Há grandes suspeitas de irregularidades nos negócios firmados pelo governo Bolsonaro com a empresa de logística VTCLog. 11 dias depois de uma manobra que transferiu um contrato milionário da VTCLog para a área que era comandada pelo ex-diretor de Logística do Ministério da Saúde Roberto Dias, boletos de pagamento emitidos pela agência de viagens Voetur Turismo em nome do ex-diretor de Logística do Ministério da Saúde Roberto Dias começaram a ser pagos.
A VTCLog é prestadora de serviços ao Ministério da Saúde desde 2018, e durante a pandemia é responsável pela distribuição de vacinas contra a Covid-19.
O depoente deve ser questionado sobre os contratos firmados com o Ministério da Saúde, além dos R$ 4,7 milhões sacados e transportados por um motoboy da empresa, Ivanildo Gonçalves, que já foi ouvido no Senado.
O ex-diretor de Logística do Ministério da Saúde Roberto Dias, teve boletos pagos pela VTCLog.
O motoboy da empresa, Ivanildo Gonçalves, afirmou no dia 1º de setembro que já sacou “R$ 400 e poucos mil” na “boca do caixa”, a pedido do setor financeiro da empresa. Dias gastou R$ 47 mil com a empresa turística Voetur Turismo, que emitiu os boletos, durante um período de três meses, o equivalente a R$ 15,6 mil mensalmente. O valor pode ser ainda maior, pois segundo a VTCLog, o ex-diretor não quitou todas as suas dívidas com a agência de turismo.
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Dias Toffoli concedeu, na noite de ontem, segunda-feira (04), um habeas corpus que permite ao depoente o direito de ficar em silêncio sempre que entender que as perguntas podem levá-lo ao risco de produzir prova contra si próprio.
O depoimento deve ser o penúltimo da CPI da Pandemia, que tem previsão de realizar a leitura do relatório final no dia 19 de outubro.