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Pagamento das bolsas JÁ!
Por que a UNE não constrói assembleias em defesa do PIBID e da Residência Pedagógica?
Marie Castañeda
Estudante de Ciências Sociais na UFRN
Luno P.
Professor de Teatro e estudante de História da UFRGS

Somando já dois meses de atraso no pagamento das bolsas, as PLNs para a aprovação do pagamento referente ao mês de setembro e para que exista pagamento até dezembro, prazo dos editais ainda existentes dos programas PIBID e Residência Pedagógica agora depende da assinatura de Bolsonaro que está em Dubai e consequentemente do racista General Mourão. Com a urgência de alimentação, dívidas e boletos, combinada à continuidade dos programas, por que a UNE não organiza desde as bases a luta em defesa dos programas de formação docente?

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Mais de 60 mil estudantes estão com o segundo mês sem pagamento de suas bolsas de formação docente, o PIBID e a Residência Pedagógica, programas que possibilitam uma experiência única de formação em atuação nas escolas da rede pública a estudantes de licenciaturas. O desespero é evidente nos relatos, a impossibilidade de pagar aluguel, comprar comida, ajudar a família nesse Brasil da fila do osso e do lixo, onde os alimentos estão cada vez mais caros.

Nas últimas semanas, milhares de estudantes estão se vendo obrigados a abandonar os programas, já que sem o retorno financeiro pelo trabalho realizado, precisam buscar outras formas de se sustentar. Isso é de responsabilidade direta do último corte astronômico de Paulo Guedes de 92 milhões como parte de implementar o anunciado por Milton Ribeiro, querem uma universidade para poucos, menos ainda do que os que hoje conseguiram furar o filtro social do ENEM e dos Vestibulares, que representam 25% públicos dos totais 18% da juventude brasileira no ensino superior.

Longe de abaixarem a cabeça frente ao ataque sofrido, os pibidianos e residentes organizaram uma assembleia nacional com mais de 180 representantes por programa e mais de 1600 participantes, demonstrando toda sua disposição de luta. Nesta, Luno Pires, Coordenador do CADI UFRGS e militante da Faísca Revolucionária, defendeu que a UNE, junto aos bolsistas, precisaria construir assembleias de base em cada universidade para unificar bolsistas e não bolsistas para massificar a luta pelas bolsas, como uma luta de todes em defesa da educação e para construir uma coordenação nacional de bolsistas e não bolsistas com delegados eleitos pelas bases que pudesse coordenar a luta nacionalmente. A proposta da coordenação sequer foi posta em votação e a de assembleias, aprovada formalmente por intermédio de representantes da majoritária da UNE, composta pela UJS, juventude do PCdoB, pelo PT e Levante Popular da Juventude.

Bruna Brelaz, nova presidente da UNE e dirigente da UJS, saudou a primeira assembleia dando a linha de pressão parlamentar, implementada pela UNE em oposição à organização desde as bases e para qual agora postam fotos orgulhosamente segurando ofícios e cartas de pressão dentro dos espaços do parlamento. Pois bem, agora com as duas PLNs aprovadas na Câmara dos Deputados e do Senado, por um lado os estudantes sequer viram a cor da bolsa referente ao mês de setembro em plena metade de novembro, muito menos puderam coordenar e massificar a luta.

Mas por que isso (sempre) acontece? É parte da concepção de como fazer política das organizações que dirigem a UNE. A UJS, como o PCdoB, estão preocupados em fechar uma Frente Ampla com nossos inimigos, aqueles que a todo momento garantiram os cortes na Lei Orçamentária Anual que retira milhões todos os anos da educação e portanto não lhes interessa promover a auto-organização dos estudantes que possa barrar os cortes na educação. O PT está preparando suas alianças para 2022, com Lula acenando para Alckmin e para todo tipo de chorume oligárquico político brasileiro, se apresentando como a grande salvação contra Bolsonaro. E frente a isso, as organizações que compõe a Oposição de Esquerda, acabam embelezando a atuação da burocracia e não oferecendo uma alternativa concreta, democrática e coordenada, para organizar a luta dos estudantes.

Ainda assim, nós opinamos que ainda há tempo, é necessária uma campanha imediata pelo pagamento JÁ das bolsas atrasadas e que passe pela necessidade de auto-organizar o movimento estudantil para se defender, e se aliar ao conjunto da classe trabalhadora e do povo pobre no Brasil, que hoje passa fome na fila do lixo e do osso. Por isso novamente reforçamos nosso chamado aos bolsistas e à Oposição de Esquerda da UNE, à frente de diversos DCEs e entidades estudantis pelo país, composta pelo PSOL, Correnteza, UJC, etc pela construção de assembleias de base em cada universidade e instituto para debater a permanência estudantil e batalhar pela conformação de uma coordenação nacional de delegados eleitos pela base. Só assim poderemos abrir caminho para uma luta que não desperdice toda a força que os bolsistas demonstraram até agora.

 
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