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Massacre indígena
Yanomamis são os que mais morrem por conflitos no campo e pelo o garimpo, diz relatório
Redação

Entre os indígenas, os que mais morreram em 2021 foram do povo yanomami. Foram 109 mortes em decorrência dos conflitos no campo, contra 9 em 2020, A alta de 1.100% entre os dois está relacionada diretamente com as invasões de garimpeiros na terra indígenas yanomami.

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Nesta segunda (18), foi divulgado um relatório da Comissão Pastoral da Terra (CPT) com dados sobre as mortes por conflitos no campo em 2021. As mortes são de indígenas, trabalhadores sem-terra e pessoas LGBTQIA+. Há casos, inclusive, em que as vítimas fazem parte de mais de um desses grupos. Segundo o levantamento foram 35 homicídios em conflitos no campo ano passado, contra 20 em 2020, o que corresponde a uma alta de 75%. Essas mortes são causadas principalmente pelo garimpo e pelas balas dos latifundiários e donos do agronegócio que são base social do governo Bolsonaro.

Entre os indígenas, os que mais morreram em 2021 foram do povo yanomami. Foram 109 mortes em decorrência dos conflitos no campo, contra 9 em 2020, A alta de 1.100% entre os dois está relacionada diretamente com as invasões de garimpeiros na terra indígenas yanomami que, sozinha, contabiliza 101 mortes do total. A categoria de mortes em decorrência de conflitos no campo não inclui assassinatos, mas vítimas em consequência do problema. Por exemplo: duas crianças foram sugadas por dragas de garimpo ilegal e morreram.

O território Yanomami é o que mais sofre com o garimpo ilegal. Ele foi demarcado em 1992 e é a maior área demarcada do país, com 9,6 milhões de hectares. Dois povos vivem na região: os Yanomami e os Ye’kwana, além de oito registros de grupos isolados, como os Moxihatëtëa, que tiveram três mortes em um massacre no ano passado.

Segundo o relatório do CPT, todos os 101 registros de mortes dentro do território Yanomami são de indígenas e todos os conflitos ocorreram por causa da ação de garimpeiros. A atividade do garimpo é proibida em terras demarcadas, mas as bancadas ruralistas, da bíblia e da bala no Congresso tentam aprovar novas regras para mineração, exploração de hidrocarbonetos, como petróleo, e a geração de energia elétrica em áreas indígenas, atacando um direito histórico desses povos.

Essa é a situação de barbárie que esses povos tão passando com a invasão garimpeira. Na semana passada foi divulgada uma denúncia que mulheres e crianças Yanomami estavam sendo coagidas por alimento e estupradas pelos garimpeiros, algo extremamente repugnante e de puta violência. A atividade de garimpo ilegal aumentou 46% entre 2020 e 2021, o que se relaciona diretamente com o governo Bolsonaro e sua base de extrema direita, e do centrão também, no Congresso que vem atuando para facilitar a vida dos garimpeiros.

O governo Bolsonaro é aliado do garimpo e ataca os povos indígenas desde o início do mandato presidencial. Em 2020, quando se encontrava em alta o tema das queimadas na Amazônia, o presidente cinicamente culpou os indígenas e ONGs de estarem causando a destruição da vegetação. Também durante o governo Bolsonaro, o STF iniciou o processo do Marco Temporal, que visa diminuir a área indígena no território brasileiro, reduzindo-o apenas ao ocupado pela população indígena em 1988, quando foi promulgada a nova constituição. Mais recentemente o governo também criou um programa que incentiva a atividade do garimpo, que avança constantemente sobre reservas ambientais e leva doenças e violência por onde passa.

 
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