Imagem: Marcus Desimoni/UOL
Em 2018 a Copasa (Companhia de Saneamento de Minas Gerais), realizou estudos para um pedido anterior de licenciamento do empreendimento da Taquaril Mineração S.A. (Tamisa) e teria sido reutilizado na nova requisição de licença.
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Na mineração na Serra do Curral está envolvido o grupo Cowan, que responde por 83% da Tamisa. O grupo também comanda a Construtora Cowan, que executou a obra do viaduto Batalha dos Guararapes, que desabou em Belo Horizonte, durante a Copa do Mundo de 2014, deixando duas pessoas mortas.
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A Tamisa possui os direitos minerários da área do projeto. De acordo com o Estudo de Impacto Ambiental apresentado pela mineradora, um dos acionistas da empresa é proprietário da Fazenda Ana da Cruz, onde será instalada a maior parte do empreendimento.
A Serra do Curral faz parte do chamado quadrilátero ferrífero, uma área de cerca de 7.000 km² na região central de Minas Gerais, demarcada por um conjunto de serras que, vistas do alto, formariam uma espécie de figura retangular.
Entre esse conjunto de serras estão a Serra do Curral, a Serra da Piedade, a Serra da Moeda, a Serra de Ouro Branco, a Serra do Caraça e o início da Serra do Espinhaço. A região faz fronteira com Belo Horizonte e engloba cidades mineiras como Nova Lima, Raposos, Brumadinho, Itabirito, Congonhas e Ouro Preto.
Os interesses do grupo Cowan na região são o de extrair minério de ferro, buscando como fim o lucro dos capitalistas.
Além disso, esse megaprojeto também recebeu uma licença ambiental, garantido pelo governo estadual de Romeu Zema (Novo). Com isso, é adiada o cumprimento da Lei 23.291/2019, a Lei Mar de Lama Nunca Mais, que obriga o descomissionamento das barragens de alto risco, construídas com o método a montante, como eram Mariana e Brumadinho.
A lei já foi aprovada faz três anos mas ainda não foi totalmente regulamentada pelo Estado, mostrando o descaso com o meio ambiente e com as vidas ameaçadas por esses megaprojetos capitalistas.
Em nota, a diretoria da AVABRUM (Associação dos Familiares de Vítimas e Atingidos da Tragédia do Rompimento da Barragem Mina Córrego Feijão, em Brumadinho-MG) disse que a população do estado de Minas Gerais foi surpreendido com a notícia e a decisão tira dos mineiros o direito de morar no seu território de origem
Até o momento, das 54 barragens que deveriam ser desativadas, apenas 7 tiveram o processo concluído até 25 de fevereiro de 2022, como determinava a lei.
Em relação ao projeto para a Serra do Curral, ambientalistas dizem que, por sua localização, a apenas 200 metros do ponto mais alto da serra, a dispersão de partículas é inevitável, atingindo os municípios ao redor. Além disso, apontam a derrubada da mata nativa e impacto nas nascentes da região e nos córregos Cubango, Triângulo e Fazenda. Essas águas abastecem o Rio das Velhas e o Rio Paraopeba.
Assim novamente se anuncia outra tragédia social e ambiental em Minas Gerais, fruto da irracionalidade capitalista e do descaso dos governos. Bolsonaro, Zema, prefeitos e empresários são responsáveis por essa situação.
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