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Movimento Estudantil
Cadê o DCE para defender as trabalhadoras terceirizadas vítimas de assédio na UFF?
Pedro Cheuiche
Miguel Gonçalves

Duas trabalhadoras terceirizadas acusam ter sofrido assédio na moradia estudantil. O caso se arrasta desde abril deste ano sem resolução, com agravante da reitoria que não tomou qualquer medida de proteção às vítimas. Até agora, não há sequer um posicionamento público por parte da representação máxima dos estudantes. De que serve uma entidade que não batalha em defesa dos setores mais oprimidos dentro da universidade?

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Foto de Greve de Trabalhadoras Terceirizadas na USP

Desde abril os moradores vêm se organizando para afastar o acusado da Moradia Estudantil, sem contar com nenhum apoio do DCE para isso, o que contribuiu para que o caso se arraste até agora invisibilizado. São essas trabalhadoras terceirizadas que sempre fizeram a universidade funcionar todos os dias e que foram linha de frente da pandemia sem direito a quarentena em nenhum momento, das quais a reitoria se ocupou em demitir e descarregar a crise da universidade. Em sua maioria mulheres negras, estão tendo que trabalhar diariamente olhando nos olhos de seu agressor desde então. Com o peso das entidades estudantis para essa causa, essa situação poderia ter sido evitada.

Denúncia | “Queremos justiça!” diz aluno da moradia da UFF em repúdio ao assédio sofrido por trabalhadoras terceirizadas

Os casos de assédio estão sendo avaliados em sindicância da universidade, ainda em andamento. Nesse espaço, no último dia 29, terça-feira, de forma humilhante, as trabalhadoras tiveram de depor na frente de seu agressor. O DCE nem mesmo esteve presente prestando apoio às terceirizadas junto aos estudantes , na prática, servindo como correia de transmissão da reitoria. O que é bastante grave visto que se tratou de uma nova demonstração de que o Reitor e seus espaços de poder não estão nenhum pouco interessados em garantir justiça para as trabalhadoras, colocando a sua integridade física e a lisura da sindicância em risco, visto o constrangimento das vítimas de terem que falar a verdade sobre as violências sofridas na frente do acusado.

Segundo relatos de estudantes da moradia ao Esquerda Diário, o DCE teve acesso a denúncias das condições de insalubridade da Moradia durante a pandemia e não tomou qualquer tipo de ação.

A conclusão que se retira disso é bastante óbvia, a entidade não está lá para os trabalhadores terceirizados e estudantes pobres da moradia. Mas qual política está por detrás disso?

A atual gestão do DCE é composta pelo Levante Popular da Juventude, o PT e o PCdoB que desde o início da pandemia transpõe para a UFF a política nacional desses partidos de unidade com a direita desde que não seja bolsonarista. Depositam confiança em prefeitos, governadores e em gente que quer descarregar a crise nas nossas costas, como o atual reitor da UFF, ao invés de confiarem na unidade dos trabalhadores terceirizados com os efetivos, dos estudantes com os trabalhadores.

Não nos esquecemos do bizarro ataque do DCE ao SINTUFF por denunciar a reitoria, ao mesmo tempo em que ignoraram solenemente as mortes de trabalhadores no Hospital Universitário por falta de EPIs.

No último dia 2, ao invés de construir blocos para os atos que fortalecessem a luta dos estudantes, estimulando a unidade com os setores de trabalhadores da universidade como os terceirizados, o DCE chamou os setores da Direita que são machistas e precarizam a educação, como o Movimento Acredito, bancado por JP Lemann, dono da Ambev, um dos homens mais ricos do Brasil.

A aliança com esses setores diminui a ambição da nossa luta, deposita confiança naqueles que nos atacam diariamente, tentam junto com Bolsonaro arrancar nossos direitos. Outra versão dessa política é a aposta do impeachment como resolução dos problemas do país. Uma aliança com Kim Kataguiri que colocaria um general racista herdeiro da ditadura no poder. Por isso debatemos constantemente que a nossa unidade deve ser da classe trabalhadora com estudantes, mulheres, lgbt’s, e dessa forma chamamos blocos classsistas para os atos no dia 2, e que na UFF se materializou na proposta por um bloco unificado da UFF

Exigimos que o DCE se posicione urgentemente em favor das trabalhadoras terceirizadas. Que dê peso e se mobilize para garantir justiça para as terceirizadas que estão batalhando por justiça desde abril, batalhando somente ao lado dos estudantes da moradia. Fazemos esse chamado também ao SINTUFF, centros acadêmicos e setores da oposição para que possamos realizar uma ampla campanha democrática em defesa das trabalhadoras.

Lutamos pela unidade entre trabalhadores e estudantes para que cada trabalhadora terceirizada seja efetivada sem necessidade de concurso. Igual trabalho, igual salário, iguais direitos!

Editorial | Lições do 2 de outubro e a necessária unidade da esquerda socialista

 
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