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Encontro Nacional da Faísca
Juventude sem futuro é o c*ra*ho: queremos revolução
Emilly Vitoria
Estudante de ciências sociais na UFRN e Militante da Faísca Revolucionária

O futuro da juventude e das próximas gerações vem sendo arrancado. Dia após dia. Ataque após ataque. O sistema capitalista e os seus representantes mundiais aplicam medidas que vem ceifando as possibilidades de se ter uma vida digna aos jovens e à classe trabalhadora.

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É fato, o capitalismo é incapaz de conceber a solução que a juventude vem indagando para os problemas sociais e demonstrando, a partir dos seus exemplos mais fortes de luta, sua insatisfação com as “respostas” que esse sistema tem a oferecer. Respostas que de fundo são incapazes de resolver quaisquer dos problemas citados anteriormente e que nos levam sempre a mesma conclusão, ou lutamos pelo fim do capitalismo ou lutamos pelo fim do capitalismo. Não tem outra alternativa para a juventude sem futuro. Porque é evidente, não temos futuro no capitalismo, então que construamos um novo mundo sobre os destroços desse sistema.

É fato, o capitalismo é incapaz de conceber a solução que a juventude vem indagando para os problemas sociais e demonstrando, a partir dos seus exemplos mais fortes de luta, sua insatisfação com as “respostas” que esse sistema tem a oferecer. Respostas que de fundo são incapazes de resolver quaisquer dos problemas citados anteriormente e que nos levam sempre a mesma conclusão, ou lutamos pelo fim do capitalismo ou lutamos pelo fim do capitalismo. Não tem outra alternativa para a juventude sem futuro. Porque é evidente, não temos futuro no capitalismo, então que construamos um novo mundo sobre os destroços desse sistema.

A juventude brasileira está entre os mais de 14,8 milhões de desempregados do país. Sendo que este ano, a taxa de desemprego dos jovens entre 14 a 24 anos chegou a 31%. Bolsonaro, Mourão, O Congresso e o STF, assim como a direita e toda a corja capitalista são os responsáveis pelas condições miseráveis de vida que se encontra a nossa classe e toda a juventude trabalhadora, reféns da reforma trabalhista e da reforma da previdência que cessa qualquer perspectiva de se aposentar dignamente no futuro, os jovens ainda tiveram que encarar o brutal ataque que foi a tentativa de aprovar a "minirreforma trabalhista”, a MP1045, que retiraria as férias, o FGTS, o 13º e o vínculo trabalhista. O nefasto Governo Bolsonaro e todos os seus aliados são também os responsáveis pelas 600 mil mortes pela covid no país, fruto do negacionismo e dos ataques.

Assim, a pandemia e a crise econômica e social foram fatores contribuintes para o espantoso aumento dessas taxas, bem como das condições precárias de trabalho dos jovens que conseguiram se manter trabalhando durante este período, realizando bicos e prestando serviços sem carteira assinada para conseguir sobreviver. Visto que os patrões e as empresas se aproveitaram do cenário de crise sanitária para intensificar ainda mais a exploração dos trabalhadores, a fim de garantirem os seus lucros. Não é à toa que os bilionários no Brasil aumentaram suas fortunas em mais de 34 milhões de dólares, enquanto isso, a classe trabalhadora é submetida a entrar na fila do osso e na fila do lixo para conseguir se alimentar diante da carestia de vida e do aumento absurdo da inflação que hoje assola o país.

Nos empurram para o trabalho informal e para a precarização e ainda querem nos negar o direito à educação e ao acesso ao ensino superior gratuito e de qualidade, ameaçando de fechamento às universidades brasileiras e os institutos federais, enquanto os recursos que deveriam ser destinados à educação e à saúde são manobrados para encher os bolsos dos empresários. Já é um absurdo que tenhamos que passar pelo filtro social, racista e capacitista que é o vestibular, permanecer estudando é igualmente difícil com as precárias e escassas políticas de permanência estudantil, tal qual as míseras bolsas ofertadas que pouquíssimos estudantes conseguem ter acesso e hoje consequentemente seguem ameaçadas pelos cortes, como o corte realizado pelo Ministro Paulo Guedes, que retira 92% dos recursos da ciência. E atualmente, também estamos enfrentando o não pagamento das bolsas PIBID E RP, que estão atrasadas há mais de dois meses. É mais que urgente lutarmos por políticas de permanência dignas, que sejam capazes de contemplar todos os estudantes que precisem acessá-las e em defesa do reajuste e pagamento imediato das bolsas que estão atrasadas.

Diante desse cenário, a saúde mental da juventude é afetada pela dura realidade de suas vidas. Em meio às dificuldades do ensino remoto e do produtivismo acadêmico, a ansiedade e a depressão são os principais transtornos mentais que assolam o conjunto de toda a juventude que tenta sobreviver às mazelas capitalistas. Esses transtornos psíquicos, causados também por um falso sentimento de que não é possível mudar a realidade das coisas, ou de que é uma utopia pensar que podemos construir um mundo onde tenhamos melhores condições de vida, onde nossas preocupações possam finalmente ser voltadas para as questões sublimes da vida, nada mais é do que ideologia burguesa tentando nos desmoralizar e nos fazer resignar ao tentar aprisionar nossas aspirações e castigar a nossa subjetividade. O capitalismo e seus governos nos tiram o direito de viver nossa juventude ao nos fazer pagar a conta dessa crise que eles mesmos criaram. Nos matam de fome, nos matam de covid e nos matam pela bala da polícia dentro de nossas próprias casas. BASTA! Não deixaremos que arranquem nossos futuros, nossas aspirações são enormes e não cabem na realidade que tentam nos enfiar goela abaixo como sendo a única possível. Nós temos sonhos, mas também temos ódio. A juventude “sem futuro’’ não deve nada a este sistema e é feita de muito ódio de classe que vai ser o combustível quando formos tomar o que nos pertence. E esse mundo pertence a nós e o futuro socialista de um mundo livre de opressão e exploração também pertence a nós, à juventude e à classe trabalhadora, e é nossa responsabilidade construí-lo. A fúria da juventude vai varrer esse mundo da podridão desse sistema e em aliança com a classe trabalhadora, com as mulheres, com os negros e negras e todos os setores oprimidos irá tomar o céu por assalto, como fizeram os revolucionários russos em 1917.

Parte de forjar uma juventude revolucionária é resgatar historicamente os exemplos de luta e auto organização da nossa classe e da nossa geração para que possamos tirar as lições estratégicas disso. Sendo assim, é fundamental nos inspirarmos nos processos de luta de classes como as jornadas revolucionárias do Chile que tiveram os estudantes secundaristas como protagonistas, a Maré Verde na Argentina onde meninas de 14, 15 anos levaram suas avós e mães para a rua gritando que bastava de mortes por abortos clandestinos, conquistando o direito ao aborto. No Brasil, tivemos a Tsunami da Educação, onde mais de um milhão de jovens estudantes e professores saíram às ruas para lutar contra o corte de 30% do orçamento da educação feito por Bolsonaro. Há também as jornadas pelo clima que em 2019 organizou mais de 5 mil manifestações por todo o globo, unindo jovens, crianças e trabalhadores. Ano passado, os EUA, o centro do imperialismo e na época, epicentro do coronavírus, foi palco de um forte processo de mobilizações dos jovens negros e negras que saíram as ruas contra a violência policial racista, demandando o fim da polícia e justiça por George Floyd. A fúria negra e o movimento Black Lives Matter refletiram em diversos lugares do mundo.

Esses são só alguns dos exemplos de luta que tiveram a nossa geração como protagonista, mostrando a força da juventude e o seu potencial revolucionário. Nós nascemos em um mundo em crise, mas não carregamos as derrotas passadas encaradas pela nossa classe, e por isso nós temos a potencialidade de ser a faísca que vai acender a revolução. A nossa moral é a de não deixarmos nos resignar mesmo diante de tantos ataques, mas apesar da nossa combatividade e do nosso ódio de classe serem fortes armas contra a miséria desse sistema, uma juventude só pode ser revolucionária se tiver uma estratégia e programa revolucionários, isto é, que seja pró-operária, internacionalista e comunista.

Dessa forma, devemos construir uma juventude que seu conteúdo programático, estratégico e teórico seja profundamente ligado à classe operária e aos seus métodos de luta e organização, que objetivamente questione o capitalismo e as suas contradições e que busque recuperar e transmitir o mais avançado da tradição marxista. Isto quer dizer, resgatar o legado de Trótski e da IV Internacional - pensando na própria reconstrução da mesma - e se apropriar dos fios de continuidade do marxismo, como a Rosa Luxemburgo, o Lênin e o Gramsci. Isso significa ser parte de demonstrar para toda a juventude o sentido de se munir ideologicamente e qual sua finalidade - a derrota do capitalismo - rumo à construção de uma sociedade comunista. Como bem coloca Trótski em seu texto “Carta à Juventude”:

“O atributo básico da juventude socialista e tenho em mente a juventude genuína, reside na disposição de entregar-se total e completamente à causa socialista. Sem sacrifícios heróicos, valor, decisão, a história em geral não se move para frente. Porém o sacrifício somente não é o suficiente. É necessário ter uma clara compreensão do curso dos acontecimentos e dos métodos apropriados para a ação. Isso somente pode ser obtido por meio da teoria e da experiência vivida.” (TRÓTSKI, Leon)

Tendo em vista o que Trótski pontua sobre ter uma clara compreensão dialética da história e dos métodos táticos que possam orientar nossa ação na realidade social e nos acontecimentos em curso, é mais que crucial que tiremos as lições do que realmente significou os anos de PT para os trabalhadores e para a juventude, frente às eleições de 2022 e a Maré Lulista que tende a carregar a maioria dos jovens que acreditam ilusoriamente que o PT pode ser a solução perante os ataques, à extrema direita e ao Bolsonaro. As políticas petistas venderam o “sonho” de que a nossa geração ia conseguir entrar na universidade, se formar e ter melhores condições de vida, e de fato, nos anos do PT, a composição social das universidades, historicamente racista e elitista, mudou com a política de cotas, que foi uma conquista da forte luta dos estudantes, e outros programas como o PROUNI e o FIES, esse último que fez com que grande parte dos estudantes precários ficassem endividados. A combinação destas políticas para a educação superior, com o REUNI e sua expansão precária e privatizante como principal carta de apresentação, ao ponto de existirem campi que até hoje sequer possuem restaurantes universitários ou residências, hoje expulsa estudantes das universidades.

A população pobre e a população negra segurou por breves instantes o sonho de se formar no ensino superior. Sonho que o próprio PT fez questão de enterrar, pavimentando o caminho para a situação reacionária que hoje vivemos, com suas políticas reformistas e conciliatórias. O que o Partido dos Trabalhadores fez não foi nenhuma revolução, mas breves concessões que sempre levaram em consideração os interesses capitalistas, ampliando ainda mais os monopólios privados da educação. Além disso, o nível do encarceramento em massa da juventude negra e da repressão policial nos anos do PT é absurda. O próprio Lula foi o responsável por implementar as políticas da UPP, que fortaleceu as milícias no Rio de Janeiro e o aumento do extermínio da população negra. No governo Dilma, propagandeava-se o “pleno emprego”, mas 15 milhões de trabalhadores encontravam-se sem emprego e 12 milhões trabalhavam em empregos precários.

Isso é apenas um brevíssimo e incompleto esboço dos anos em que o Brasil foi governado pelo PT, mas já é possível perceber que essas políticas nada mais do que traíram a classe trabalhadora, nenhuma surpresa, visto que o PT tem um histórico de traições para com a nossa classe de longa data. É por isso que a juventude não deve depositar nenhuma confiança no PT, muito menos em Lula. Hoje o Brasil vivencia um refluxo da luta de classes e toda a desmobilização das lutas é responsabilidade das centrais sindicais, como a CUT e a CTB, dirigidas pelo PT e pelo PCdoB, bem como da UNE, que não construíram um plano de lutas, organizado desdes as bases, em cada local de estudo e trabalho para se enfrentar desde já contra o Governo Bolsonaro, mas estão apostando tudo nas eleições de 2022.

A nossa confiança deve apenas ser depositada na força da unidade da juventude com a classe operária, organizadas com os seus próprios métodos de luta, que é o que pode nos mostrar o caminho e oferecer a saída para o cenário reacionário em que nos encontramos. Por isso, somos uma juventude trotskista, pró-operária e internacionalista, e nosso papel diante da maré é sempre avançar contra a corrente. Convidamos toda a juventude que não aguenta mais ver seu futuro sendo negado a participar do Encontro Nacional da Faísca para que possamos discutir as ideias revolucionárias que vão abalar esse país e o mundo inteiro.

 
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