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Mobilização massiva
Na Argentina, multidão lotou a Plaza de Mayo contra o FMI e o ajuste
La Izquierda Diario - Argentina

Dezenas de milhares de pessoas marcharam na cidade de Buenos Aires, na Argentina, contra o ajuste que virá com o acordo do FMI. Os atos foram convocados por mais de 100 organizações; No final houve também um breve ato do PTS onde fizeram uso da palavra os deputados nacionais Nicolás del Canõ, Myriam Bregman e Alejandro Vilca. Além disso, aconteceram comícios e marchas nas principais cidades do país. Um passo importante para enfrentar os ataques que virão contra para ser descarregada em cima da população argentina.

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Dezenas de milhares de pessoas se mobilizaram na tarde deste último sábado (11) na “Plaza de Mayo”, principal praça da capital argentina, para rechaçar o acordo negociado pelo o governo de Alberto Fernandez com o FMI e o ajuste que ele trará como consequência. A mobilização massiva é um primeiro e importante passo para desenvolver uma forte resistência aos novos ataques que virão sob este acordo.

O ato que ocorreu em Buenos Aires fez parte de uma jornada nacional, com marchas nas cidades mais importantes do país. Convocado por mais de 100 organizações, alcançou rapidamente uma forte cobertura da mídia, colocando a esquerda e várias organizações sociais como porta-vozes públicos da rejeição do acordo de ajuste. Essa grande convocação permitiu com que tivesse adesão de milhares de pessoas aos atos neste sábado.

Na Plaza de Mayo foi lido um documento acordado entre todas as organizações que preparam a mobilização. Essa nota expressa abertamente o contraste com o que ocorreu na Plaza Mayo na sexta-feira, em que Alberto Fernández, quanto Cristina Kirchner mostraram um horizonte de muitos anos de acordo com o FMI e seus planos de ajuste. Isso vai além das disputas sobre como será a negociação, que ainda não foi encerrada.

O documento assinado pelas entidades denuncia abertamente a política de ajuste seguida para pactuar com o FMI e as consequências de um novo acordo. Ao mesmo tempo, impõe aos sindicatos e às organizações sociais que se pronunciem - mesmo as que são de partidos que fazem parte do governo - a rejeitar qualquer medida de ajuste. A demanda é que eles se mobilizem e se organizem ativamente para enfrentar os ataques que virão com o acordo. Os principais slogans do documento lido neste sábado na Plaza de Mayo foram:

Não ao pacto com o FMI e ao pagamento da dívida.
Golpes não são pagos.
Abaixo o plano plurianual e o ajuste, não a reforma trabalhista.
Chega de pilhagem extrativista ambiental.
A dívida é com o povo e a natureza, não com o FMI.
Por um plano nacional de luta contra o acordo.

À frente da mobilização que marchou até a Plaza de Mayo e no camarote onde foi realizada a cerimônia de encerramento, estiveram presentes alguns dos principais dirigentes da Unidade de Frente de Esquerda, como Nicolás del Caño, Myrim Bregman, Alejandro Vilca, Christian Castillo, Romina del Plá, Gabriel Solano, Juan Carlos Giordano e Celeste Fierro, entre outros. Outras forças políticas, como Libres del Sur, PSTU, Convergencia Socialista e Nuevo Mas, também estiveram na mobilização. Além disso, também marcharam referentes dos movimentos sociais por eles convocados (FOL, MTR, Barrios de Pie-Polo Obrero) junto com organizações que fazem parte dos “Autoconvocatoria pelo não pagamento da dívida”. Além disso, a inevitável Norita Cortiñas deu o presente para denunciar o acordo com o FMI e o mecanismo da dívida. Acompanhando, com tantas outras reivindicações, Sergio Maldonado também esteve presente na mobilização.

Organizações de direitos humanos, sindicatos, organizações sociais e ambientais participaram da massiva mobilização. Lá foi possível ver organizações como CeProDH e Apel; referentes e líderes do Sutna; Assembleia Permanente de Guernica; a Assembleia Ensenada: do gráfico MadryGraf recuperado; Ademys; membros da oposição Suteba; da Coordenação “Basta de Falsas Soluciones”. Entre as organizações e setores de trabalhadores que convocaram essa mobilização também estavam os demitidos da LATAM; da Edesur-EMA; trabalhadores ferroviários da oposição à burocracia; Diretoria Interna do Hospital Italiano e Hospital Posadas; União Ferroviária de Haedo; Associação dos Graduados em Enfermagem; municípios de Vicente López, entre outros.

O PTS participou com uma coluna combativa, liderada pela juventude. Agitando bandeiras vigorosamente, com uma bateria chocante, jovens operários de apps, call centers, gastronomia, estagiários de várias empresas, desempregados, entre outros, mostraram toda sua força para lutar não só contra o ajuste do FMI, mas também por um futuro diferente daquele que os grandes empresários querem impor-lhes. Lá desfilou a Rede de Trabalhadores Precários, que também fez parte da agitação.

Jovens independentes também estiveram presentes na mobilização. Alguns foram convidados a participar da mobilização da militância do PTS. O “La izquierda Diario”, versão do Esquerda Diário na Argentina, perguntou-lhes: O que é o FMI para vocês? e eles responderam:

Terminado o ato massivo na Plaza de Mayo, o PTS se mobilizou por meio da Diagonal Norte e realizou um ato no qual falaram Nicolás del Caño, Myriam Bregman e Alejandro Vilca, recentemente eleitos deputados nacionais nas eleições de 14 de novembro.

Nicolás del Caño foi o primeiro a falar e, depois de afirmar ter “explodido a Plaza de Mayo com dezenas de milhares de trabalhadores e jovens”, questionou o Governo por dizer que pode ser acordado com o FMI sem ajustar. “É uma verdadeira mentira, negada pela própria história argentina. Durante décadas estivemos sob a proteção do FMI. Alfosín fez cinco acordos com o FMI. E alguém que se esqueceu, foi a Cristina Kirchner que falou ontem dos governos apoiados pelo o Fundo, Carlos Menem, do peronismo, o maior aluno do FMI, que vendeu o país com privatizações e desemprego. O mesmo De la Rúa y Cavallo e agora Macri que trouxe de volta o FMI”, lembrou. E ele continuou: “Então o que eles vão nos dizer? O que eles vão concordar sem se ajustar se isso nunca aconteceu? Sempre houve acordo para subjugar os países, para aumentar a submissão da Argentina e dos países onde o FMI intervém, para aumentar a pobreza de 4% desde a ditadura até esta parte”.

Além disso, questionou: “Enquanto ontem se celebrava os direitos humanos e a democracia, em Miramar houve uma repressão contra protesto de moradores e da família de Luciano, um menino de 16 anos assassinado pelo Polícia do governador Axel em Buenos Aires Kicillof e seu Ministro da Segurança, Sergio Berni. Não há futuro nessa democracia do gatilho fácil e do FMI para os nossos jovens que não encontram trabalho, ou se tornam trabalhadores precários, que não têm acesso à moradia e veem cada vez mais destruição do ensino público.

Por sua vez, Myriam Bregman destacou que “é um orgulho ter fazer parte desta grande convocação de mais de cem organizações e uma dezena de organizações de direitos humanos, como a mãe da Plaza de Mayo Nora Cortiñas, que foi na Praça que acompanha esta chamada”.

“Aqui estamos cumprindo o que falamos na campanha. Que esses deputados não eram deputados para ficarem trancados em um complexo, mas para estarem nas ruas, lutando contra o FMI. Aqui estamos. Presumimos que viemos cumprir essa promessa”, completou Bregman.

Já no encerramento do ato, Alejandro Vilca assegurou que “a enorme força social que pôs os pés em Jujuy é aquela que temos que jogar para organizar em todo o país. Camaradas, tempos difíceis nos esperam. Ninguém pode negar que um ajuste do FMI já está em andamento e que as burocracias sindicais deixaram todos o ajuste passar encolhendo e reduzindo o poder de compra dos trabalhadores e das pensões. Como você ouviu recentemente, a CGT está pronta para concordar com o FMI e para que ele assine. Para essa maldita burocracia sindical, colocamos que temos que organizar assembleias, grupos sindicais, exigir greves, quebrar essa passividade e que da base do movimento operário a gente possa travar e colocar uma outra alternativa”.

E concluiu dizendo que o acordo com o FMI que está para ser fechado é “uma declaração de guerra contra todos os trabalhadores”. Por isso, disse: “Temos que multiplicar esta expressão que hoje demos na praça e organizar milhares de trabalhadores em todo o país. Temos que levantar um programa de independência de classe para que os capitalistas paguem pela crise. Não podemos fazer este desafio sozinhos, temos que unir todos os setores, mas sobretudo organizar essa força social que vem de baixo, à poderosa classe trabalhadora, que produz toda a riqueza e que é a maioria. Essa força social é a única que pode derrotar esse acordo com o FMI e derrubar esse ajuste. Como a luta de classes já mostrou, isso vai se definir nas ruas. Somos eles ou nós, e não vamos querer recuar, por isso os convido a continuar lutando. Fora FMI! Abaixo o ajuste! Viva a classe trabalhadora e viva a Frente de Esquerda!”

 
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