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Ato na Argentina
Alberto, Cristina e Lula na Argentina: épica progressista enquanto se negocia o ajuste com o FMI
Redação

Lula, o atual presidente da Argentina, Alberto Fernandéz, e Cristina Kirchner, vão participar de ato em Buenos Aires nessa sexta-feira (10). A data é do Dia Internacional dos Direitos Humanos, mas por trás há a intenção de mostrar força para negociar com o FMI os ajustes anti-povo que vão fazer na Argentina.

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Texto originalmente escrito por Nicolás Milli no La Izquierda Diario - Argentina

Convocado com uma mística latino americana, o ato ocorre no contexto da reta final das negociações com o FMI. Um ato totalmente distinto ocorrerá no dia seguinte, convocado pela esquerda e dezenas de organizações para dizer “Não ao pacto com o FMI e o pagamento da dívida”.

O ato ocorrerá na Praça de Maio, em Buenos Aires, e será no dia Internacional dos Direitos Humanos. O presidente da Argentina, Alberto Fernandéz, e sua vice, Cristina Kirchner, dividirão o palanque com Lula e o ex-presidente do Uruguai, José “Pepe” Mujica (ainda que este não tenha confirmado a fala até o momento).

A convocação está sendo intensa na internet e uma tentativa visível de imprimir uma épica latino americana e de centro esquerda. Um dos chamados convida, por exemplo, a se “reinventar a praça para dar uma enorme demonstração de agradecimento e vontade popular para poder transformar a Argentina”.

Lula falará para o público argentino, mas também brasileiro. Em suas últimas entrevistas tem dado inúmeras mostras de que está disposto a se aliar com o que há de mais podre na política nacional, a exemplo de Geraldo Alckmin, o inssosso e reacionário ex-governador de São Paulo. A viagem é parte das campanhas eleitorais antecipadas de Lula, o que diz muito sobre os ajustes que um eventual governo Lula efetivaria contra a população, como o de Alberto vem fazendo hoje no país vizinho.

  •  Para saber mais sobre o assunto, leia: O futuro de Lula no espelho de Alberto

    No entanto, o festival “Democracia pra sempre” se dá em meio às últimas etapas das negociações que o governo vem levando, e acelerando, com o Fundo Monetário Internacional para fecharem como será o pagamento da dívida externa ilegal que o país mantém com o organismo, desde a histórica dívida firmada pelo ex-presidente direitista Maurício Macri.

    O ato, portanto, será útil ao governo argentino a fim de se legitimar e mostrar uma base de apoio apra suas negociações com o FMI, as quais trarão consequências econômicas e sociais brutais para a maioria da população hermana. Ademais o lugar será também uma mostra de unidade no interior da Frente de Todos, coalizão governista, em um momento delicado ocorrido após a derrota eleitoral de setembro e replicada pelas eleições gerais de novembro.

    É inegável que um acordo com o FMI trará importante ajuste fiscal aos argentinos, tal como o órgão exige. Isso agravará ainda mais os índices de pobreza, miséria, desemprego, precarização e baixos salários, como consequência das desvalorizações, taxas e cortes nos gastos públicos. O governo tenta instalar a ideia de que não haverá ajuste, já que houve aumento do PIB, mas as experiências dos países que fizeram acordos com o FMI mostram o contrário, como os ajustes brutais que Grécia, Costa Rica, Equador e Ucrânia fizeram.

    A exemplo de nível local, o crecimento do PIB deste é ano, na Argentina, é projetado para quase 10% enquanto o nível de pobreza desse ano alcança já 43,8% da população, o equivalente a 19 milhões de pessoas. O crescimento deste ano não se refletiu na vida da maioria, ocorreu o contrário, na verdade. Isso seria ainda mais impensável de ocorrer sob as ordens do FMI.

    Um ato diferente para enfrentar o FMI

    Não existe pacto com o FMI que não haja ajuste. Tampouco é possível enfrentar o Fundo sem desenvolver a mais ampla mobilização nas ruas dos trabalhadores, o povo pobre, os sindicatos, setores em luta e movimentos sociais combativos.

    É com essa premissa que um dia depois desse ato, a Frente de Esquerda Unidade, junto a dezenas de organizações sociais, de direitos humanos e ambientalistas, convocam um ato na Praça de Maio para rechaçar esse acordo que não fará mais do que incrementar as penúrias que as maiorias trabalhadoras e populares padecem.

    Milhares estarão presentes amanhã (11), em Buenos Aires, para levantar as bandeiras de Não ao pacto com o FMI e o pagamento da dívida pública; Abaixo ao plano plurianual e ao ajuste, não à reforma trabalhista; Por um plano de lutas nacional.

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