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Estudantes em apoio aos garis
6 motivos para os estudantes, CAs e DCE da UFRJ apoiarem a luta dos garis
Faísca - UFRJ
Vitória Barros
Alexandre Azhar

Os trabalhadores da Comlurb do Rio de Janeiro estão em luta por reajuste salarial e contra o ataque da patronal e da prefeitura aos planos de saúde, além de se enfrentar com a covarde perseguição antissindical da chefia da Comlurb e da prefeitura de Eduardo Paes. Essa luta deve ser apoiada com toda a força também pelos estudantes, que na UFRJ, como em todas as universidades, podem cumprir um papel crucial estando do lado dos trabalhadores! Na próxima quinta-feira (04/11) ocorrerá novo ato, e chamamos todas e todos a estarem lá, bem como chamamos as entidades a organizarem um bloco unificado dos estudantes da UFRJ!

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Há semanas, os trabalhadores da Comlurb do Rio de Janeiro estão em luta, protagonizando fortes atos. A categoria, que não parou um dia durante a pandemia, arriscando suas vidas para manter a cidade funcionando, luta pelo reajuste de seus salários, congelados desde 2019 e carcomidos pela inflação, e contra um absurdo ataque a seus planos de saúde, que leva os trabalhadores a situações desesperadoras de exames e mesmo cirurgias suspensas, tratamentos interrompidos e falta de atendimento, inclusive com casos de mortes.

A resposta da empresa e da prefeitura às justas demandas desses trabalhadores tem sido a perseguição e o redobramento dos ataques. Dois trabalhadores, Bruno da Rosa e André Balbina, foram demitidos por sua participação nas manifestações, e vários outros sofreram represálias dentro da empresa.

Saiba mais: Perseguições na Comlurb: empresa demite e suspende trabalhadores usando acusações falsas

Um novo ato já está marcado para o próximo dia 04/11, quinta-feira, e se somar a esta luta é fundamental para manter a moral da categoria frente à difícil situação de ataques colocada. Neste momento, é absolutamente essencial cercar a luta desses trabalhadores de solidariedade e apoio ativo. Nós, da juventude Faísca, defendemos que cada estudante tome para si essa luta, pois em aliança com a classe trabalhadora, podemos não só derrotar os ataques das patronais e governos contra as condições de vida de nossa classe, como ir por muito mais! O movimento estudantil da maior universidade do Rio pode ter um papel essencial nesse momento, e por isso trazemos 6 motivos para os estudantes da UFRJ apoiarem, se somarem e construírem a luta dos garis do Rio!

1. Uma categoria vital para a cidade

Uma coisa que, se algúem já não sabia antes, a pandemia deixou mais do que provado é que é a classe trabalhadora quem faz o mundo girar. Mesmo frente às constantes ameaças de precarização e substituição dos trabalhadores, pudemos ver de forma cristalina que é a força de trabalho da nossa classe a real força motriz da sociedade. Na cidade do Rio de Janeiro, os garis fazem parte desse batalhão proletário cujo trabalho diário é o sangue vital da cidade. Da zona norte à zona sul, são esses trabalhadores que garantem (sob as mais adversas condições de precarização e sucateamento impostas pelos governos) a limpeza urbana. Fica, então, ainda mais claro o absurdo dos ataques que estão colocados. A luta pelo reajuste salarial, pelos planos de saúde, e especialmente pelo direito de lutar é uma luta de todos que não aceitamos a precarização do trabalho e da vida de nossa classe!

2. Os trabalhadores essenciais na linha de frente contra a pandemia

Os garis não pararam um dia sequer durante a pandemia. Se trabalho essencial seguiu, e os trabalhadores bravamente seguiram garantindo a limpeza da cidade, mesmo nas condições absolutamente degrandantes aos quais foram e seguem sendo submetidos pela prefeitura e a empresa, que não raro levaram a mortes por covid e acidentes de trabalho.

Veja mais: Gari é desviada de função e falece em acidente de trabalho na Cidade das Artes

A “recompensa” que ganharam por seu árduo trabalho foi nada mais nada menos que ataques da chefia e descaso do governo Paes. Trata-se do mesmo tratamento que os patrões e seus governos dispensaram a trabalhadores essenciais de todas as categorias, no Brasil e mundo afora e não podemos aceitar!

3. Pela vida daqueles que não pararam nem um dia!

Como se não bastasse a fome e a pandemia que batem nas portas de tantas e tantos da classe trabalhadora de nosso país, o cruel ataque que está colocado para a categoria vem para piorar ainda mais a situação para esses trabalhadores. Diversos trabalhadores já denunciam a situação absurda à qual estão submetidos desde a substituição do plano de saúde. Originalmente contratada por um contrato de emergência da prefeitura, a empresa Klini sequer tem o porte necessário para dar conta da categoria, o que vem resultando em atrasos ou falta de respostas, cancelamento de tratamentos, exames e cirurgias, e todo tipo de sofrimento para trabalhadores e suas famílias. Após sobreviverem por quase dois anos sem a segurança sanitária adequada, trabalhadores estão morrendo por falta de tratamento!

4. A potência dos estudantes unidos aos trabalhadores

Os ataques aos trabalhadores em nada se separam dos ataques à educação e à permanência estudantil. Na UFRJ, conhecemos bem os efeitos catastróficos dos cortes agressivos de verbas levados a frente pelos governos, bem como a sanha com a qual os governos estão dispostos a perseguir e atacar aqueles que lutam por direitos. Se lutamos, nesse exato momento, contra a privatização de fato do HU da UFRJ, pela implantação da EBSERH, podemos levar essa luta também contra a precarização da saúde dos trabalhadores. São todas uma só luta contra os governos e patrões que põe o lucro acima da vida! Além do mais, muitos de nós somos, também, filhas e filhos da classe trabalhadora, e sabemos bem o futuro que nos aguarda se desde já não lutarmos para impedir os ataques que estão colocados.

Como já vimos em tantos momentos no passado, inclusive na história de nosso próprio movimento, a união dos estudantes e trabalhadores tem uma potência enorme! Seja na unidade com outras categorias da própria universidade em defesa da UFRJ, seja nos somando a lutas que transcendem seus muros, marchamos juntos da classe trabalhadora, apoiando suas medidas de luta, podemos não só derrotar ataques e mesmo conquistar demandas, como virar o jogo da atual situação que vivemos!

5. Uma forte inspiração para seguir para a ofensiva

Se queremos impedir todos os ataques que, em todos os níveis, desde o federal até o municipal, estão armados contra os trabalhadores e o conjunto da população é de importância vital recuperar a organização e mobilização para nos colocar na ofensiva. Que há força e disposição de luta, não há dúvidas! Por todo o país, os trabalhadores já se enfrentam contra as patronais e a piora das condições de vida. Nós estudantes igualmente temos mais do que alguns motivos para lutar e certamente não vamos assistir parados enquanto a ciência e pesquisa são dizimadas e tantos que dependem se bolsas são caloteados pelo governo! Igualmente, os atos contra Bolsonaro que vem acontecendo desde o começo do ano, em todos os quais nós da Faísca estivemos presentes em todo o país, mostraram que é, sim, possível nos mobilizar contra as condições cada vez piores de vida impostas pelos governos, apesar das enormes traições levadas a frente pelas direções das grandes entidades, em nome de seus objetivos eleitorais e acordos com a direita.

Se a situação não avança, é em grande medida pela política dessas direções, que levam a frente uma política de trégua com os governos e mantendo as lutas que irrompem isoladas e limitadas, na contramão da potencialização das forças de nossa classe em luta. Esse é o caso com as direções sindicais, mas também com as estudantis, em especial o PT e PCdoB, que à frente da UNE levam à frente a mesma política que nas centrais sindicais que dirigem, não articulando uma luta séria contra os ataques, em favor de deixar o governo “sangrar”.

É preciso unificar todas as lutas em curso, batalhando para que na base dos estudantes e trabalhadores se forje um verdadeiro plano de lutas, para resistir a todos os ataques a nossa classe e avançar para questionar o conjunto do regime! Mas para isso, é preciso o calor da luta, é preciso nos esforçarmos para pôr em movimento mais e mais camadas de trabalhadores e estudantes, pois é na luta que poderemos verdadeiramente avançar não só programaticamente, mas dando saltos de consciência e organização política!

6. As entidades estudantis e o papel que podem cumprir na luta

Para tudo isso, as correntes do movimento estudantil, bem como as diversas entidades, CAs e o DCE podem cumprir um importantíssimo papel. Convidamos todas e todos estudantes da UFRJ e se somarem como puderem à luta dos garis, seja nos atos, nas campanhas de cartazes, abaixo-assinados ou somando para romper o cerco midiático à luta divulgando o mais amplamente possível. Mas para além disso, ressaltamos como o DCE, com seu alcance, recursos e acesso a canais de comunicação poderia estar cumprindo um papel em organizar blocos de estudantes em apoio aos trabalhadores em luta! O mesmo pode ser dito dos vários centros acadêmicos, ligados diretamente às bases de cada curso, em especial aqueles dirigidos por correntes de esquerda.

A função das entidades estudantis está justamente em organizar nossas demandas e mobilizar nossa luta, colocando seus recursos e mão de obra a serviço de canalizar as angústias, demandas e potências dos estudantes, por meio da construção democrática das bases dos cursos. Nesse sentido, colocarem-se lado a lado com uma categoria em luta como os garis, buscando alcançar o máximo possível de estudantes em diálogo sobre a importância dessa luta, bem como difundir ao máximo o que está acontecendo seria um papel fundamental que poderiam estar cumprindo.

Destacamos aqui as correntes da esquerda do movimento estudantil, que intervieram no último ato desde a UFF, levando seu apoio com cartazes, faixas e mesmo fazendo falas, além de se somarem à campanha de apoio aos garis contra as demissões. Nós, da Faísca, estivemos junto com os companheiros nessa batalha, que consideramos um exemplo importante a ser seguido e fortalecido.

Essas mesmas correntes, na UFRJ, dirigem não só o DCE como vários CAs, e essas entidades poderiam, como com a luta contra a EBSERH e frente à absurda ameaça que obrigação do retorno presencial pelo Ministério Público, por seus canais de comunicação com a base estudantil, seus recursos e pessoas a serviço de levar os estudantes de encontro aos trabalhadores e organizar essa resistência!

Convidamos a todas e todos a se envolverem na luta dos garis, se somarem aos atos e defenderem suas demandas contra os ataques da patronal e da prefeitura de Paes! Nesta quinta, estamos marchando junto aos trabalhadores e convidamos todos os estudantes a se unirem nessa luta, em especial com a enorme potência que um bloco unificado da UFRJ em apoio aos garis, com o peso do DCE e dos CAs poderia ter! Todo apoio à luta dos garis! Contra as demissões políticas da Comlurb e de Paes, REINTEGRAÇÃO JÁ! Todos ao ato do dia 04/11!

 
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