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Nova variante
Quebra das patentes das vacinas já contra a variante Ômicron e a irracionalidade capitalista
Cássia Silva

Nos últimos dias, o aparecimento da nova variante do coronavírus, chamada “Ômicron”, tem tomado os canais de comunicação da burguesia, as conversas de trabalhadores e jovens nas ruas, nas casas. Depois de já termos passado por mais de um ano de pandemia, sem direito a testagem massiva, reconversão total da indústria para produção de insumos, EPIs aos trabalhadores da linha de frente, licença remunerada, e, no Brasil, nos depararmos com um governo negacionista de Bolsonaro e até mesmo com a demagogia de governos estaduais, como João Doria (PSDB-SP). De quem é a responsabilidade da humanidade padecer e perder familiares e amigos por conta do alastramento do vírus?

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Foto: Dado Ruvic/Reuters

A realidade que enfrentamos é a de mais de 600 mil mortos pela covid. O direito ao choro e ao luto por nossos familiares e amigos, no caso das massas trabalhadoras e negras desse país, enfrentamos no nosso cotidiano, continuando a trabalhar, nos chocando com as filas do osso e do lixo, com a alta taxa de desemprego, com a fome. Agora somos pegos com a nova variante, em que a previsão é de que seja de alta possibilidade de contágio, com as fronteiras sendo fechadas para países africanos, alimentando racismo e xenofobia, sem os governos de fato combaterem a pandemia.

Veja também: Com a Ômicron, Europa fecha fronteiras para países africanos e os deixam à própria sorte

Durante todo esse tempo, nos deparamos com o governo negacionista de Bolsonaro referindo-se a todo momento à pandemia mundial da covid-19 como “gripezinha”. Do mesmo lado de Bolsonaro, Mourão e militares, estiveram e estão os governadores que fizeram demagogia com as vacinas, como João Doria, governador de São Paulo, que impôs o retorno inseguro nas escolas estaduais. E, como parte do cenário da pandemia, foram todos esses atores políticos que antes, durante e depois, descarregam a crise econômica nas costas dos trabalhadores, do povo pobre e dos setores oprimidos, com os ataques, como a Reforma Trabalhista, a Reforma da Previdência, cortes de bolsas de pesquisa, cortes de bolsas de docência, o Marco Temporal, que é um brutal ataque ao direito à demarcação de terras indígenas. A verdade é que eles fizeram tudo isso em nome dos capitalistas, para proteger os lucros dos empresários.

É inaceitável essa situação, por isso que nós do Esquerda Diário viemos defendendo a organização dos trabalhadores, da juventude, dos setores oprimidos, unificados em cada local de trabalho e estudo contra Bolsonaro, Mourão, Congresso e STF, pela revogação dos ataques e por um plano racional de combate à pandemia. Pela testagem massiva da população, licença remunerada dos setores não essenciais, por EPIs para a linha de frente, pela unificação dos sistemas público e privado de saúde, por um auxílio de pelo menos um salário mínimo.

E é por isso que, diante da variante Ômicron, é necessário explicitar que a responsabilidade por essa crise sanitária é dos monopólios privados de saúde, seguem lucrando com as vacinas, na chamada “guerra das vacinas”, que monopoliza bilhões de vacinas sem questionar os direitos de patente e produção nas mãos de grandes laboratórios, enquanto os países da África ou da América Latina atingem apenas algumas milhares de doses. Na Europa, a vacinação alcançou 80%, enquanto que na África, apenas 5%. Nesse sentido, é urgente defender a quebra das patentes e vacinas para todos, porque somente os trabalhadores da produção de vacinas podem estudar, determinar e controlar para colaborar ao acesso universal. Assim como a reconversão da indústria para a produção de insumos urgentes e reconversão dos hotéis para isolamento racional, para conter e combater o alastramento desse vírus que não para por responsabilidade da irracionalidade capitalista que está a serviço dos lucros.

Confira a Declaração da Fração Trotskista: "Guerra pelas vacinas": frente à irracionalidade capitalista, anulação das patentes e vacinas para todo mundo

Basta de rifarem nossas vidas em prol do lucro dos empresários! A confiança em saídas que fortalecem essas instituições que estão arrancando nessas vidas não pode ser a saída dos trabalhadores, da juventude, do povo pobre, da mulheres, dos negros, dos povos originários e das LGBTQIA+ e isso se comprova cada vez mais. É preciso atacar esses lucros e fazer com que sejam os capitalistas que paguem por essa crise. Ao contrário do que faz o PT, inclusive enquanto direção burocrática do movimento operário, do movimento estudantil, como a CUT e a CTB e a UNE, dirigidas pelo PCdoB, que estão canalizando a confiança se aliando Alckmin, possível vice de Lula, se embandeiraram o ano todo de uma saída falida, que se mostraram os pedidos de impeachment, e nos estados que governam no nordeste fizeram questão de aprovar e implementar as Reformas da Previdência. Assim como alimentaram confiança na CPI da Covid, que só mostrou o que todos já vivemos no nosso cotidiano, a contrapropaganda do uso de máscaras, propina com as vacinas do governo Bolsonaro e Mourão, e inclusive os exemplos mais grotescos dos monopólios de saúde, como o caso da Prevent Senior.

Por isso, é necessária uma Nova Constituinte, livre e soberana, com delegados eleitos por bairros e que sejam revogáveis, para por abaixo todo esse regime, e que a população possa colocar suas próprias demandas, como a revogação de todos os ataques, como reforma agrária e reforma urbana radicais. E que essa nova constituinte possa escancarar as contradições de interesses de classes envolvidos nessa crise, rumo a um governo de trabalhadores de ruptura com o capitalismo.

 
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