-los para a água que alaga sua casa.

Casas comprometidas pela ação da chuva e solo que desaba levando consigo concreto, tijolos, móveis e vidas, tudo isso é recorrente no jogo de miséria capitalista. Esses fenômenos são conhecidos e todos os anos nos vemos novamente frente a desabrigados em diferentes locais do Brasil, mostrando que o problema não é local ou regional, mas sim estrutural.

Uma moradora de Jardim Monte Verde, na região metropolitana do Recife, Adriana Lyra de Souza, relata que perdeu 11 familiares com os deslizamentos. Somado a isso ela ainda tem que deixar sua casa, pois há risco de que a dela também desabe. “Um desespero grande. Onze pessoas da minha família! Até hoje não consegui dormir, sem ventilador, sem energia. Comer é assim, de doação. Só minha prima abraçou os três filhos e morreu abraçada com eles. Minhas tias e minha cunhada morreram e ainda tem uma prima embaixo da terra.”, ela diz.

Como já denunciamos aqui no Esquerda Diário, muitas das pessoas responsáveis pelos resgates são vizinhos e familiares, sem equipamentos adequados. Além disso, a maior parte das iniciativas de doações de alimentos e produtos básicos são mobilizadas pela própria população. Paulo Câmara, governador de Pernambuco, e João Campos, prefeito de Recife, não mobilizam forças de resgate correspondentes à gravidade da situação, deixando a população se virando como pode. Tampouco Bolsonaro e seu governo se mostram preocupados com as vidas que se foram na tragédia.

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De um ponto de vista mais imediato é urgente um plano de emergência para enfrentar essa tragédia. Um planejamento consequente deve levar em consideração no mínimo que moradias desocupadas sejam postas a serviço das pessoas desabrigadas, assim como vagas de hotéis possam ser ocupadas enquanto se constroem abrigos. Também se faz urgente um plano de obras públicas sob controle dos trabalhadores que busque prevenir que as áreas com risco de alagamento e deslizamento voltem a sofrer com isso, além da reconstrução das áreas afetadas, o que gera empregos em meio a um cenário de alto desemprego e carestia de vida.

 
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