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Justiça dos ricos
Sérgio Cabral vive com regalias e mordomias na prisão enquanto população carcerária sofre
Redação

Cabral vive cheio de regalias na prisão, com acesso à cinema, queijos finos, banquete árabes no valor de R$ 1.508, entre outras regalias. Situação absurda mostra como mesmo dentro da cadeia a policia só serve a burguesia, mesmo dentro do sistema penal, enquanto há a superlotação carcerária e situação do encarceramento negro do país, com condições precárias, celas superlotadas e a falta de outros direitos.

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Imagem: Jason Silva/AGIF/AFP

Preso, o ex-governador do Rio Sérgio Cabral na realidade vive uma vida de luxo e regalias na cadeia, com toalhas bordadas, talheres de inox, prateleira com fundo falso para guardar celular e indício de um banquete árabe pago por aplicativo no valor de R$ 1.508, entre outros luxos, como cinema e queijos finos.

Preso no Batalhão Especial Prisional, em Niterói, região metropolitana do Rio, já é o terceiro presídio em 4 transferências de Cabral, e em todas ele vive com todos os luxos, mostrando a conivência do próprio sistema carcerário e policial.

Ex-pmdbista, Cabral foi condenado a 407 anos de prisão pelos crimes de corrupção, lavagem de dinheiro e organização criminosa no âmbito da Operação Lava Jato, e acumula ao menos outras duas punições por irregularidades encontradas em presídios por onde passou.

Uma delas ocorreu em decorrência da instalação de um "cinema" na Cadeia Pública José Frederico Marques, em Benfica, na zona norte do Rio, em 2017.

Segundo denúncia do MP-RJ (Ministério Público do Rio de Janeiro), Cabral tinha acesso a uma televisão de 65 polegadas, home theater e 160 filmes —itens encomendados em nome de duas igrejas que teriam forjado a doação dos aparelhos.

O cinema privativo resultou na transferência do ex-governador para Bangu 8 —nesse presídio, ele cumpriu isolamento de 30 dias e teve o direito a visitas suspenso após a conclusão, dois anos depois, do processo administrativo disciplinar que constatou a irregularidade.

Ainda em 2017, o MP-RJ relatou ter encontrado durante ação no presídio de Benfica castanhas, presunto cru, queijos finos variados, bolinho de bacalhau, iogurte em balde de gelo e outras iguarias na cela de Cabral e da ex-primeira dama Adriana Ancelmo, antes de ser beneficiada com a prisão domiciliar.

Na ocasião, a Seap (Secretaria de Administração Penitenciária) informou que é permitido aos detentos levarem até três sacolas com alimentos para as celas e que o balde de gelo havia sido improvisado pelos internos.

Antes, em Bangu 8, câmeras de segurança do presídio já haviam flagrado o ex-governador circulando livremente pelos corredores da unidade.

As imagens mostravam visitas fora dos horários estipulados pela Seap. Em uma delas, o filho mais velho de Cabral, o ex-deputado federal Marco Antônio Cabral (MDB-RJ), encontrava o pai na sala da direção do presídio.

Em 2018, Cabral foi flagrado em posse de mais de R$ 100 durante fiscalização da Corregedoria da Seap em conjunto com o MP-RJ em Bangu 8. Por lei, cada preso pode ter até R$ 100 na cadeia. A irregularidade custou ao ex-governador dez dias sem visita e sem acesso à televisão.

Após a identificação de regalias nos dois presídios, ele chegou a ser transferido para o Paraná, onde permaneceu por três meses. Na época, o retorno ao RJ foi concedido pelo STF (Supremo Tribunal Federal).

No Rio, Cabral passou por três presídios —Bangu 8, Cadeia Pública José Frederico Marques e a Unidade Prisional Especial, em Niterói, onde cumpre pena desde setembro. No último presídio, cumprem pena policiais militares e detentos com direito a prisão especial.

Após o flagrante de novas irregularidades, Cabral deve retornar ao Complexo Penitenciário de Bangu.

Uma vistoria feita pela VEP (Vara de Execuções Penais) do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro no presídio de Niterói encontrou um caderno com anotação de R$ 1.508 pagos a um restaurante de comida árabe.

Para o juiz Rubioli, há indícios de que a lista —encontrada em área onde estava Cabral no momento da vistoria— pertença ao ex-governador.

Foram encomendadas esfihas, kafta, lentilha, coalhada, falafel e outros itens. No papel, também foram anotadas compras em dinheiro, crédito ou débito, segundo informou ontem a TV Globo.

No dia da fiscalização, Cabral e outro preso, o tenente-coronel Claudio Luiz de Oliveira, condenado a 36 anos de prisão pela morte da juíza Patrícia Acioli, foram surpreendidos. Eles estavam em uma área externa quando Oliveira foi flagrado com uma sacola verde.

"Quando ele me viu, ficou sem ação e jogou a sacola por cima da cerca. Mas ela caiu dentro da unidade. Ao lado dessa área onde se encontrava esse policial, nós vimos, nas filmagens, que só se encontravam o senhor Sergio Cabral e o coronel Claudio. Então, há um indício de que esse material seja deles", afirmou o juiz Marcelo Rubioli.

Na sacola, além de dois celulares, estavam mais de R$ 4.000 em dinheiro e cigarros de maconha.

É repugnante que no Brasil de milhões de esfomeados e desempregados, um político burguês corrupto viva no luxo e na regalia, ao mesmo tempo que, como falamos, o sistema carcerário sofre um problema crônico de superlotação e de encarceramento do povo negro, com muitos sem direito à julgamento, e vivendo em situações completamente desumanas. Isso escancara como inclusive dentro das prisões à polícia está a serviço dos burgueses, garantindo uma situação de mordomia para os mesmos.

Com informações de UOL.

 
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