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Censura
Escola elitista do RS, Farroupilha, censura peça com linguagem neutra
Redação Rio Grande do Sul

Escola privada de Porto Alegre/RS, conhecida como “escola de rico”, censurou o espetáculo do Grupo Cerco por utilizar a linguagem neutra em apresentação teatral.

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O episódio aconteceu após a reclamação de um pai, que acusou a escola de “introduzir maliciosamente uma peça de teatro que é precursora em falar de gênero neutro em escolas”. Nota-se que o espetáculo já havia sido apresentado em 2018 no Colégio sem maiores problemas. A peça existe desde 2015, e já foi contemplado diversos prêmios da Secretaria de Cultura de Porto Alegre.

“A nossa mensagem é uma só: brincar é para todes. Recentemente, a linguagem neutra utilizada na nossa peça foi questionada por um grupo de pessoas, o que levou um colégio a cancelar de maneira conivente as apresentações que estavam contratadas”. (Relato de um dos integrantes do Grupo Cerco/Facebook)

Foto do Grupo Cerco, repost das redes sociais https://www.facebook.com/GrupoCerco...

Nas últimas semanas a linguagem neutra vem sendo alvo de uma investida bolsonarista. No dia 05/11/2021, o Vereador de Gravataí/RS, Policial Federal Evandro Coruja, publicou nas redes um vídeo que usa uma gravação da apresentação da Artista Eduarda Ouriques (aluna do curso de Licenciatura em Teatro da UFRGS). O Vereador bolsonarista, usa o vídeo de forma distorcida para atacar o educador Paulo Freire e a linguagem neutra. A comunidade acadêmica se mobilizou em repúdio a ação do vereador, publicando a seguinte nota:

O Colégio Farroupilha, uma das mais tradicionais escolas da Capital Gaucha, revela sua verdadeira face: uma escola para formar os filhos da classe burguesa, que não tem interesse no cultivo da sensibilidade e tolerância de seus futuros representantes. No site do Colégio, na sessão da história, onde contam o objetivo de fundação da escola em 1886, consta a seguinte frase: “O objetivo era receber crianças a partir dos seis anos e prepará-las para, aos 14, terem fluência nas línguas alemã e portuguesa e condições de estabelecerem seus próprios negócios”. Estabelecer seus negócios no Brasil em 1886, significava a exploração (direta ou indireta) da mão de obra de negros e negras escravizados.

A Escola conta com programas que chegam a beirar o bizarro, como, por exemplo, o EsIM (Escola de Instrução Militar), que é um convênio com o 3ª Região Militar do Exército Brasileiro criado em 2001. Na prática esse programa é uma versão leve do serviço militar, que “oportuniza” aos estudantes “durante o primeiro semestre do ano conciliar as atividades da EsIM com as aulas no Colégio, para, que, no segundo semestre do ano letivo, possam dedicar-se com exclusividade aos estudos para o vestibular, sem a preocupação com o alistamento militar ao completar 18 anos. As atividades da EsIM acontecem nas dependências do Colégio e do Centro de Preparação dos Oficiais da Reserva de Porto Alegre (CPOR/PA) e difundem valores, como civismo, cidadania e patriotismo no meio estudantil.”. (Frase retirada do site do Colégio Farroupilha). Esse é mais um dos exemplos da famosa meritocracia brasileira, os ricos sempre na nossa frente, até o exército dá um empurrãozinho pros burgueses passarem no vestibular.

 
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