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Enem 2021
Frente à crise do ENEM batalhamos pelo acesso direto com o fim do vestibular
Pedro Cheuiche

A extrema direita tem medo de uma juventude que não se curva aos seus ideais reacionários. Para se contrapor radicalmente ao projeto de país feito para precarizar a vida da juventude, batalhamos pelo fim do filtro social do vestibular e a estatização das universidades privadas sob controle de estudantes, trabalhadores e professores garantindo o acesso direto dos estudantes ao ensino superior.

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Imagem: UEM

O número de candidatos confirmados nesta edição do ENEM é o menor desde 2005: 3,1 milhões, muito abaixo do recorde já atingido pela prova em 2014, com 8,7 milhões. A realidade de precarização de vida junto ao filtro social do vestibular desincentiva os jovens a realizarem o exame. Esse é o projeto de Bolsonaro e Mourão. O presidente interveio no ENEM para buscar censurar a prova como uma reação ao fenômeno de juventude que saiu do armário contra o reacionarismo e o conservadorismo nos últimos anos.

De conjunto se trata de um projeto elitista de país que a extrema direita e a direita querem para transformar a universidade ligada cada vez mais a formação de mão de obra da juventude para o trabalho precário, enquanto milhares sequer podem aspirar ter acesso ao ensino superior. O presidente se aproveita do exame que chega a milhões de pessoas para levar a frente suas ideias. Isso se materializa no corte de mais de 90 por cento na ciência por Paulo Guedes e os bolsistas PIBID e Residência Pedagógica os primeiros a sofrerem na pele.

É impossível se contrapor de fato a esse duro projeto que está sendo rapidamente colocado em prática sem buscar transformar radicalmente a universidade. Não há conciliação possível, não há meio termo nessa luta por um ensino superior a serviço da classe trabalhadora. Lutamos pelo fim do filtro social do vestibular e a estatização das universidades privadas para que todos que queiram possam estudar. O privilégio dos governos ao modelo das universidades privadas e à distancia coloca a seguinte realidade para a juventude: são 18% que estão no ensino superior, dos quais apenas 25% em universidades públicas e 75% nas privadas.

Um número reduzido de pessoas se formam nesse modelo voltado para o lucro dos tubarões da educação e milhões de vagas nem chegam a ser ocupadas. Segundo o Censo da Educação Superior, em 2019, das 15,5 milhões de vagas oferecidas pelas universidades privadas, apenas 11.1 milhões foram ocupadas, restando 4,3 milhões de vagas ociosas, o equivalente a 36% do total. Isso se soma a um elevadíssimo abandono dos cursos superiores privados. Segundo o mapa do Ensino Superior 2020 do Instituto Semesp, a taxa de evasão das universidades privadas girava em torno de 37,0%. Sem falar dos dados desse ano.

Esse modelo de ensino acelerou de maneira vertiginosa durante os governos do PT, em especial com Dilma, Temer e Bolsonaro se encarregaram de aprofundar. O número de universidades aumentou, mas em sua maioria vagas precárias em universidades privadas. Só de 2010 a 2013, o FIES que endivida a juventude trabalhadora cresceu 630% em matrículas, passando de 5% para 39% de matriculas nas redes particulares. Tendo um aumento de 1456% por cento nos gastos públicos em instituições privadas no período saltando de 880 milhões para 13,7 bilhões por ano, favorecendo 8 grandes tubarões da educação privada.

A reedição de um projeto lulista em condições ainda mais desfavoráveis teria o papel de levar a frente a mesma política de favorecimento aos agentes empresariais, no sentido oposto do livre acesso à universidade.

Com a estatização dessas universidades privadas que privilegiam o ensino precário, o trabalho precário para a juventude precária, todos que quisessem teriam direito de estudar livres do filtro social e racial do vestibular. Essa batalha é inseparável da luta pela auto-organização dos estudantes, buscar a confiança em nossas próprias forças e a aliança explosiva com a classe trabalhadora.

A UNE, dirigida há décadas pela UJS-PCdoB veio se recusando a construir pela base a luta dos bolsistas por que seu horizonte é eleitoral, mas é preciso muito mais do que isso para demolir esse projeto. O PT veio reduzindo as aspirações da juventude a uma aliança com Geraldo Alckmin, o mesmo que reprimiu e prendeu jovens secundaristas em seu governo em 2015. Com esses setores será impossível construir uma universidade que esteja à serviço da classe trabalhadora e dos setores oprimidos.

Chamamos a Oposição de Esquerda, composta pelo PSOL, Correnteza e UJC a que deixe de se adaptar à atuação da majoritária e busque construir assembleias de base que unifiquem estudantes e bolsistas pela permanência estudantil.

A luta pela transformação radical da universidade vem junto da transformação radical da sociedade. A um programa que possa realmente garantir vagas para todos nas universidades e passa pela defesa do não pagamento da dívida pública, que suga metade do orçamento anual todos os anos para o bolso de banqueiros. Não vamos aceitar que neguem toda a nossa perspectiva de futuro, destruamos o capitalismo.

Chamamos a todos a estarem no Encontro Nacional da Faísca no Rio de Janeiro “IDEIAS TROTKSISTAS PARA REVOLUCIONAR O MUNDO”, nos dias 10, 11 e 12 de dezembro, no RJ, com todas as medidas de segurança, com mesas e atividades para debater o trotskismo como a continuidade do programa e a estratégia do marxismo revolucionário no século XXI.

 
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