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Que seja lei
Milhares saem às ruas nos Estados Unidos em novas manifestações para defender o direito ao aborto
Redação

Um novo dia de manifestações contra o ataque conservador da Suprema Corte dos EUA mostra o caminho para a luta pelo direito ao aborto e para que ele seja finalmente Lei.

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Milhares de pessoas saíram às ruas das principais cidades dos Estados Unidos neste sábado para se manifestarem a favor do aborto legal em todo o país, diante da possibilidade de uma decisão da Suprema Corte dos Estados Unidos que anularia a descriminalização do aborto, garantida desde 1973.

Manifestações de costa a costa

Sob o lema "Bans off our bodies" (Proibições fora de nossos corpos), mais de 430 manifestações, comícios e atividades foram convocadas em todo o país.

Uma das maiores aconteceu na cidade de Nova Iorque, onde milhares de pessoas, principalmente mulheres, cruzaram a icônica Ponte do Brooklyn chegando na Foley Square.

Na capital, a marcha reuniu milhares de pessoas que deixaram o obelisco de Washington em direção à Suprema Corte, foco de vários protestos nas últimas semanas.

"Não tenho respeito pelos membros da Suprema Corte", disse à agência Efe Gloria Black, moradora da área que foi ao local, porque acredita que os juízes não devem "ditar sobre a moralidade".

Outras mulheres carregavam faixas com mensagens como "Tire as mãos do meu corpo", "A maternidade é uma escolha, não uma decisão do Estado" ou "O aborto é um direito humano".

A milhares de quilômetros de distância, na costa oeste dos Estados Unidos, a praça da Prefeitura de Los Angeles (Califórnia) estava lotada com cerca de 5.000 pessoas que gritavam quase em uníssono "Meu corpo, minha decisão". Imagens semelhantes ocorreram nas principais cidades do país.

54% dos americanos acreditam que a Suprema Corte deve defender a proteção do aborto, de acordo com uma pesquisa realizada pelo The Washington Post e ABC.

Se a maioria conservadora do tribunal - seis dos nove juízes - decidir contra o "Roe contra Wade" o aborto não seria proibido no país, mas os estados teriam liberdade para vetá-lo.

A possível decisão da Corte levou tanto o Partido Democrata quanto o Partido Republicano a se manifestarem. Em uma tentativa de mostrar seu apoio ao direito ao aborto, os democratas levaram ao Senado nesta quarta-feira um projeto de lei a favor da interrupção da gravidez em todo o país, uma iniciativa simbólica que estava destinada ao fracasso por não ter os 60 votos necessários para forçar o debate.

"Os direitos das mulheres estão sob ataque", disse a vice-presidente dos EUA, Kamala Harris, no Twitter no sábado, mas não mencionou a palavra aborto.

O Partido Democrata diz que esta iniciativa conservadora deve ser derrotada. Mas eles dizem isso como se não fossem o partido que teve maioria parlamentar em mais de uma ocasião (na verdade eles tiveram uma "supermaioria" em ambas as câmaras) durante o primeiro mandato de Barack Obama. Além disso esse partido nunca tentou consagrar o direito ao aborto com uma lei que garantisse o acesso à maioria das mulheres.

A verdade é que os democratas, que num primeiro momento procuraram evitar as mobilizações limitando as ações e tentando canalizar as expectativas para as eleições legislativas, dada a revolta que vinha de baixo, tiveram de estar presentes nas manifestações com algumas das suas figuras políticas e organizações relacionadas a causa.

Na rua, centenas de manifestantes usavam orgulhosamente o lenço verde, aludindo à maré verde argentina, movimento de mulheres que lutou nas ruas pelo direito ao aborto e que conquistou uma vitória histórica em dezembro de 2020 após a aprovação pelo Senado do projeto legal de interrupção da gravidez. Símbolo da luta das mulheres por seus direitos, esse movimento é uma inspiração a ser seguida nas próximas semanas para milhões de mulheres trabalhadoras e jovens americanos.

Nossos companheiros do Left Voice lutaram lado a lado com outras organizações e ativistas de esquerda da cidade para avançar nessa perspectiva de luta nas ruas, nos locais de trabalho e de estudo pelos direitos das grávidas. Está sendo preparada uma nova mobilização no próximo sábado, para seguir coordenando e preparando a resistência contra esse avanço conservador.

 
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