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Educação RS
Com a privatização na mira Leite anuncia 1,2 bi na educação sem um centavo aos educadores
Diego Nunes

Eduardo Leite lançou o programa Avançar na Educação que prevê investimentos em infraestrutura e tecnologia nas escolas mas desse valor nenhum centavo será para repor os salários dos trabalhadores da educação, congelados desde 2015 e defasados em quase 50%.

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Professores e funcionários de escola exigindo reposição salarial em frente ao Piratini no dia do professor.

Ao anunciar um programa bilionário para a educação nas vésperas do dia do professor em 14/10, Eduardo Leite e Raquel Teixera seguem uma lógica de destruição paulatina da educação pública para abrir espaço para a privatização das escolas estaduais. As professoras e funcionárias de escola vivem e pagam a conta de uma crise econômica histórica descarregada sobre a educação pública, em especial durante a pandemia.

Com seus salários reduzidos pela metade em 7 anos sem sequer reposição da inflação, diversos ataques como perda do plano de carreira, de benefícios como o difícil acesso nas escolas distantes dos centros, descontos indevidos absurdos nas folhas de pagamento, gastos com o trabalho remoto durante a pandemia e agora o anúncio de que o vale transporte dos meses de trabalho remoto será descontado, as professoras do estado assistem o governador falando em investimento em educação enquanto a categoria se mantém muito precariamente com um dos piores salários do país.

Leite declarou abertamente nesse sábado (23) que irá transferir toda a responsabilidade da educação primária à iniciativa privada, mencionou municípios que realizam concurso público dizendo que contraem assim um “gasto para 100 anos”. Para Eduardo Leite o estado deve gerir apenas a segurança pública, todas as outras áreas devem estar sob gestão da iniciativa privada. É dessa lógica neoliberal de onde deriva toda a precarização daqueles que estudaram boa parte da vida para educar os filhos da classe trabalhadora e que agora estão com dificuldade de pagar aluguel ou comprar um botijão de gás.

Parte da verba é para uma demanda importante, a de absorventes higiênicos, tendo em vista o forte impacto que a pobreza menstrual gera nas escolas, ocasionando aumento na evasão. Outra parte dos recursos do programa, 180 milhões, será destinado a uma bolsa de 150 reais aos alunos de Ensino Médio, muitos em idade de votar. Não fosse ano eleitoral o governo do estado estaria promovendo essa bolsa? Como que se investe em educação sem se investir em melhores condições para os trabalhadores da educação? Não se investe de fato em educação pública, nem é interesse de Leite, pois quer acabar com a parte pública da educação. Começando por precarizar a vida dos educadores e educadoras que segundo ele são “custos” ou “gastos” para o governo e não investimento.

As professoras e professores, funcionárias e funcionários de escola precisam voltar a se levantar no RS, como sempre fizeram sendo exemplo de mobilização para todo o país. Para isso é necessário uma auto organização pela base e a superação das próprias direções dos sindicatos em unidade com o conjunto da classe trabalhadora precarizada que paga a conta dessa crise capitalista junto com os trabalhadores da educação. Uma grande batalha contra todo esse regime que descarrega a crise sobre nossas costas pode ser iniciada com a força das trabalhadoras em educação em diálogo com as comunidades escolares. Exigindo das grandes centrais sindicais como CUT (dirigida pelo PT) e CTB (dirigida pelo PCdoB) que saiam da paralisia e da trégua que estão dando ao governo Bolsonaro e usem todo os recursos captados dos próprios trabalhadores para organizar e construir uma greve geral para parar o país e impor que sejam os capitalistas que paguem pela crise que criaram.

 
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