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Tragédia anunciada
Solo do Capitólio foi remexido para construção de parques e resorts
Redação

Após a queda da pedra do cânion de Capitólio (MG), no dia 08/01, geólogos apontam que, em situações normais, o desabamento teria ocorrido de forma vertical, e que o solo da região pode ter sido afetado por obras de empresas para um megaprojeto turístico na região que ocorrem desde 2019.

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Com a tragédia da queda do penhasco do cânion de Capitólio (MG), no dia 08/01, muito se falou na TV e nas redes sociais. No dia da queda, a grande mídia tentava colocar que o acidente resultou em vítimas por conta dos barqueiros que estavam virados de frente (com a proa) para a pedra, dificultando a manobra para sair do local; foi cogitado nas conversas, inclusive, uma regulamentação dos barcos da região, para que apenas motores potentes (vinculados a grandes empresas, evidentemente) tivessem o direito de circular na região.

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Entretanto, também foram entrevistados geólogos, que afirmaram uma anormalidade na situação, pois, em um acidente “normal”, por causas naturais, a pedra teria deslizado e caído na água na vertical, no vídeo da pedra caindo, porém, se observa que a pedra cai de lado, em cima dos barcos, o que provoca um maior risco de vítimas e uma onda muito maior.

Desde 2019, um grande grupo econômico vem investindo mais de R$ 135 milhões para a criação de três parques na região, que fazem parte de um megaprojeto turístico que teria sua primeira fase finalizada em 2026.

Os três parques estariam localizados exatamente no mirante do cânion, em uma área de 129 hectares. O primeiro parque seria o Parque das Aventuras, já inaugurado em setembro de 2021, gerando obras no local (sendo uma ponte pênsil de 110 metros de comprimento e 50 metros de altura; uma tirolesa de 600 metros e quatro rapeis, com decidas e subidas exatamente nos paredões da Cachoeira do cânion, onde ocorreu a tragédia), que mexeram profundamente com a vegetação, que foi retirada, e, principalmente, com o solo dos paredões do cânion, que teve perfurações para suportar o peso das construções.

O segundo seria o Parque da Contemplação e o Parque Aquático, com um resort com 134 apartamentos localizado entre o Lago de Furnas. E o terceiro seria o Parque Nacional Serra da Canastra.

O curioso é que as grandes mídias burguesas não se pronunciaram sobre as megaoperações de obras turísticas que têm buscado paraísos naturais para lucrar em cima sem a preservação da natureza de forma responsável e sustentável. Quantos mais paraísos naturais se tornarão risco de acidente para que os capitalistas lucrem mais? É necessário uma investigação e análise do solo da região do cânion de Capitólio para evitar mais acidentes! É necessário um plano de lutas para derrotar Bolsonaro e Mourão, que estão juntos com os capitalistas na destruição do meio ambiente!

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