Imagem: Marcelo Camargo/Agência Brasil
Servidor de carreira, Oliveira estava no cargo desde maio do ano passado, mas foi oficializado em julho.
A exoneração é mais uma expressão da crise que vem ocorrendo no Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), órgão responsável pelo Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). O Inep vem passando por uma série de trocas: o diretor de Gestão e Planejamento, Alexandre Avelino Pereira, também foi exonerado na semana passada.
Segundo lideranças do Inep, Pereira fez parte de resistências dentro do órgão para atender planos do governo, como a tentativa de terceirizar o banco de itens das avaliações.
A crise no órgão começou em novembro do ano passado, após as intervenções de Bolsonaro no órgão, visando alterar o conteúdo das provas do Enem, censurando diversas questões que discutiam temas próximos ao da realidade da juventude brasileira, ao mesmo tempo que tentava se utilizar da prova para propagar sua ideologia reacionária.
Em novembro de 2021, dias após o pedido de exoneração de dois coordenadores ligados à realização do Enem, e faltando 13 dias para a aplicação da prova, 37 servidores pediram demissão, afirmando “fragilidade técnica e administrativa da atual gestão máxima” do órgão, e também mencionaram episódios de assédio moral.
No mesmo mês, servidores do Inep também documentaram uma série de denúncias relativas a interferências do MEC nos trabalhos do órgão, denunciando uso político ideológico por parte do governo federal e seus pares no ministério da educação.
A diretoria de Gestão e Planejamento é responsável, entre outras coisas, pela logística de exames, como o Enem.
A demissão de Pereira ocorreu após o fim da aplicação da edição de 2021, cuja reaplicação da prova acabou no último domingo (16).
O número de candidatos confirmados nesta última edição do ENEM foi o menor desde 2005: 3,1 milhões, muito abaixo do recorde já atingido pela prova em 2014, com 8,7 milhões. Além disso, a Educação já vem sofrendo inúmeros ataques também com os cortes e o desmonte, e com o MEC sob controle do reacionário pastor e militar, ministro Milton Ribeiro isso veio se aprofundando cada vez mais, e as cobranças e assédios que fazem para a preparação do Enem, que nada mais é que um filtro social, elitista e racista que exclui os pobres e filhos da classe trabalhadora das universidades.
Além disso, as demissões massivas desses servidores em novembro do ano passando demostra todo o descaso e precarização que os trabalhadores do funcionalismo vem sofrendo ao longo dos anos no regime golpista e sob o Governo Bolsonaro.
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