Nesta sexta-feira (17), a Câmara dos Deputados, com votos de diversos partidos do centrão, como o PL do atual presidente, e até mesmo do PT, derrubou veto de Bolsonaro que tentava determinar o Fundão Eleitoral para R$4 bilhões, retornando para R$5,7 bilhões.
Em julho de 2021, Bolsonaro havia vetado a LDO (Lei de Diretrizes Orçamentárias) que determinava um aumento no Fundão Eleitoral para R$5,7 bilhões, determinando que o aumento seria apenas para R$4 bilhões, o que por si só já é um absurdo, visto que determina essa enorme quantidade de dinheiro para as eleições dos partidos burgueses enquanto a população passa fome. Com essa ação, Bolsonaro tentava sinalizar para sua base que continuava como alguém contra o “toma-lá-dá-cá” do Centrão e contra a corrupção, mas, ao mesmo tempo, procurava não perder a sua base no próprio Centrão. Uma hipocrisia.
Agora, esse veto foi derrubado na Câmara dos Deputados com 317 votos a favor, ultrapassando os 257 necessários, e 146 contra. Entretanto, ainda é necessário que o Senado confirme a decisão dos votos para o veto ser revertido. A votação a favor contou com uma grande articulação de parlamentares, envolvendo partidos da base de Bolsonaro como o próprio PL (nova legenda de Jair Bolsonaro), e também parte da oposição, como o PT.
Caso o veto seja de fato derrubado, o fundo para financiamento de campanha com dinheiro público para 2022 será o maior da história das eleições, que foi criado em 2017, pairando o valor de R$2 bilhões. Caso não seja, a previsão para 2022 é que o fundão continue em R$2,1 bilhões. A principal argumentação dos partidos que votaram a favor foi de que “não é possível fazer campanha sem dinheiro” e que “o Fundão garante independência política dos candidatos e partidos”. Isso é apenas cinismo, visto que, são esses partidos que ganharão dinheiro de graça para suas campanhas enquanto a crise apenas aumenta para os trabalhadores, e são esses mesmos partidos que aplicam as reformas e ataques para continuar com toda a exploração capitalista, garantindo que os ricos fiquem com sua margem de lucro em detrimento das condições de vida da população pobre.
Apesar de Bolsonaro ter vetado tal proposta, a derrubada de seu veto será benéfica a ele, visto que pretende se candidatar em 2022 pelo PL. Não à toa, esse partido votou a favor do novo Fundão e foi o 8° partido que mais recebeu financiamento público em 2018.
