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Enchentes
Cidades na Bahia e outros estados começam o ano debaixo d’água graças à Bolsonaro e os governos
Redação

Enquanto Bolsonaro tirava férias em SC, subiu para 153 cidades em estado de emergência na Bahia desde 1º de janeiro por conta das enchentes iniciadas no começo de dezembro.

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Entre os dias 30 e 31 de dezembro, o número de atingidos pelas enchentes no estado aumentou em 20 mil pessoas, chegando a 660 mil, segundo dados da Superintendência de Proteção e Defesa Civil do estado (Sudec). São 30 mortes em decorrência dessa tragédia anunciada pela política capitalista dos governos, que puderam antecipar o cenário de chuvas e nada foi feito para impedir que a situação chegasse a esse ponto.

No total, são 165 cidades atingidas pelas chuvas na Bahia, onde o número de desabrigados caiu (33.247), mas o de desalojados subiu (57.243) nos últimos dias. A situação das chuvas chega também a outros estados, como o norte de MG, mas também o Ceará, Tocantins, Goiás e São Paulo, com previsão de chegar no Rio de Janeiro, Paraná e Espírito Santo.

Na Vila de Jericoacoara (estado do Ceará), região turística do estado, a cena dos impactos das chuvas na região tiveram destaque entre os dias 1º e 2 de janeiro, com o perigo da fiação subterrânea que faz a iluminação pública ficar exposta em contato direto com as águas da enxurrada, que destruíram parte das vias, o que pôs em risco inúmeras vidas. As chuvas fortes já atingem 91 cidades do estado, incluindo a capital Fortaleza, com registro de alagamento em diversos bairros da região metropolitana, e podem haver consequências ainda imprevisíveis.

No Tocantins, os registros são de 192 pessoas desabrigadas por conta das chuvas, dentre 766 atingidas. 35 municípios foram afetados pelas cheias dos rios, onde a região do bico do papagaio, divisa com o Maranhão, é onde a situação é mais grave. Um morador de Arraias tentou atravessar o rio São Domingos e morreu arrastado pelas águas.

A situação de conjunto é fruto de uma política do conjunto dos governos que nada fizeram para prevenir as consequências da época das chuvas para a vida da população. Em primeiro lugar o governo Bolsonaro, que andava de jet ski de férias em Santa Catarina enquanto famílias perdiam suas casas na Bahia. Depois do rechaço da sua completa passividade frente à situação, aumentou o enviou de verbas para a região de 19 milhões para 700 milhões, o que ainda é muito inferior aos 16 bilhões destinados ao “orçamento secreto”, comprando votos de parlamentares.

As enchentes na Bahia são explicadas pelo fenômeno La Niña que ocorre desde 1904, com cada vez mais frequência graças ao aquecimento global, que apenas se agrava graças a política negacionista de Bolsonaro e do agronegócio de desmatamento e aumento de queimadas, por exemplo na Amazônia, no Cerrado e no Pantanal. Mas também é um fenômeno que contribui para preencher os reservatórios de água, fundamental para o abastecimento das cidades, não fosse uma política de descaso com as barragens e com a estrutura de absorção e escoamento de água. É esse histórico problema, perpetuado também pelos governos como Rui Costa do PT na Bahia, apontado até mesmo por técnicos do governo, o principal responsável pela tragédia da população.

Tragédias como essa tendem a se repetir com cada vez maior gravidade em outros estados e nos próximos anos se não for revertida a política privatista de Bolsonaro e dos governos quanto às políticas de saneamento público, como foi feito com a CEDAE no Rio de Janeiro, e de privilégios a empresas como a Vale e outras indústrias, que poluem os rios e precarizam a estrutura das barragens, como vimos nas tragédias de Mariana e Brumadinho.

Mas também é urgente e necessário a realização de um plano de emergência, começando por alojar as famílias em hotéis e moradias desocupadas e não em escolas. Organizar restaurantes públicos, como o bom prato, mas administrados pelos trabalhadores, para garantir alimentação a todas as famílias atingidas pelas chuvas e também às pessoas atingidas pela fome. Iniciar imediatamente a vistoria e manutenção de todas as barragens que necessitem. Reconstruir as moradias, escolas, postos de saúde, estradas destruídas através de um plano de obras públicas. Para financiar esse plano, é preciso taxar as grandes fortunas com impostos progressivos e confiscar os exorbitantes lucros do agronegócio que não perdeu um centavo durante a pandemia.

Todo esse plano, para que alcance seu fim e atenda a necessidade dos afetados, precisa ser gestionado pelos trabalhadores e controlado pela população e ser discutido em cada grande local de trabalho do país para assim ganhar as ruas e as redes sociais imediatamente. Mas também, o conjunto do corpo técnico e de intelectuais das universidades podem contribuir para, junto a essas formas de auto-organização operária e popular, estabelecer medidas que combatam o problema estrutural das enchentes

Veja também: Os governos são culpados pelas tragédias anuais com as chuvas. As centrais sindicais precisam organizar a luta por um plano emergencial

 
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