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Inflação
Mais fome e miséria: Em outubro, inflação sobe para 1,25% acumula alta de 10,67% em 12 meses
Redação

Dados da pesquisa do IBGE mostram que a esmagadora maioria dos produtos seguem ficando cada vez mais caros. Diante de 15 mi de desempregados e 30 mi vivendo de "até" um salário mínimo, a inflação destrói o nosso poder de compra, enquanto vemos os capitalistas aumentando os seus lucros exorbitantes e nos deparamos com filas do osso, do lixo e com uma série de ataques. Confira também as propostas do Esquerda Diário por um programa emergencial da classe trabalhadora contra a crise.

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ROBERTO PARIZOTTI/FOTOS PÚBLICAS

"Foi a maior variação para um mês de outubro desde 2002 (1,31%)", destacou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Com esse resultado, a inflação acumula alta de 8,24% no ano e de 10,67% nos últimos 12 meses, acima do registrado nos 12 meses imediatamente anteriores (10,25%). Trata-se do maior índice para um intervalo de 1 ano desde janeiro de 2016 (10,71%).

Os principais responsáveis pelo aumento da inflação em outubro foram a gasolina, a passagem aérea, o tomate, a energia elétrica e o automóvel 0 Km.

Todos os 9 grupos de produtos e serviços pesquisados subiram em outubro, com destaque para os transportes (2,62%), principalmente, por conta dos combustíveis (3,21%).

A gasolina subiu 3,10% e teve o maior impacto individual na inflação de outubro, respondendo por 0,19 ponto percentual da alta do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) no mês. Foi a sexta alta consecutiva nos preços do combustível, que acumula 38,29% de variação no ano e 42,72% nos últimos 12 meses.

Além gasolina, houve aumento também nos preços do óleo diesel (5,77%), do etanol (3,54%) e do gás veicular (0,84%).

Veja mais: Gasolina esteve 40% mais cara em outubro em relação ao mesmo mês de 2020

Porque os combustíveis estão caros? Veja: O verdadeiro motivo dos combustíveis estarem tão caros

A energia elétrica (1,16%) voltou a subir, embora a variação tenha sido menor que a de setembro (6,47%). Em 12 meses, a alta acumulada é de 30,27%. Já o gás de botijão (3,67%) teve a 17ª alta consecutiva, acumulando elevação de 37,86% em 12 meses.

Veja como subiu os preços em alguns grupos de produtos e serviços pesquisados pelo IBGE:

Alimentação e bebidas: 1,17%;
Habitação: 1,04%
Artigos de residência: 1,27%
Vestuário: 1,80%
Transportes: 2,62%
Saúde e cuidados pessoais: 0,39%
Despesas pessoais: 0,75%
Educação: 0,06%
Comunicação: 0,54%

Veja mais: Com Bolsonaro desemprego dobra entre os mais pobres e aprofunda a miséria e a fome

A inflação sobre os serviços pesquisados pelo IBGE subiu de 0,64% em setembro para 1,04% em outubro.

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Devido aos preços dos combustíveis, o transporte por aplicativo teve um aumento de 19,85% nos preços, que já haviam subido 9,18% em setembro.

Os preços dos automóveis novos (1,77%) e usados (1,13%) também seguem subindo e acumulam, em 12 meses, taxas de 12,77% e 14,71%, respectivamente.

Entre os alimentos, os destaques de alta foram o tomate (26,01%) e a batata-inglesa (16,01%), o café moído (4,57%), o frango em pedaços (4,34%), o queijo (3,06%) e o frango inteiro (2,80%). No lado das quedas, houve recuo nos preços do leite longa vida (-1,71%) e do arroz (-1,42%).

A inflação foi mais disseminada em outubro do que em setembro. O índice de difusão passou de 65% para 67%. O indicador reflete o espalhamento da alta de preços entre os 377 produtos e serviços pesquisados pelo IBGE.

Todas as áreas pesquisadas tiveram alta na inflação em outubro. Os maiores índices foram os da região metropolitana de Vitória e do município de Goiânia, ambos com 1,53%. Em São Paulo, a taxa foi de 1,34%.

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O Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), referência para reajustes de salários e benefícios previdenciários, subiu 1,16% em outubro, contra 1,20% em setembro. Foi o maior resultado para um mês de outubro desde 2002, quando o índice foi de 1,57%.

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No ano, o indicador acumula alta de 8,45% e, em 12 meses, de 11,08%, acima dos 10,78% observados nos 12 meses imediatamente anteriores e superior ao IPCA.

Veja também:Milhares na fila do osso, do lixo e do auxílio

Enquanto os capitalistas seguem aumentando seus lucros milionários e bilionários em meio a pandemia, há cerca de 15 milhões de trabalhadores desempregados e mais de 30 milhões de brasileiros vivendo com “até” um salário mínimo, sendo que 20 milhões destes 30, são negros. Ou seja, os capitalistas e seus políticos burgueses e golpistas, como Bolsonaro, militares, Mourão, Congresso, STF e governadores seguem descarregando a crise em nossas costas, realizando não só brutais ataques como as reformas trabalhista, da previdência, cortes e privatizações, mas também empurrando a classe trabalhadora para a miséria, a fome, a precarização e o desemprego.

Veja a declaração de Letícia Parks: "20N: Basta de fila do osso e desemprego. Que os capitalistas paguem pela crise"

Nós do Esquerda Diário, como já colocamos em um de nossos editorais, acreditamos que somente com a luta de classes podemos impor demandas urgentes, como um auxílio emergencial de ao menos um salário mínimo e a derrubada de todos os aumentos feitos na pandemia (luz, água, gás, gasolina e transporte), congelando os preços nos valores anteriores à crise sanitária. Mas precisamos lutar por uma saída de fundo para os problemas do país. Isso passa por colocar pra fora Bolsonaro e Mourão, mas combinado com uma luta emergencial contra o desemprego e os salários de miséria.

Reajuste salarial mensal igual à inflação!

Se tudo aumenta mensalmente, então tem que aumentar os salários! Estamos num recorde da inflação, destruindo nosso poder de compra que já era baixo, mesmo quando deixamos nosso suor, sangue e vida nas fábricas, comércios e em cada local de trabalho, onde somos cada vez mais super-explorados. Não adianta mais fazer campanha salarial a cada ano para repor o poder de compra do salário, porque a inflação rouba todo aumento anual no mês seguinte. Precisamos de uma campanha unificada de todos os sindicatos nacionalmente para impor o reajuste automático dos salários a cada mês de acordo com o aumento do custo de vida.

Emprego com plenos direitos para todos!

Não podemos naturalizar a precarização, a terceirização e a "uberização" do trabalho. Precisamos unir nossa classe, empregados e desempregados, em defesa deste direito mínimo que é o emprego com plenos direitos para todos.

Nas empresas que tiveram que baixar a produção, não podemos aceitar que haja demissões. As horas de trabalho devem ser divididas entre todos os trabalhadores, sem redução salarial. Mas nossa perspectiva deve ser resolver o problema do desemprego em toda a sociedade, dividindo as horas de trabalho de todo país entre empregados e desempregados, começando pela redução para jornada de 6h, 5 dias na semana.

Para gerar empregos, é preciso um enorme investimento estatal em um grande plano de obras públicas para vários anos. Um plano controlado pelos trabalhadores, ligado a uma verdadeira reforma urbana, garantindo moradias, saneamento básico, transporte público rápido, hospitais, escolas, tudo o que é necessário para uma vida digna.

Esse conjunto de medidas, elementares e ao mesmo tempo que golpeiam a sede de lucro dos empresários, está orientada a fazer com que os capitalistas paguem pela crise. É preciso unificar os trabalhadores em uma frente comum de combate contra o conjunto da classe dominante, o que só pode ser feito batalhando por recuperar nossos sindicatos das mãos das burocracias. O combate ao conjunto do regime político que impõe fome e desemprego segundo os interesses dos capitalistas é fundamental. Por isso levantamos a imposição pela luta de uma Assembleia Constituinte Livre e Soberana, que incremente o choque político entre as classes e abra caminho à perspectiva da batalha por um governo dos trabalhadores de ruptura com o capitalismo.

Editorial MRT: 3 propostas para movimentar as engrenagens da nossa classe diante da paralisia das burocracias sindicais

 
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