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O Misericordioso
Flávio Bolsonaro perdoa Valdemar Costa Neto por corrupção e quadrilha no Mensalão
Júlio Dandão

Flávio, o Misericordioso, ouviu a batida de seu coração e perdoou Valdemar Costa Neto, presidente do PL, pelos crimes cometidos durante anos quando era aliado do PT. Condenado a 7 anos e 10 meses pelo STF, Valdemar está solto e, segundo o senador, “já pagou o que tinha que pagar”.

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Ah, o perdão! Ele é tão belo, tão cristão! Flávio Bolsonaro, senador da República brasileira, demonstrou toda a misericórdia presente em seu bom coração cristão nessa semana. Muito diferente do Flávio de antes, que dizia que “bandido bom é bandido morto”, ou que defende pena de morte para “vagabundo”, o Flávio de hoje enxerga as coisas de um jeito diferente e está, como prega o Êxodo, "perdoando iniqüidade, transgressão e pecado" (contém ironia).

Durante a viagem da comitiva presidencial ao Oriente Médio, Flávio disse, sobre a condenação de Valdemar no Mensalão, que “isso é cicatriz, ele já pagou o que tinha que pagar. Está quite, zerado. Qualquer partido vai ter problemas. Eu não passei o que passei? Sou bandido por causa disso? Não dá para comparar com o que o Valdemar teve, mas ele cumpriu a pena dele. Vamos julgar novamente o cara?

A bem dizer, Valdemar não cumpriu sua pena (e sim, Flávio, você é bandido). Valdemar foi condenado em 2012 a 7 anos e 10 meses pelos crimes de corrupção e quadrilha. Ele cumpriu a pena em regime semi-aberto. Em 2016, menos de 4 anos depois, Rodrigo Janot, então procurador-geral, fez parecer favorável à liberação de Valdemar e o ministro Barros, hoje desafeto de Bolsonaro, o concedeu perdão.

A pena acabou sendo menor do que os 7 anos porque já havia cumprido um quarto da pena em regime semi aberto e preenchia os requisitos do induto publicado por decreto presidencial em 2015. A bem dizer, por uma ironia do destino, quem perdoou Valdemar antes de Flávio foi a Dilma Rousseff, quando era presidente, o lava-jatista Rodrigo Janot e o ministro do STF Barros. Hoje é Flávio… a terra plana não gira, ela capota – e com ela o regime político brasileiro, recheado de toma lá dá cás vai indo de vento em popa.

Em frente ao Muro das Lamentações, em Jerusalém, Flávio postou que “nada foi encontrado contra mim, justiça finalmente foi feita”. A referência é às incontáveis acusações de rachadinhas envolvendo seu gabinete, com evidências abundantes de desvio de dinheiro público.

Agora que Bolsonaro precisa de um partido para poder se candidatar em 2022, a famíglia começou o vale-tudo – vale até perdoar corrupto condenado pelo STF a 7 anos e 10 meses de cadeia por corrupção e formação de quadrilha. Para se candidatar pelo PL, partido que já compôs governo com Lula de 2003 até 2010, Jair precisa da bênção do chefão, o Valdemar. Até hoje, apesar de solto, comanda os esquemas em Brasília para aprovação dos ataques contra a população.

Para quem já defendeu com unhas e dentes a redução da maioridade penal, pena de morte para criminosos, tortura e milicianos, o que é um perdão a um corrupto de marca maior, não é mesmo?

 
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