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MOBILIZAÇÃO TRABALHADORES
Apoiadores fecham principal rodovia de Campinas em defesa da ocupação da MABE
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Mais de 200 estudantes e trabalhadores, junto a operários da fábrica MABE, realizaram nesta terça-feira o fechamento da principal rodovia da cidade de Campinas, em São Paulo, em solidariedade a ocupação da fábrica MABE, que fica localizada no distrito industrial de Campinas.

Estudantes de centros acadêmicos como o CACH das ciências humanas da Unicamp, o CAELL da faculdade de letras da USP e o CAPPF da pedagogia da USP, juntamente ao grupo Juventude às Ruas, decidiram impulsionar o fechamento da rodovia, junto a um setor dos trabalhadores da fábrica, para expressar a solidariedade. No começo da semana passada, em meios as calouradas, estas entidades soltaram uma carta chamando todas as juventudes de esquerda e os centros acadêmicos e DCEs a organizarem uma ação em comum, porém nao obtiveram nenhuma resposta, nem mesmo da direção majoritária do CACH da Unicamp. Trabalhadores de distintas categorias, como metroviários, trabalhadores da USP, metalúrgicos de São José e ABC, representantes do SINTUSP e da Oposição da APEOESP, além de particularmente professores da região de Campinas, também estiveram apoiando a medida.

Os trabalhadores da MABE estão acampados na frente da fábrica desde 22 de dezembro, e decidiram por ocupar a fábrica a oito dias, em função da fábrica ter declarado falência, demitindo 800 trabalhadores de uma planta em Campinas e 1200 da planta de Hortolândia (também na região metropolitana de Campinas). A falência tem sido muito controversa entre os trabalhadores, já que a empresa, uma multinacional mexicana, continha uma parcela importante do mercado nacional de linha branca (eletrodomésticos).

Os trabalhadores ocuparam a fábrica para manter seus postos de trabalho, partindo de que mesmo direitos como salário estão atrasados a meses. Por isso já se aventava entre setores de trabalhadores na ocupação uma ação que pudesse dar visibilidade ao descaso que eles vem sofrendo e a própria luta que vem realizando.

Sobre a ação de hoje, o trabalhadores Marcos "Pantera" comentou: "Esse movimento que tá tendo aí é importante, estamos na frente da empresa desde o dia 22 de dezembro e em questão de uma semana resolvemos ocupar a empresa para batalhar por nossos direitos.Tá difícil, sem pagamento, sem vale, sem décimo terceiro, sem nada. Ai o pessoal resolveu fazer um manifesto muito importante para ajudar a nossa luta e porque está difícil esta situação muita gente não tem o que comer em casa"

A imprensa inteira da região acompanhou a ação, na medida em que cada vez mais se expressa as dúvidas sobre a suposta falência da empresa, que parecem ter mais o sentido de causar uma demissão em massa, já que fala-se em um comprador da massa falida, mas não se comenta nenhum recontratação dos demitidos.

Sobre a ação de solidariedade, Tatiane Lima, da Juventude as Ruas, comentou: “estamos dia a dia nas fábricas, arrecadando alimento e dando nossa solidariedade, sentíamos que era o momento de uma ação que desse mais visibilidade, por isso pensamos em fechar a principal rodovia de Campinas para expressar nosso apoio ativo a essa importante luta. É essa juventude anticapitalista, revolucionária e aliada aos trabalhadores que estamos construindo com centenas de estudantes”.

Após o fechamento da rodovia, o ato seguiu marchando até a porta da fábrica, onde os trabalhadores houve a confraternização dos que estiveram no ato junto aos que estavam cuidando da ocupação da fábrica.

O professor da rede estadual e diretor de oposição da APEOESP Danilo Magrão comentou: “Essa foi uma ação para mostrarmos para os empresários e os governos que não vão demitir trabalhadores e aplicar seus ajustes sem resistência. Estamos apoiando dia a dia a luta da MABE para que ela possa servir como um exemplo para o conjunto dos trabalhadores no país na luta contra os ajustes”.

A presença de outros sindicatos também se expressou no ato, com Pablito Santos, do SINTUSP, que comentou "que é o momento de aprofundar a campanha de solidariedade, buscando que nenhuma família seja demitida. Se os empresários decretam a falência e a única resposta são as demissões, o governo deveria imediatamente estatizar a fábrica, mantendo os trabalhadores a controlando, e impedir que essas duzentas famílias sejam demitidas".

Sobre a ausência de outras organizações e sindicatos de esquerda Bruno Gilga, também diretor do SINTUSP que esteve na reunião da Coordenação Nacional da CSP-Conlutas declarou "Nós levamos esta proposta na reunião da CSP-Conlutas e a maioria da direção da central, em especial o PSTU foram contra dizendo que não era possível organizar do dia pra noite. Nós mostramos que com vontade, decisão e uma estratégia pra luta de classes é possível organizar toda a força militante de forma apaixonada pra enfrentar as demissões e os ajustes".

 
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