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Encontro Nacional da Faísca
A sede de viver da juventude após dois anos de pandemia: Destruamos o capitalismo
Pedro Cheuiche

Viver e não só sobreviver é o que todos queremos, mas isso é possível no capitalismo?

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A pandemia que arrancou mais de 600 mil mortos no Brasil lentamente cede terreno para um momento em que a vacinação nos permite rever pessoas e viver uma amarga sensação de liberdade. A pandemia não acabou e ainda viveremos altos e baixos pela irracionalidade capitalista que nunca foi séria em tratar da doença, mas certamente não é o mesmo momento de antes.

Abraçar um amigo depois de dois anos de pandemia. Reencontrar pessoas queridas, beber uma cerveja em um bar. Voltar a se divertir. Conhecer pessoas novas, viver coisas velhas que depois de tanto tempo parecem novas. A sensação de liberdade de ver que a situação mudou e agora podemos voltar a ter acesso a coisas mínimas arrancadas pelo capitalismo brasileiro em crise pandêmica.

Viver e não só sobreviver é o que todos queremos, mas isso é possível no capitalismo? Nesse início de libertação após quase dois anos em que tudo piorou podemos ter a sensação de que sim, que agora podemos voltar aos poucos a ter uma vida. A busca pela liberdade será uma tônica dos próximos meses entre nós após três anos de governo Bolsonaro e dois anos de pandemia. Há com certeza muito represamento de tudo o que sentimos que temos direito de viver, mas não pudemos.

O caldo venenoso do capitalismo em crise foi composto por ingredientes que deixariam inveja a qualquer poção mortal de um filme de terror. Um governo de extrema direita, um empresariado sedento por arrancar suor e sangue e ainda quiseram nos empurrar goela abaixo os governadores igualmente culpados (ai de quem confiou nesse conto macabro). Essa combinação misturada arrancou com ainda mais repressão o futuro da juventude.

É chover no molhado ver que tudo isso é muito repressivo e cruel. As armas das operações policiais, as contas para serem pagas, o estudo interrompido pelo trabalho e a sensação de que mesmo trabalhando como condenados é impossível conquistar a independência.

Qual psicologia um sistema em parafuso precisa sedimentar entre os setores explorados que, na prática, perceberam que tudo que está ruim pode piorar?

Daí vem a auto culpabilização vendida por coachs do apocalipse, reproduzida por igrejas evangélicas e propagandeada pela televisão. Se sua vida piorou a culpa é sua e se o Brasil está péssimo é culpa do brasileiro. Um auto flagelo de massas, mas que carrega em si uma contradição ideológica e ao mesmo tempo material. A juventude sairá da pandemia muito mais ligada à produção e ao trabalho. Carregará nas suas costas o futuro da humanidade e não tem mais nada a perder.

As conclusões dessa experiência de dois anos de pandemia por ora gera em todos um sentimento de libertação, mas o capitalismo é um sistema tão miserável que faz desse alívio um suspiro individual entre tanta miséria, em que as condições de vida pioraram e que a incerteza paira como um soco entre os setores mais precários da juventude.

A libertação que o capitalismo nos oferece é ilusória, não tem base de sustentação e é feita de momentos de sopros de alegria no caos. Só parecem felicidade, mas não são.

Lembremos que antes da pandemia a vida não era uma maravilha, mas justamente era a luta de classes mais profunda, aquela em que a exploração e a opressão são normalizadas pelo cotidiano e diversos governos foram corresponsáveis por isso.

Os governos reformistas de Lula e Dilma foram incapazes de medidas que garantam nosso futuro. Não à toa, 5 anos depois tudo que era sólido desmanchou no ar. Ainda mais em um momento de crise capitalista, em que os empresários farão de tudo para lucrar ainda mais, será ainda mais impossível a conciliação com os nossos inimigos.
Um governo de administração da crise tem tudo para ser um governo de administração dos ataques contra todos os setores oprimidos. Para uma libertação ser real é preciso um mundo livre dos parasitas capitalistas que lucraram com a pandemia, livre de Bolsonaro e Mourão, livre do agronegócio que destrói a Amazônia. Só pode haver liberdade sem capitalismo.

A experiência prática de dois anos de pandemia empurra para a conclusão: é preciso acabar com esse sistema. Nosso objetivo é levar o sopro de liberdade da juventude em tempos de crise até as últimas consequências. Chamamos os jovens a construírem conosco uma perspectiva revolucionária que pode significar uma libertação verdadeira, uma juventude que enxerga a vida de olhos abertos, que coloque em prática uma estratégia que possa alcançar um futuro sem opressão e nem exploração.

Por isso buscamos construir uma juventude revolucionária que veja até o final que nenhuma variação de capitalismo serve para nós e que a aliança com os trabalhadores pode colocar abaixo esse sistema. A pandemia mostrou novamente que se esse setor, a maioria da humanidade, paralisa suas atividades atinge o cerne do capitalismo: a produção de mercadorias para a concretização do lucro do capitalista. A juventude que é mais ligada ao trabalho e a produção saberá pelas suas próprias experiências que o caminho da luta é o único possível para acabar com todo o sofrimento.

Queremos ser a juventude que enxerga claramente: confiar nas eleições significa perfumar a merda capitalista e é consciente a ponto de saber que seja qual for o governo estamos em um momento de crise capitalista. Os jovens serão o primeiro alvo pois são parte do elo mais débil da imensa classe trabalhadora.

Queremos fazer realidade essa bonita frase propagandeada no início da pandemia: “Não voltaremos ao normal por que o normal era o problema”, mas saber disso não basta.

Defendemos com unhas e dentes a construção de uma organização revolucionária que avance para levar até o final toda as experiências de mazela vividas pelas amplas maiorias para que, por meio do avanço da luta de classes, a classe trabalhadora chegue mais rapidamente a conclusão de que é necessária a expropriação dos capitalistas e um governo de trabalhadores em aliança com todos os setores oprimidos rumo a uma sociedade comunista. Essa é a única libertação possível do filme de terror chamado capitalismo.

Chamamos a todos a estarem no Encontro Nacional da Faísca no Rio de Janeiro “IDEIAS TROTKSISTAS PARA REVOLUCIONAR O MUNDO”, nos dias 10, 11 e 12 de dezembro, no RJ, com todas as medidas de segurança, com mesas e atividades para debater o trotskismo como a continuidade do programa e a estratégia do marxismo revolucionário no século XXI.

 
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