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Unicamp
9 pontos para conhecer a chapa Canto de Revolta para o DCE Unicamp
Redação

Nos dias 5, 6 e 7, ocorrerão as eleições para o DCE Unicamp, virtualmente, e nós da Faísca - Anticapitalista e Revolucionária, junto a independentes, estamos construindo a chapa Canto de Revolta.

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Somos estudantes de vários cursos, bolsistas, da Moradia, professores, da Licenciatura, e pesquisadores, com mulheres, negros e LGBTs à frente. Acreditamos que o DCE, responsável por organizar todos os estudantes da graduação da Unicamp, pode ser um forte ponto de apoio na luta contra os ataques de Bolsonaro, Mourão e militares, para avançar no projeto de universidade que queremos.

1. Nossa unidade é necessária

No início desse processo eleitoral, chamamos os coletivos que hoje impulsionam a chapa É Tudo Para Ontem a conformarmos um processo de debates em comum pela construção de uma chapa ao DCE Unicamp. Nossos desafios são imensos. O DCE é uma entidade estudantil muito importante, que na Unicamp veio sendo gerido burocraticamente pela UJS (juventude do PCdoB) na pandemia, momento que impôs nossa maior fragmentação pelo ensino remoto. Enquanto o DCE se distanciava ainda mais dos estudantes, o sentido de urgência pela organização da juventude crescia na realidade. Defendemos que nossa luta na Unicamp está completamente vinculada aos ataques que sofremos nacionalmente.

A cada dia, a extrema direita, os governos e o regime capitalista destroem mais o planeta, nos fazem passar fome, amargar desemprego e trabalho precário. Nossa geração está adoecendo psicologicamente. Precisamos unir esforços para recuperar nossas entidades e enfrentar seriamente Bolsonaro e Mourão, com um programa para que os capitalistas paguem pela crise.

Para nós, o Comitê de estudantes em Apoio à greve da MRV, que foi um processo recente de luta de trabalhadores da construção civil contra condições de trabalho escravistas em Campinas, mostrou na prática que nossa unidade é possível e necessária. A unidade não pode ser um discurso abstrato. Precisa se expressar em torno de processos reais para fortalecer as batalhas de dentro e fora da universidade. Em base ao Comitê, que propusemos como parte da gestão proporcional do CACH e da qual os coletivos que são hoje da outra chapa participaram, ainda que com distintos níveis de dedicação, fizemos o chamado a uma chapa unificada ao DCE. Infelizmente, fomos impedidos até mesmo de participar de sua Plenária de construção de chapa para debater programa, porque nos disseram que não haveria “sentido político”. Sabemos que temos importantes diferenças, abordadas abertamente, mas nossa concepção é a de batalhar até o final por um movimento estudantil unificado, com debates abertos e democráticos, e, principalmente, para lutar.

É por isso que defendemos um DCE proporcional, em que, ainda mais quando são chapas de esquerda concorrendo, todas possam ser parte da gestão unindo esforços, de acordo com a proporção de votos que receberem. Não é hora para sectarismos com concepções que impedem a democracia no DCE. Precisamos batalhar para que nossas entidades sejam ferramentas de luta e auto-organização.

2. Ninguém fica para trás: pela ampliação da moradia, bolsas de acordo com a demanda e assistência psicológica

Os filhos dos trabalhadores que furam o filtro social injusto que é o vestibular ainda precisam lutar para poder permanecer na universidade. Mesmo na pandemia, a reitoria Knobel ameaçou cortar bolsas, e estudantes enfrentaram apagões, inundações e até água contaminada na Moradia. Já Tom Zé veio fazendo demagogia com a permanência estudantil, colocando-se como reitoria democrática. Mas o que pretende é usar a permanência para avançar na relação com empresas. Foi por isso que recentemente se reuniu com o reacionário Douglas Garcia, da extrema direita da ALESP que quer perseguir o movimento estudantil. Se, na gestão Knobel, nos organizamos pelas bolsas, precisamos seguir sem confiança na nova Reitoria e no Conselho Universitário.

Defendemos a reforma e a ampliação da Moradia. Na crise, cresce o número de estudantes que necessitam de apoio e as bolsas não são reajustadas há anos. Dessa forma, lutamos por bolsas a todos os estudantes que necessitam, sem para isso ter que trabalhar, com reajuste de acordo com a inflação e valor de, no mínimo, 1 salário mínimo. Pelo produtivismo da universidade que não pára, preocupada com rankings e empresas, adoecemos, ainda mais no ensino remoto. Lutamos pela ampliação do SAPPE, de acordo com a demanda, e com especial atenção aos negros, mulheres, LGBTs, indígenas e pessoas com deficiência, setores que são particularmente afetados.

3. Radicalizar o acesso, pelo fim do vestibular:

O vestibular é um filtro social injusto, que deixa centenas de milhares de fora da universidade, principalmente jovens negros e da classe trabalhadora. A pandemia aprofundou isso. O Ensino Superior deveria ser gratuito e de acesso livre a todos. Por isso, defendemos a conquista das cotas e a ampliação das vagas indígenas nos institutos, arrancadas com luta, e queremos avançar para o fim do vestibular e a estatização das universidades privadas, contra os monopólios que lucram com a mercantilização da educação. Todos têm direito de estudar, sem pagar!

3. Pelo Fora Bolsonaro, Mourão e os militares, de maneira independente da direita:

Queremos enfrentar seriamente Bolsonaro e sua base de extrema direita, saudosista da ditadura e inimiga da educação. Mas Bolsonaro não está sozinho, junto a ele se somam os militares, o Congresso, o STF e os governadores.

Por isso, para derrotá-lo, defendemos que não será nos aliando à direita e a essas instituições que ajudaram a que ele chegasse ao poder e sustenta hoje ataques. Afinal, o MBL golpista foi favorável a todas as reformas que destroem nosso futuro e defende o Marco Temporal e o PL 490 contra os indígenas. O PSDB está avançando com o novo Ensino Médio nas escolas, contra a juventude e os professores. O PSD, neste momento, está demitindo 4 mil trabalhadores em Guarulhos. São nossos aliados? Nossa chapa diz que não. Pelo fora Bolsonaro e Mourão com luta, precisamos ter um programa contra os ataques da direita que se diz opositora. Pois, enquanto eles brigam por cima entre si, estão juntos para que soframos por baixo.

Um impeachment, que depende de esperar a maioria da direita se convencer a tirar Bolsonaro, quando seus interesses são salvar os ataques, e entregar o poder a Mourão, um general saudoso da ditadura e da tortura, não é a saída. Pelo contrário, na expectativa de costurar o impeachment e ganhar a direita, nosso grito urgente pelo fora Bolsonaro tem sido canalizado pelas direções do movimento de massas para somente desgastar o governo, com mobilizações uma vez por mês, sem que nossa energia seja potencializada para de fato derrubar Bolsonaro, Mourão e os ataques. Essa é a estratégia do PT e sua lógica serve a objetivos eleitorais, em prol de um Lula 2022 que pretende seguir conciliando com os que atacam nosso futuro. Nosso DCE precisa ser independente da conciliação petista.

Defendemos que a unidade que precisamos é a da juventude com a classe trabalhadora, as mulheres, os negros, LGBTs e indígenas. Para isso, precisamos de um plano de lutas sério, com assembleias e reuniões pela base e propusemos à outra chapa que construíssemos um bloco unificado do movimento estudantil, independente da direita e pelo fora Bolsonaro e Mourão. Sabemos que há diferenças entre nós, essa chapa inclusive tem setores do PSOL que defendem a direita nos atos. São debates a seguir. Mas esse bloco poderia ser mais um passo na unidade para exigir que a União Nacional dos Estudantes (UNE) organize nossa luta pela base em cada universidade e para que a direita não se fortaleça.

5. Varrer as heranças da ditadura na Unicamp: um movimento estudantil independente da Reitoria e do CONSU

Após quase 50 anos, o Conselho Universitário finalmente revogou honraria concedida a Jarbas Passarinho, ministro da ditadura assinante do AI-5. Mostra que o movimento estudantil precisa se organizar para varrer todas as heranças da ditadura na Unicamp e barrar todo autoritarismo, como o Código de Conduta que avança no cerceamento da liberdade, com o aval de Doria. É preciso rechaçá-lo por completo.

O próprio estatuto da Unicamp, apesar de ter sofrido reformas, é uma dessas heranças e garante que os reitores sejam escolhidos pelo governador e que os estudantes e trabalhadores não tenham voz. Nós, estudantes, somos a maioria na universidade, seguidos pelos trabalhadores e depois professores. Entretanto, no Consu, órgão deliberativo, temos apenas 15% das cadeiras. Os docentes ocupam 70%. Precisamos enfrentar essa estrutura de poder que nos exclui, enquanto inclui membros da FIESP no Consu. Defendemos uma Estatuinte Livre e Soberana, para que o Estatuto seja debatido e decidido de acordo com o peso real de cada setor da universidade, incluindo as trabalhadoras terceirizadas, ao contrário das reformas que foram conduzidas pela própria reitoria para preservar o essencial dessa estrutura anti-democrática.

6. Pela unidade da juventude com a classe trabalhadora:

No processo da greve da MRV, conhecemos trabalhadores que ergueram os prédios de pesquisa da Unicamp e trabalhadoras que nos disseram que, limpando o chão como terceirizadas, sentiram-se invisíveis. Quando lutaram, pela primeira vez conheceram o outro lado: um movimento estudantil que pode ser um profundo aliado de suas lutas.

Ao longo da pandemia, também estivemos com os trabalhadores da linha de frente do HC e do CAISM, participando de atos, exigindo EPIs e mais contratação. Estamos juntos em defesa de um SUS 100% estatal, defendendo que são esses trabalhadores que deveriam gerí-lo, e não reitoria que corta salário da saúde. Além disso, as terceirizadas do bandejão foram as últimas a serem vacinadas na Unicamp, mesmo sendo essenciais. Perdemos Lurdes e Edivânia, presentes!

Por mais financiamento à universidade e à saúde! Pela efetivação de todos os terceirizados sem necessidade de concurso público!

7. Nos inspiramos na luta dos indígenas contra o Marco Temporal e o PL 490!

A luta dos indígenas contra os ataques de Bolsonaro e do regime são um forte exemplo. Mostra a força que podemos ter juntos, e agora vamos rumo a outro acampamento indígena de 4 a 8 de outubro. Dessa forma, acreditamos que o DCE tem que construir assembleias de base, para exigir da UNE um plano de lutas efetivo, que junto com as centrais sindicais, poderia unir estudantes, trabalhadores e indígenas, contagiando diversos setores de trabalhadores com os exemplos dos povos originários. Demarcação já! Reforma agrária radical!

8. Por uma universidade a serviço dos interesses da classe trabalhadora e do meio ambiente, não das empresas

Hoje, o conhecimento produzido na Unicamp serve majoritariamente às empresas, que possui convênios e parcerias diretas com monopólios que são responsáveis pela precarização do trabalho e devastação ambiental, como no caso da Cargill, que abastece o agronegócio em áreas desmatadas, ou a Monsanto, que fabrica agrotóxicos responsáveis por contaminar biomas e populações. Basta! Nosso conhecimento deveria servir aos interesses dos trabalhadores, dos povos indígenas e do meio ambiente. Esse é o projeto de universidade que defendemos.

9. Propostas

Proporcionalidade no DCE

Secretaria de Combate às Opressões, tomada por mulheres, negros, LGBTs, indígenas e pessoas com deficiência

Contra o produtivismo que adoece: mais integração e vivência, com saraus e espaços de socialização virtuais e presenciais (de acordo com cuidados sanitários)

Secretaria de apoio às lutas dos trabalhadores

Laboratório para entender as mudanças no Ensino Médio e integrar as licenciaturas

Fóruns de debates dos cursos

Podcast do DCE

Mais contratações de intérpretes de libras, além de outras medidas para uma maior inclusão e acessibilidade

 
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