Foto: Governo do Estado RJ/Divulgação

Por meio de uma nota divulgada no início da noite desta sexta-feira (17), a Itapemirim Transportes Aéreos anunciou a suspensão temporária das atividades em todo o país alegando "reestruturação interna". Embora não informado na nota, a principal causa para a suspensão parece ser o não pagamento à empresa Orbital, que como resposta diante da falta de compromisso em explorar a mão de obra terceirizada precária junto a Itapemirim, decidiu parar os serviços.

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Apesar da suspensão ter se dado apenas agora, o grupo Itapemirim, que também abrange serviços de viação, acumula desde de 2018 um prejuízo de R$ 176,33 milhões, além de uma dívida com mais de 4.500 ex-funcionários que aguardam o pagamento de suas recisões. No começo deste mês, diante de tamanho escândalo, de falta de compromisso e disputas pelo lucro, os credores resolveram solicitar "falência" da empresa na justiça, embora continuem a acumular fortunas, alegando o não cumprimento de uma ordem de recuperação judicial de 2016.

Porém, quem mais sofre com tudo isso são trabalhadores da companhia que há meses lidam com a suspensão do plano de saúde, não recolhimento do FGTS e atrasos nos pagamentos. Estão há duas semanas com o salário do último mês atrasado. Além disso, são inúmeras as denúncias de irregularidades trabalhistas ao Sindicato dos Aeroviários de São Paulo, como o não pagamentos de horas extras, adicional noturno e feriados e a falta segurança aos trabalhadores que são obrigados a trabalhar sem EPIs ou uniformes apropriados. Segundo relatos, os trabalhadores ainda são sobrecarregados com rotineiros cancelamentos de vôos, falta de funcionários e assédio.

Enquanto os trablhadores estão pagando pela "crise", o dono do grupo Itapemirim, Sidnei Paiva de Jesus não parece estar em dificuldade já que em abril deste ano fundou uma offshore de serviços financeiros, a SS Space Capital Group UK Ltd, no Reino Unido com valor estimado em R$ 6 bilhões.