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Reforma Trabalhista
Mentiroso, Bolsonaro diz que a reforma trabalhista não tirou direitos do trabalhador
Redação

Bolsonaro afirmou em entrevista que “o governo Temer fez uma pequena reforma trabalhista, não tirou direito de nenhum trabalhador. Mente quem fala que a reforma trabalhista do Temer retirou direitos do trabalhador". Na verdade quem mente é ele, já que essa reforma significou uma série de ataques, aumentando a precarização e flexibilização, levando por exemplo a muitos jovens, em sua maioria negros, a passarem seu dia trabalhando com uma bag nas costas, para não falar dos altos níveis de desemprego.

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Imagem: Jornal Tornado

A afirmação do presidente ocorreu nesta segunda-feira (17), em entrevista a uma rádio do Espírito Santo.

Veja também: Pela revogação integral da reforma trabalhista e de todas as reformas

Bolsonaro realiza essa afirmação logo após o mesmo ter encomendado um projeto que busca recauchutar a lei atual, com o objetivo de atacar ainda mais os trabalhadores, sendo uma “nova” reforma trabalhista, na qual se implementam outros ataques absurdos, tais como a revisão da proibição dos locautes para atrelar a organização sindical às empresas e trabalhos aos domingos com folgas a cada 7 semanas.

Veja mais: “Nova” reforma trabalhista de Bolsonaro: aprofundamento da precarização e favorecimento dos interesses capitalistas

A afirmação de Bolsonaro é uma mentira deslavada, porque a verdade é que a reforma trabalhista rasgou os direitos dos trabalhadores, com contratos de longo tempo estabelecidos com o funcionário e a empresa, com remuneração por hora de trabalho e sem a garantia de que o funcionário trabalhe o número de horas necessárias para receber o salário mínimo, também conhecido como contrato intermitente. Essa reforma draconiana também permite o trabalho insalubre para gestantes e flexibiliza a jornada de trabalho, legalizando que jovens, massivamente negros, estejam hoje rodando em entregas de app de bikes nas ruas com uma bag nas costas sem dormir, para conseguir uma renda. Isso sem contar o fim da negociação coletiva dos trabalhadores com os patrões e a predominância do negociado sobre o legislado.

A reforma trabalhista, era defendida pelo ex-presidente Temer e os demais defensores dessa reforma como a possibilidade de se criarem mais empregos a partir deste ataque, dado que para os patrões seria mais fácil explorar os seus funcionários, com a reforma.

Passaram-se pouco mais de quatro anos da aprovação da reforma, e o que encontramos é justamente como tal discurso não passou de uma mentira descarada do governo Temer e da burguesia. Afinal de contas, o ex-presidente na época chegou a anunciar a estimação de 6 milhões de empregos em dez anos com a lei aprovada, mas, o que vemos é que o desemprego só aumentou desde então, até o momento, e a perspectiva é de que continue aumentando.

Segundo os dados do IBGE, a taxa de desocupação trimestral foi se elevando nos últimos anos, saltando de 12,6% em 2017 antes da reforma para um percentual entre 13,2% e 14,7% em 2021. Além disso, outro indicador referente aos empregos, como o Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados), apontava em 2017 o registro de 20,8 mil vagas com carteira assinada, tendo saldos positivos de 1,2 milhão de vagas em 2018 e 2019. Porém, em 2020 e com uma revisão do Caged, o saldo caiu quase pela metade no ano passado.

Em relação aos processos trabalhistas, o número caiu de 3,966 milhões, em 2017, para 2,202 em 2021 até outubro do ano passado. Algo que inclusive se deu pela medida que estabelecia o custeio de honorários dos advogados ou faltas em audiências da parte vencedora no caso de perda da ação, coibindo a iniciativa desses trabalhadores de buscar legalmente os seus direitos.

Somente a força organizada da classe trabalhadora de conjunto, unindo efetivos e terceirizados, trabalhadores mais estabilizados e precários, empregados e desempregados, assim como os estudantes, os setores oprimidos e o povo pobre, pode impor a revogação integral da reforma trabalhista e de todas as reformas. Precisamos dar nossa própria resposta, que é a única que pode dar um combate de fato à reforma trabalhista e todos os ataques.

 
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